O lambadão cuiabano dá lugar ao ritmo frenético de Recife e Olinda neste fim de semana com o concerto “A História do Frevo”, executado pela Orquestra de Mato Grosso e seu convidado, o saxofonista Spok e grupo. As apresentações serão nesta sexta (25) e sábado (26), às 21h, no Espaço CDL Cuiabá. O ingresso será 1kg de alimento não perecível, entregue no local do concerto, a partir das 19h.

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Para as apresentações que exaltam o gênero pernambucano, sob a regência do maestro Leandro Carvalho, a Orquestra de Mato Grosso traz à Cuiabá o Spok Quinteto que, além do saxofonista que dá nome ao grupo, é formado por Beto Hortís (sanfona), Renato Bandeira (guitarra e viola), Hélio Silva (contrabaixo) e Anderson Silva (Bateria).

“Hoje, Spok é um músico global, que viaja o mundo se apresentando. Este ano, especialmente, tem se apresentado muito nos EUA. Tocou no Lincoln Center em Nova Iorque, com ótimas críticas no NY Times, tocou no Rock in Rio Las Vegas, em vários festivais de jazz pela Europa e agora está nos EUA. De lá, vem direto para Cuiabá, para tocar com a Orquestra de Mato Grosso. Um privilégio”, explica Leandro Carvalho.

Derivado da mistura de diversos gêneros como a “modinha”, originalmente brasileira, cultivada na Europa e trazida de volta ao Brasil no século 19, a “quadrilha” de origem francesa, o “maxixe” gênero brasileiro e a “polca” oriundo dos salões europeus, o frevo é um típico representante do sincretismo musical tão característico da cultura brasileira. “Fervura” era como o povo pernambucano se referia ao novo gênero no final do século 19, que invadia as ruas do Recife antigo, daí o nome frevo.

Com o passar dos anos, o tempo encarregou-se de transformar não só o ritmo, mas também a dança: capoeiristas cederam espaço aos passistas e os pedaços de pau, usados para abrir caminho na multidão e proteger os músicos nas ruas de Recife, deram lugar ao símbolo máximo do frevo, às sombrinhas multicoloridas.

Apontado por muitos como o artista que revolucionou o frevo, no que se refere ao “novo frevo”, Spok explica que esse título vem, quase que exclusivamente, da música instrumental realizada por ele em teatros pelo Brasil e pelo mundo.

“Eu amo tocar na rua, porém, como instrumentista que sou, observo que a música é, de certa forma, muito mal cuidada nas ruas... Ela acaba sendo apenas uma trilha sonora para que as pessoas possam pular, dançar e se divertir. Eu adoro isso, mas como meu foco é cuidar da música, passamos a exibi-la de maneira mais elaborada em teatros e salas de concerto ao redor do mundo. Nossa intenção é fazer frevo para as pessoas ouvirem e não necessariamente para dançar”, revela Spok.

O espetáculo “A História do Frevo”, foi adaptado por Spok, especialmente para a Orquestra de Mato Grosso e conta a trajetória desse gênero musical brasileiro tão rico. As três modalidades de frevo: de rua, canção e de bloco, serão apresentadas em arranjos especiais para quinteto e orquestra numa viagem pela música de grandes compositores como Sivuca, Ernesto Nazareth, Carlos Gomes, Levino Ferreira, Maestro Duda, Cândido Lira, do próprio Spok, entre outros nomes importantes.

Orquestra de Mato Grosso

Criada em 2005, a Orquestra é uma realização do Governo do Estado de Mato Grosso por meio da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer. Suas três principais séries de concertos: Oficiais, Didáticos e Populares, são realizadas em conjunto com o Ministério da Cultura, por meio da Lei de Incentivo a Cultura e têm os patrocínios do Grupo André Maggi, Agro Amazônia Soluções Integradas e Agro Amazônia Produtos Agropecuários. A Temporada 2015 conta ainda com o apoio cultural da TV Centro América, Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso, Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso, Ruhling Consultoria Corporativa, Amazon Plaza Hotel, Fisk Inglês e Espanhol, Localiza e Soul Propaganda.

Confira o Repertório completo do concerto:

A História do Frevo
Arranjos: Spok, Maestro Duda e Nilson Lopes

Spok (1970)
Clarinada
Moraes é Frevo

Carlos Gomes (1836-1896)
Quem Sabe

Maestro Duda (1935)
Frevo em Goiana

Cândido Lira (1890)
Os Domingos no Poço

Maestro Duda (1935)
Dia de Frevo
No Coreto

Eugênio Fabrício da Silva
Capenga

Ernesto Nazareth (1863-1934)
Odeon

Fernando & Reinaldo de Oliveira
Desculpe-me Nazareth

Nino Galvão
Canhão 75
Sivuca (1930-2006)
Folião Ausente

Severino Araújo (1917-2012)
Relembrando o Norte

Levino Ferreira (1890-1970)
Mexe com Tudo

Maestro Nunes de Souza (1931)
Cabelo de Fogo

Lourival Oliveira (1918-2000)
Cocada

Getúlio Cavalcante (1942)
Último Regresso

Sivuca (1930-2006)
Frevo Sanfonado

João Santiago (1928-1985)
Sabe Lá o Que é Isso

Levino Ferreira (1890-1970)
Último Dia

Mathias da Rocha (1864-?) & Joana Baptista Ramos (1878-1952)
Vassourinhas

Luiz Bandeira
É de Fazer Chorar

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