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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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"Extinguir a SEC-MT é um retrocesso, é coisa de gente mesquinha", afirma ex-secretário de cultura

Foto: Stéfanie Medeiros/ Olhar Conceito

João Carlos Ferreira, ex-secretário de cultura e atual presidente do Instituto Histório e Geográfico de MT

João Carlos Ferreira, ex-secretário de cultura e atual presidente do Instituto Histório e Geográfico de MT

Membros da Academia Mato-Grossense de Letras (AML) reuniram-se nesta terça-feira na Casa Barão de Melgaço para a posse de mais uma acadêmica. Depois de encerrada a cerimônia, o presidente da AML, Eduardo Mahon, aproveitou o momento para criticar mais uma vez a extinção da Secretaria de Estado de Cultura de Mato Grosso (SEC-MT) ou sua fusão com o turismo.

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Outro acadêmico que dirigiu duras críticas ao novo plano de reforma administrativa foi João Carlos Ferreira, ex-secretário de estado de cultura e atual presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso. “Com a extinção ou fusão da SEC com o turismo, todo o avanço que conseguimos ao longo dos anos irá perder-se. Claro que temos problemas, mas é inegável que o tivemos várias conquistas”, disse João Carlos.

O ex-secretário de cultura também citou o fato de que a SEC-MT é uma secretária enxuta que, ao contrário de muitas outras, tem falta de funcionários públicos. Outro ponto abordado por Ferreira são os convênios e parceiras já feitos pelo órgão. “Os contatos que a SEC-MT já tem, os convênios e parcerias, o que vai virar disto? É preciso melhorar sim, mas extinguir ou realocar as conquistas que já fizemos é um retrocesso, é coisa de gente mesquinha”, criticou o acadêmico.

Eduardo Mahon ainda ressaltou que o tratamento especializado mostra a relevância do assunto. “A cultura precisa de um tratamento especializado da administração pública. Isto mostra a sua relevância. Tive a ousadia de dizer que Mato Grosso não vive só de monocultura. Nós temos cultura também. Nós encerramos o ano acadêmico externando publicamente esta preocupação”, disse Mahon.

O presidente da AML também lembrou que no dia 17 de setembro, a Casa Barão de Melgaço recebeu o governador eleito, Pedro Taques, quando ainda era candidato para uma audição pública. Na ocasião, Taques prometeu aumentar o orçamento da SEC-MT para 1,5% do orçamento total do Estado. “A Cultura não é perfumaria, será tratada com a mesma seriedade que a educação, saúde, transporte e outras áreas”, Taques afirmou na ocasião (clique AQUI para ver a cobertura do evento).

“Nós estamos cobrando publicamente a palavra dada, pois um homem de moral cumpre o que prometeu”, frisou Mahon.

Entenda o caso

No dia 15 de outubro, o coordenador da equipe de transição de Pedro Taques (PDT), Otaviano Pivetta (PDT), apresentou à imprensa um projeto de reforma administrativa.

A principal ideia da reforma administrativa é reduzir de 19 para 12 o número de secretarias e cortar o excesso de cargos comissionados da máquina pública. Neste caso, a Secretaria de Estado de Cultura seria transformada em superintendência fundida com o turismo, caso o projeto seja aprovado. Leia mais detalhes sobre a reforma administrativa clicando AQUI

O projeto causou descontentamento ante ao setor cultural e foi amplamente criticado por diversos motivos, sendo o principal deles a promessa de Taques de manter a secretaria durante seu governo.

Pedro Taques chegou a reunir-se com a classe cultural para discutir o assunto. Na ocasião, afirmou: “No dia cinco de novembro, será apresentado o projeto de reforma política pela equipe de transição. Na data, quero que vocês nomeiem quatro representantes da classe artística para acompanhar e contribuir com as discussões até o final do mês, quando teremos que tomar uma decisão”. Clique AQUI para saber mais.

Andamento

Até o momento, nenhuma decisão quanto ao destino da SEC-MT foi tomada. De acordo com a assessoria de Pedro Taques, as discussões sobre o assunto ainda estão em andamento.
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