O presidente da Academia Mato-Grossense de Letras, Eduardo Mahon, fez duras criticas a proposta de transformar a Secretaria de Estado de Cultura em uma superintendência fundida a de Turismo. Para ele, o governador eleito Pedro Taques (PDT) pode enfrentar protestos nas ruas antes mesmo de assumir, além de ter cometido um erro ao permitir Otaviano Pivetta (PDT), líder do grupo de transição ter apresentado a proposta de nova estrutura administrativa.

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“Quero acreditar que o senhor Otaviano Pivetta saiba o que é cultura e não apenas monocultura. Cultura é plural. Mato Grosso não o pode mais viver só de monocultura”, afirmou Mahon, em alusão a um possível despreparo do prefeito de Lucas do Rio Verde para decidir sobre esse tipo de assunto. Pivetta, além de ser um produtor rural, administra uma cidade cuja principal fonte de renda é a monoculta de soja.

Eduardo Mahon ainda salientou que Pivetta pode não ter conhecimento dos compromissos firmados por Pedro Taques com vários setores, incluindo a Cultura. Além disso, o presidente da Academia pondera que a apresentação feita pelo líder da transição enfraquece a imagem do governador eleito.

“Acho que um governador não pode viajar enquanto está formando sua equipe. E esse tipo de anúncio não pode partir de alguém da equipe dele. Tem que ser feito em uma coletiva de imprensa preparada para isso pelo próprio governador. Ele precisa mostrar que o governo é dele”, analisou Mahon.

Cultura x Turismo

Mais do que a redução do status de secretaria para superintendência, um dos pontos que mais incomodou Eduardo Mahon é a Cultura ter de dividir espaço administrativo com o Turismo. De acordo com ele, os dois setores possuem necessidades muito diferentes e a fusão de ambos mostra o desconhecimento dessas áreas pelo gestor.

“Não há identidade entre a cultura e o turismo. O mais próximo é o turismo cultural. Se o governador não se manifestar sobre isso, uma reação violentíssima da classe vai acontecer. É capaz de ele [Taques] encarar um protesto nas ruas antes mesmo de assumir. E eu nunca vi isso antes com alguém que ganhou as eleições com 57% dos votos”, ponderou.

Maquina enxuta

O prefeito afastado de Lucas do Rio Verde, Otaviano Pivetta (PDT), coordenador geral da equipe de transição do governador Pedro Taques , apresentou à imprensa um novo modelo de estrutura administrativa que prevê a redução de 19 para 12 secretarias de Estado. A Secretaria de Administração e Secretaria Extraordinária da Copa são extintas nesse projeto.

Comunicação é fundida com a Casa Civil, enquanto Justiça e Direitos Humanos com a Segurança Pública. E várias outras pastas, como Agricultura, Indústria e Comércio, perdem o status de secretarias e passam a serem superintendências. No caso de Cultura e Turismo, além de deixarem de ser parte do primeiro escalão administrativo, são fundidas em uma única unidade.

O governador eleito Pedro Taques ainda não recebeu esse novo modelo da comissão de transição para decidir se irá aprovar essas mudanças, mas Pivetta está confiante que pouca coisa deve mudar.