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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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Dr. Funéreo

Dialogando com a morte: Eduardo Mahon aposta no tema fúnebre para lançar novo livro

Foto: Osmar Cabral Jr

Dialogando com a morte: Eduardo Mahon aposta no tema fúnebre para lançar novo livro
A capa já diz tudo: Em destaque no fundo verde musgo, vemos um senhor de cabelos brancos, de porte respeitoso, bem vestido em um terno clássico. Mas provavelmente devemos citar um detalhe importante: Ao invés de pele, músculos, vasos sanguíneos e calor humano, este homem é feito apenas de ossos. É uma caveira. Isto porque Doutor Funéreo está morto, assim como muitos outros personagens do novo livro do advogado, presidente da Academia Mato Grossense de Letras (AML) e escritor, Eduardo Mahon.

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O livro, chamado “Doutor Funéreo e outros contos de morte”, usando de ironia e bom humor, é uma coletânea de contos que compartilham do mesmo tema: A morte. Mas estas histórias trazem mesclado entre os parágrafos uma outra proposta: O de fazer com que a linguagem dinâmica e acessível desperte e atenda as expectativas e necessidades do leitor contemporâneo. Um conto não deve ultrapassar de seis a oito parágrafos, de forma que quando a pessoa abrir o livro, o conto vai estar inteiro na mesma página.

“A maneira de se comunicar atualmente mudou. Os livros, além da qualidade, precisam se apresentar de uma maneira mais dinâmica, atraente, de forma a seduzir o leitor”, explicou Mahon. Ele ainda faz uma comparação entre os sete volumes de “Em busca do tempo perdido”, de um de seus escritores favoritos, Marcel Proust, e os sete volumes de “As crônicas de fogo e de gelo”, de George R.R. Martin. “Os dois têm basicamente a mesma extensão, mas um jovem de hoje não lê Proust, mas lê o Martin. Isto talvez porque Proust não tenha mais espaço nos hábitos de leitura e escrita contemporâneos. A gente não deve negar esta mudança, mas sim aprender com ela”, disse.


(Capa do livro “Dr. Funéreo e outros contos de morte”, publicado pela editora Tanta Tinta Carlini e Caniato. Arte do capista e diagramador Marcelo Cabral)

O livro, que será lançado pela editora Tanta Tinta Carlini e Caniato, ainda não tem data definida para chegar ao público. O lançamento será ou no começo de abril, próximo ao aniversário de Mahon e de Cuiabá, ou em junho, na sexta-feira 13. Mas mesmo sem dia marcado, o evento promete despertar a curiosidade de toda Cuiabá.

Mahon planeja emprestar o tema fúnebre de seus contos ao ambiente, decoração e trajes da festa de lançamento. Os participantes do evento estarão de preto. Já os membros do cerimonial, desde os garçons até outros funcionários, estarão com uma maquiagem de caveira. Na porta, flores, como num funeral. “A ideia é que as pessoas entrem no mundo do Dr. Funéreo, que entendam o clima do livro e fiquem interessados em lê-lo”, explicou Eduardo.

O personagem de destaque da coletânea de contos nasceu na mesma época em que o primeiro livro de Mahon, “Nevralgias”, foi lançado, em outubro de 2013. Com o tema morte em mente, Mahon pegava seu computador de madrugada, quando todos já estavam dormindo, e ia, aos poucos, dando forma à sua nova obra. “Escrever um conto era coisa rápida, mas a parte de reescrever cada um durou cerca de seis meses”, contou.


("Nevralgias", primeira obra literária de Eduardo Mahon, lançado em outubro de 2013 pela editora Tanta Tinta Carlini e Caniato)

E assim, o segundo trabalho literário de Mahon ganhou forma, já tem capa e ainda este ano chega às livrarias. Mas para aqueles que ficaram com a impressão de que é um livro triste, macabro e pessimista, não se preocupem: A morte é irônica e, em alguns casos, provoca risadas.

Outros trabalhos

Sem previsão de quando será publicado e ainda em fase de edição, Eduardo Mahon prepara um terceiro trabalho, desta vez com uma proposta bem diferente de seus livros anteriores: “Quatro costados: memórias de uma nobreza cabocla” é um romance de mais de 300 páginas.

Nele, uma grande família tem cada um de seus membros colocados embaixo de uma lupa, analisando seus vícios e sua relação com a tradição. O livro faz ainda um paralelo entre o declínio da família, que começa grande, e a ascensão de uma cidade, que começa pequena. Mas os detalhes do enredo ainda permanecerão “em segredo” até a publicação do livro.
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