Se você pensa que o protetor solar deve ser utilizado apenas naqueles dias ensolarados, você está enganado e pode estar lesionando sua pele deixando-a desprotegida. Médicos especialistas indicam o uso frequente do produto, mesmo em dias nublados, ou em ambientes fechados, pois alguns tipos de lâmpadas podem causar queimadura na pele também.
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Os moradores da capital Cuiabá aprenderam a conviver com o Sol constante e por isso o protetor solar é um produto comum presente na bolsa ou no carro de muita gente. Mas os raios solares são prejudiciais apenas nos dias ensolarados? E as luzes artificiais? Elas também prejudicam a pele?
A pele é o maior órgão do corpo humano e por ficar exposta requer um cuidado maior. São inúmeras as possibilidades de lesões em sua superfície, e algumas dessas lesões podem ser cumulativas e absorvidas, como é o caso das lesões causadas pela radiação solar e as emitidas por lâmpadas. Por isso o cuidado com a pele deve começar cedo, principalmente por aqueles com tonalidade mais clara, pois quanto mais clara a pele, mais sensível.
Em dias nublados a radiação emitida pode ser menor, mas ainda existe e como a absorção dela na pele é cumulativa, os efeitos podem não ser instantâneos, mas poderão ser vistos com o tempo. Isso vale também para a radiação das luzes artificiais, então se você passa muito tempo em frente ao computador, por exemplo, não se esqueça de passar protetor solar.
Os cânceres de pele são muito comuns no Brasil, cerca de 25% dos tumores diagnosticados são malignos, e a maioria ocorre por causa do excesso de exposição aos raios ultravioleta do sol. Então é melhor se prevenir.
O dermatologista Marcus Maia, Coordenador do Programa Nacional de Combate ao Câncer da Pele explica como a radiação reage na pele. “A radiação solar tem capacidade de deslocar elétrons, então ela mexe com as propriedades celulares. No momento em que o sol bate no DNA da célula, ela forma um chamado DNA ultravioleta (UV), que não é bom. O corpo possui uma enzima que anula esse DNA UV fazendo com que ele volte ao normal. Acontece que quando há muito radiação solar, nem sempre eles são recuperados. Sempre sobra algum DNA alterado. Esse acúmulo de DNA alterado gera células modificadas, o que aumenta a possibilidade de surgir câncer na pele”, explica o médico.
Mas não basta apenas passar o protetor solar, deve-se aplicar o produto certo e da maneira correta. Para ficar mais simples, a Sociedade Brasileira de Dermatologia criou a regra da colher de chá. A dica é passar no rosto, braços e pescoço o equivalente a uma colher de chá de protetor. Já nas pernas e coxas, duas. Lembre-se que é necessário executar este mesmo procedimento a cada duas horas.
Na hora de escolher o protetor solar, especialistas recomendam observar se o produto oferece proteção UVA e UVB, se é a prova d’água, se for entrar em piscina ou mar, e se o fator de proteção é no mínimo 30.
E o que significam as siglas UVA e UVB?
UVA são os raios solares que conseguem ultrapassar a camada de ozônio durante todo dia e penetrar profundamente na pele, sendo os principais responsáveis pelo bronzeamento, mas também pelo seu envelhecimento. Além disso, predispõe, com o passar do tempo, ao surgimento de câncer.
Já UVB são os raios que só passam quando estão perpendiculares à camada de ozônio, o que acontece por volta das 10 horas. São esses os raios responsáveis pelas queimaduras solares e, assim como o UVA, por alterações celulares que predispõem ao câncer da pele.
Mas a proteção não pode ficar apenas a cargo dos protetores solares, de acordo com o último Consenso de Fotoproteção da Sociedade Brasileira de Dermatologia, quando o índice de raios ultravioleta (UV) atinge níveis elevados, há necessidade de proteção intensa, com auxílio de chapéu, óculos escuros e roupa que proteja os braços, além do bloqueador solar fator 30.
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