Com apenas 21 anos, formada em psicologia, Hiasmyn Lorraynne estava sem emprego e entediada. Seu quarto, mesmo sendo seu, precisa de mais alguns toques decorativos para não refletir o estado de espírito predominante na época: O tédio. Como a jovem sempre teve interesse por desenhos, resolveu pegar folhas, lápis e canetas e fazer ela mesma alguns quadrinhos.

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Depois de prontos, Hiasmyn tirou foto da sua arte e postou na rede social Facebook. Foi então que Creuza Medeiros, proprietária do Espaço Magnólia e uma das organizadoras da Feirinha da 24, viu os desenhos de Lorraynne e decidiu chamar a jovem para expor na Feirinha e também para fazer algumas encomendas para sua loja, o Armazém da Creuza.



“Foi ela quem me fez começar a vender, e se hoje eu tenho reconhecimento é graças à ela. Eu sempre digo isso, e sempre serei muito grata por todo carinho que ela teve comigo. Na verdade, ela que me ensinou a ser mais “comercial”, eu vendia tudo muito barato, e ela dizia ‘Isso é arte, você precisa acreditar em você!’. Hoje eu acredito, mas porque alguém acreditou primeiro” disse Hiasmyn.

A partir de então, as artes plásticas deixaram de ser apenas hobby para Hiasmyn e tornaram-se uma alternativa para fazer trocados extras. Mas esta não era a melhor parte. Trabalhar na Feirinha da 24, estar em contato com outros artistas de Cuiabá e poder trocar experiências a fez crescer profissionalmente. E esta ainda é a melhor parte.

Antes, como vários dos participantes da Feirinha da 24, Hiasmyn ficava trancada em seu quarto desenhando e ouvindo música, produzindo com uma regularidade instável. Com o evento mensal, Lorraynne tem encomendas, pedidos e número de quadros para expor. “Todos nós temos produzidos muito mais por causa do evento, e agora a gente posta o que faz nas redes sociais, um acompanha o que o outro faz, vibra com as melhores produções. Em geral nós sempre compramos as coisas uns dos outros. Eu respeito muito o trabalho dos meninos, e me espelho muito neles, eles me ensinam muito. E é claro, é sempre muito divertido!”, disse ao Olhar Conceito.

O primeiro contato de Lorraynne com as artes plásticas acontecem naturalmente e, como muitos dos artistas, o desenho está presente em sua vida “desde sempre”. Na infância, sua casa era palco de alguns problemas familiares. Para compensar um pouco o ambiente pesado, o pai de Hiasmyn a presenteou com um caderno de desenhos e canetas coloridas. A menina então preencheu uma página inteira com corações. Esta é uma de suas lembranças mais marcantes em relação às artes plásticas.

Atualmente, Lorraynne trabalha com consultoria empresarial, mas seu grande sonho é torna-se escritora. Em relação ao desenho, Hiasmyn não tem grandes pretensões. Seu principal objetivo com as artes pláticas é expressar àquilo que não consegue colocar em palavras. “Tem muita gente que me procura querendo transformar um pensamento em desenho, eu não gosto muito de pegar encomendas porque isso é muito difícil, mas também é sensacional quando você consegue fazer exatamente o que a pessoa queria, às vezes ir até além do que ela esperava. Mas quando não dá certo eu sofro muito!”, explicou.




A estética de seus desenhos é simples e charmosa. Os traços são finos e delicados, com as cores em aquarela fugindo das linhas. A arte de Lorraynne é charmosa e romântica, um reflexo de sua própria personalidade. “Mas eu ainda estou desenvolvendo meu estilo, não sei se ainda tenho um ‘fixo’”, explicou. No entanto, quem já conhece seu trabalho, reconhece Lorraynne em cada desenho ou frase feita por ela.