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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Dia do livro infantil: A herança de Harry Potter para as futuras gerações vai além da bruxaria

Foto: Mary GrandPré

Dia do livro infantil: A herança de Harry Potter para as futuras gerações vai além da bruxaria
O livro, independente de gostarem ou não da história, tem um valor histórico inegável. Através dela, muitas crianças não só aprenderam a ler, como também desenvolveram verdadeira paixão por este hábito. A que vos fala é um exemplo destas crianças que, em 2001, aprenderam a gostar de ler com este livro.

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As sete obras da série Harry Potter, da britânica de J.K. Rowling, foram traduzidos para 70 idiomas e já venderam mais de 450 milhões de exemplares. Acompanhou uma geração inteira no fim da infância, através da adolescência e por fim, até o começo da vida adulta. Mas permanece com todas estas milhões de pessoas para o resto da vida. O ator Allan Rickman, o professor Snape dos filmes da saga, falou: “Quando eu tiver 80 anos e estiver sentado na minha cadeira de balanço, eu vou estar lendo Harry Potter. E minha família vai dizer: ‘depois de todo esse tempo?’. E eu vou responder: ‘Sempre’”. É este o sentimento que fica para todos os que leram o primeiro livro nos seus oito, nove, dez ou onze anos e o relêem até hoje.

No meu criado do mudo, “A pedra filosofal” realmente tornou-se imortal. O livro, que diz nas primeiras páginas “Stéfanie Garcia Medeiros, 2001, 3° série, e Eduardo Garcia Medeiros, 2° série” já está com as páginas gastas, marcas do tempo. Mas a história permanece intacta no imaginário de todos e, nos tempos difíceis, Hogwarts está sempre lá, na estante, pronto pra receber aquele que precisa.



E nesta sexta-feira (18), Dia Mundial do Livro Infantil, nada mais justo que relembrar a série que, sete anos depois de o último livro ter sido publicado, já pode ser considerada um clássico infanto-juvenil. Muitos dos leitores reclamam ou dizem, de brincadeira, mas refletindo um desejo sincero, que ainda estão esperando sua carta para Hogwarts, a escola de magia e bruxaria.

Eu recebi a minha quando tinha 9 anos, em 2001. Meu pai, Jorge Medeiros, comprou o livro que todas as crianças estavam lendo para nos incentivar – a mim e meu irmão – a ler também. Mas no final das contas, o primeiro a ler foi ele. Lembro-me claramente que, em um dia de escola, às 6h30, antes de me arrumar, meu pai estava todo de branco, pasta em uma das mãos e o “Harry Potter e a pedra filosofal” na outra. “É muito bom, tem um cachorro de três cabeças, jogos com vassouras voadoras, um bruxo do mal...” e prosseguiu contando.

Naquela idade, eu ainda não tinha velocidade ou paciência para ler um livro como Harry Potter. Li o primeiro e o último capítulo e me dei por satisfeita. Dois anos depois, aos 11, voltei a este universo. E nunca mais sai. Lendo o segundo livro da saga – “Harry Potter e a câmara secreta” – descobri o que é gostar de ler. Sentei na sala na hora do almoço, depois de ter voltado da escola e, quando vi, já era noite. Havia passado a tarde inteira lendo – pela primeira vez.

Mas esta rica herança não é exclusividade daqueles que esperavam em filas enormes pelos livros e filmes. Harry Potter, agora, está chegando à próxima geração. Um exemplo disto é Maria Luiza Pereira Schuh, 12 anos. Ela conheceu a série assistindo o primeiro filme na televisão. Procurou os outros. Encantou-se. Teve ainda a chance de assistir as últimas produções no cinema. Mas queria mais. Procurou os livros.



Aos 10 anos, leu a primeira obra de J.K.Rowling. Pegou o segundo, o terceiro e agora está atravessando as aventuras de “Harry Potter e o cálice de fogo”. Maira Luiza, no entanto, aprendeu a gostar de ler com outros livros, a exemplo da coleção “Percy Jackson”. Mas depois de acompanhar Harry em Hogwarts, a saga tornou-se sua favorita.

Isto porque Harry Potter vai além de bruxaria, magia, escapismo e fantasia. As crianças que entram em contato com a obra logo entendem a importância da leitura. Entendem desde cedo que o livro, mais que páginas coladas, é um portal para outro universo, é uma porta aberta para explorar a imaginação. Tanto que, quando questionada sobre o que gostaria de acrescentar sobre os livros, Maria Luisa disse: “Eu queria que as pessoas, adultos também, lessem livros maiores e sem figuras, cheios de histórias”.

Maria Luiza quer, como todos aqueles que têm uma experiência única com a leitura, que os outros tenham a mesma oportunidade. Que entendam o que o livro significa e que vejam que naquele punhado de folhas há muito mais que palavras. É o que Harry Potter me mostrou aos 11 anos. O que mostrou para Maria Luiza aos 10. E que ainda vai dar para muitos outros nos anos vindouros.
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