O Secretário de Cultura, Esporte e Lazer Leandro de Carvalho, e sua equipe, se reuniram com os profissionais de cultura de Mato Grosso na noite da última quinta-feira (29) no Palácio da Instrução, para discutir as demandas do setor, debater as metas dos 100 primeiros dias de governo e conversar sobre a relação do governo com os artistas.

O secretário apresentou as dificuldades da pasta, que afirmou estar com orçamento baixo, e comentou também sobre o desafio que veio com a fusão das Secretarias de Cultura e de Esporte, “Eu conheço pouco de esportes, mas estou com pessoas qualificadas na equipe, que poderão me ajudar”, afirmou Leandro.

O principal ponto do discurso foi a afirmação de que o Governo está ali para ajudar os artistas, e lutar junto com eles pelas conquistas da cultura de Mato Grosso: “Vocês me conhecem. Eu estou desse lado hoje, mas já passei diversas vezes pelas mesmas dificuldades que vocês, sei o que é ter um projeto aprovado e não receber os recursos, sei o quanto é frustrante”, comentou Leandro, que é também músico e maestro da Orquestra Sinfônica de Mato Grosso (OEMT).

Assim como no acordo dos cem dias iniciais de governo, Leandro voltou a anunciar que vai investir na descentralização e no rompimento da lógica de favores: “É preciso criar políticas públicas efetivas para a cultura, abrir editais para tudo, ler os projetos das pessoas e evitar benefícios individualistas para grupos ou indivíduos”, afirmou.

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Sobre o Programa de Apoio à Cultura (PROAC), que foi revogado pelo governo, Leandro disse que ele será revisto, reavaliado e corrigido. “Assim como o lema do Governador Pedro Taques, afirmo que não vou deixar nenhum mato-grossense para trás”, prometeu.

Depois que foi aberto o púlpito para perguntas e sugestões dos presentes, um dos que falaram foi André, estudante de publicidade da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e produtor cultural, que leu o “Manifesto da juventude pela cultura”. Neste discurso, ele citou o caso dos grafiteiros presos recentemente na capital, e afirmou que a arte de rua perde sua essência quando começa a ser institucionalizada.


André, que leu o "Manifesto da juventude pela cultura" (Foto: Isabela Mercuri)

Como resposta, o Secretário, que havia citado a possibilidade de abertura de edital para arte urbana, convidou André para ajudá-lo a escrever este edital. “A intenção não é caretear ou marginalizar a arte, mas sim construí-la junto com vocês”, disse. Leandro afirmou, ainda, que vai dedicar seu trabalho à mudança do cenário cultural mato-grossense: “Se eu sentir que a coisa não vai mudar, sou o primeiro a sair”.

Uma das ajudas oferecida ao Secretário veio do pró-reitor de Cultura, Extensão e Vivência da Universidade Federal de Mato Grosso, Fabrício Carvalho: “Hoje é um dia histórico para cultura. Vejo como ridículo os recursos da pasta, 0,16% do Orçamento do Governo, vamos atrás do nosso 1% para cultura. Faço o compromisso público de colocar toda a estrutura cultural da UFMT, instituição que possui 45 anos de tradição, à disposição do Governo do Estado, à disposição da Secel. As apostas são feitas para se acertar ou errar. Tenho certeza que vou acertar”, disse.