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Terça-feira, 23 de abril de 2024

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casa barão de melgaço

Maior centro cultural de Cuiabá precisa de pais para nascer; Veja fotos

Foto: Stéfanie Medeiros

Prédios da Casa Barão de Melgaço

Prédios da Casa Barão de Melgaço

Imagine a cena: Um local onde as pessoas reúnem-se para discutir literatura, música, teatro e filmes. E, neste mesmo lugar, possam acessar uma biblioteca, um arquivo público com obras dos escritores do estado, onde possam também assistir peças em um teatro estruturado, onde passem o tempo andando por exposições fixas e itinerantes de fotógrafos e artistas plásticos. Um lugar onde a própria estrutura é uma obra de arte.

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E ainda mais: Os salões antigos, mas conservados e revitalizados, serão palco de saraus literários, jantares de artistas, celebrações da cultura e eventos diversos. Pois bem, este lugar existe. Mas, como toda pessoa antes do nascimento, precisa de um útero para se desenvolver e, mais que isso, de pais para poder nascer.

Este grande centro cultural, na realidade, já abriga boa parte da produção literária e artística de Mato Grosso. Refiro-me a Casa Barão de Melgaço, sede da Academia Mato-Grossense de Letras (AML) e Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso (IHGMT). Posse de novos imortais, exposições fotográficas e lançamentos de livros já acontecem no Casarão, embora o local apresente potencial para muito mais.



Ao falarmos sobre a Casa Barão de Melgaço, nos vem a mente aquela residência antiga azul e branca. Mas o que poucos sabem é que, atrás desta estrutura tradicional, há um prédio que abriga um teatro, uma biblioteca com acervo histórico e rico e diversas salas vazias. No entanto, esta mega-estrutura está abandonada. Ela, na realidade, nunca funcionou, exceto pela biblioteca.

O Casarão todo precisa de reformas. A área externa e interna – onde ficam os salões da academia – já estão sendo revitalizados. O local todo está sendo pintado de volta a suas cores originais – azul, branco e mostarda – e os pisos antigos estão sendo restaurados. “Esta parte de baixo nós estamos fazendo por conta própria. Mas da escada para cima, onde fica o prédio, já está fora do nosso alcance. É impossível alguém reformar toda esta estrutura sozinho”, explicou o presidente da AML, Eduardo Mahon.



Em algumas salas deste prédio, estão diversas coleções de livros de escritores regionais, dentre eles de Dom Aquino Correia. Mahon está resgatando estes livros para distribuí-los para pesquisadores, professores e formadores de opinião. “Abrir o conhecimento contido nestas salas para a sociedade”, disse.



Andando por aqueles prédios, Mahon fala de tudo o que o local poderia ser. O teatro, se devidamente reformado, teria a mesma capacidade de público do Cine Teatro Cuiabá. O prédio também poderia abrigar um café, um hall de entrada para as pessoas conversarem, aguardarem e produzirem. Exposições, como a de Rai Reis em um dos salões, serão frequentes neste centro cultural. É disto que Cuiabá precisa. No entanto, é necessário recursos de instituições, tanto privadas quanto públicas, para que isto aconteça.

O prédio de trás do Casarão não foi tombado como patrimônio histórico, ao contrário da Casa propriamente dita. Por isso, suas paredes podem refletir novos tipos de expressões artísticas. Por isto, a partir da semana que vem, o artista plástico e grafiteiro Babu irá pintar a fachada do prédio com “uma chuva de letras”, na esperança de que ela fecunde as sementes que ali estão plantadas e gerem novas flores: o maior centro cultural cuiabano.





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