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Sábado, 27 de abril de 2024

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Relato de uma fã

Repórter do Olhar Conceito vai a São Paulo e conta como foi show do One Direction; Veja fotos!

Repórter do Olhar Conceito vai a São Paulo e conta como foi show do One Direction;  Veja fotos!
Saímos de Cuiabá sexta-feira (09) à noite para uma jornada longa. Junto comigo, a estudante de veterinária da Universidade de Cuiabá (Unic), Mariana De Rosa e sua irmã, que mora em Rondonópolis, Maria Clara de Rosa.

O meu vôo atrasou, mas mesmo assim cheguei um pouco antes do que elas na capital paulista. Mais uma prima se juntou a mim e fomos direto para a o estádio do Morumbi. Quando chegamos lá, à meia noite, a fila já fazia três voltas. Barracas, pessoas dormindo em colchões de ar e pessoas dormindo no chão, mesmo com a madrugada fria de São Paulo. Segundo fontes, a primeira pessoa da fila era de Curitiba, e estava acampando ali há 47 dias.




Todos naquele local tinham o mesmo objetivo: chegar o mais perto possível dos cinco integrantes da banda “One Direction”, que se apresentou no Morumbi neste sábado (10) e domingo (11).

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Nós montamos a barraca com a ajuda de uma mulher que acompanhava sua filha. Assim como ela, vários pais e mães estavam ali com a mesma função. Algumas até traziam a frase estampada no peito: “Mommy Directioner” (mãe de directioner, nome dado aos fãs da banda). Dentre os pais presentes, estava até mesmo o jornalista Caco Barcellos, que fez questão de acompanhar a filha.

Na manhã seguinte, às 06:30, fomos acordadas com chutes na nossa barraca, e pessoas gritando que a fila estava andando. Com a barraca na mão, tentávamos correr até que pudemos parar de novo. Nossas esperanças de nos protegermos do sol ou da chuva foi por água abaixo quando um dos organizadores do evento disse, de forma não muito agradável: “Desmonta essa barraca agora!”. Olhamos para trás, e a fila já invadia a rua.

O dia na fila


Os únicos banheiros disponíveis eram fora do estádio, do outro lado da rua, e o preço para usá-los era de R$2. Ir até lá também não era fácil. Um controle de ingressos era feito para que ninguém furasse a fila. Os portões podiam abrir a qualquer momento e, se você estivesse no banheiro, todo seu esforço teria sido em vão.

Não havia ninguém vendendo comida. Somente água e refrigerante, a R$5, capas de chuva a R$10 e diversos produtos da banda. O cardápio do dia foi apenas de bolachas do mais variados tipos, que trouxemos conosco na mochila. Estávamos quase morrendo de fome, mas ninguém aguentava mais comer bolacha.

Ao meio dia o sol era escaldante. As pessoas estavam deitadas, largadas no chão, com uma fadiga imensa. Mariana só tinha forças para dizer “Só por amor a eles mesmo, viu!”.

Um pouco depois, à uma da tarde, começou a garoar. Era melhor do que o sol, mas também não era nada bom. Ninguém sabia se preferia continuar ali ou se era melhor que os portões abrissem.

Abertura dos portões

Às três da tarde, abriram os portões e vimos que estávamos apenas no purgatório, e que o inferno ainda estava por vir.

Primeiro, mandaram jogar fora toda a comida, água, e cartazes que tivéssemos. Também não era permitido entrar com barraca ou guarda-chuva, e a lateral do estádio ficou coberta de pertences do público, que não viu outra opção a não ser deixar tudo ali mesmo.

Para nossa surpresa, ficamos muito perto do palco. Mariana e Maria Clara já estavam chorando de felicidade ao perceberem a pequena distância. O choro de felicidade, no entanto, logo se transformou em raiva ao percebermos que eram 15h, e o show só começaria às 19h30.





Durante quatro horas todos ficaram em pé, parados, sem nenhum tipo de distração. Não havia música, não passavam clipes no telão, e a cada minuto o aperto ficava maior, já que quem tinha chegado tarde estava empurrando o máximo que podia para chegar mais perto.

A cada meia hora ouvíamos alguém gritar “Chama o bombeiro, a menina aqui desmaiou!”. Os seguranças tentavam evitar os estragos distribuindo água de graça para o público que estava espremido na frente, mas foram muitas as pessoas que não agüentaram.

Às 19 horas os telões acenderam, passando algumas normas de segurança e alguns clipes de bandas – de alguma forma – relacionadas ao One Direction. As pessoas estavam alucinadas, como se o show já tivesse começado, e o empurra-empurra era cada vez maior.

Finalmente, às 19h30 a banda brasileira P9 entrou no palco, para o show de abertura. Depois de cinco músicas, o mini-show acabou e a espera ficou ainda mais difícil. Trinta minutos passando os mesmos clipes que já tinham sido passados anteriormente, até que as luzes se apagaram e o público gritou em uníssono.

Quando Harry, Louis, Zayn, Liam e Niall entraram no palco, já não era possível manter as pessoas que estavam comigo no meu campo de visão. As meninas enlouqueceram, não se importavam com quem estava na frente, e saíram pulando pelo Morumbi.

Demorou certo tempo até que os ânimos se acalmassem, mas a cada frase dita por um dos meninos, o público gritava com toda a força que tinham.

O show

Os meninos estavam animados, falando a todo o momento que amavam o Brasil e que este era o melhor país do mundo. Até que receberam uma surpresa de Pelé: o ex-jogador apareceu no telão, em um vídeo, parabenizando a banda, e oferecendo uma camiseta da seleção brasileira para cada integrante. Após a troca de roupa, Niall Horan voltou vestido com a camiseta, levando os fãs à loucura mais uma vez.



O show de sábado (10) foi o maior show da história do One Direction. Com mais de 64 mil pessoas na platéia, os garotos disseram estar surpresos com o tamanho do lugar, e agradeceram às fãs brasileiras pelo carinho.

Depois de mais ou menos uma hora e meia de show, 23 músicas e um pouco de conversa, uma queima de fogos distraiu as fãs enquanto os artistas saíram de fininho do estádio. Mariana e Maria Clara estavam muito cansadas, mas ainda voltariam à fila no dia seguinte, às 07 da manhã, para assistir ao show pela segunda vez.

Segunda-feira, às 07 da manhã, depois de ter ido aos dois shows, Mariana chegou a Cuiabá e foi direto para seu internato na Universidade de Cuiabá. Não era preciso nem perguntar se todo o esforço valeu à pena, pois a fã afirma com toda a certeza que “faria tudo de novo”.

A banda

A banda One Direction tem como integrantes quatro britânicos (Zayn Malik, Harry Styles, Liam Payne e Louis Tomlinson) e um irlandês (Niall Horan). Ela foi formada em 2010 na cidade de Londres, no Reino Unido, a partir do reality show musical “The X Factor.”

Os integrantes a priori competiram na categoria solo, mas depois foram unidos pelos cantores Simon Cowell e Nicole Scherzinger, e passaram a competir como banda. Eles acabaram em terceiro lugar no programa.
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