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Quinta-feira, 02 de maio de 2024

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o falo na arte

Revista TRIP aborda o pênis na arte contemporânea e Adir Sodré é referência ao retratar sexualidade

Foto: Adir Sodré

Revista TRIP aborda o pênis na arte contemporânea e Adir Sodré é referência ao retratar sexualidade
Pinceladas fortes, cores que gritam na tela e dão vida aos pênis voadores, aos anjos cândidos, as frutas sexualizadas com melancias como vaginas, e ao toque regional de Mato Grosso, com elementos que dialogam entre si para representar uma estética artística incomum, mas marcante. Por trazer a sexualidade com ares ingênuos, ligados sempre ao natural e à ideia do divino, que o artista Adir Sodré foi retratado em uma matéria no site da Revista Trip que aborda o falo na arte contemporânea. Para ler a matéria na íntegra, clique AQUI.

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A matéria traz a retratação do falo na arte contemporânea, que ganha ares mais libertários, com uma abordagem que traduz os conceitos sexuais do nosso tempo, até com fetiches e perversidades. O especialista em arte erótica e professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Roaleno Amâncio Costa, explica que ‘o pênis aparece em um contexto mais libertário e, ao mesmo tempo, mais simbólico (...). Na arte contemporânea, não trabalhamos mais com regras, como havia em outros momentos. Hoje pode se fazer de tudo. Pode, inclusive estar ligado a ideia do falocentrismo’, disse à Trip.

Entre os nomes aventados pela matéria que retratam a genitália masculina na arte, está o escultor norte-americano Jeff Koons, que realizou uma série de grandes pinturas hiper-realistas, e também o fotógrafo Robert Mapplethorpe que trabalha com temáticas como sadomasoquismo e homossexualidade. Uma de suas fotografias feita em Londres, mostra um homem negro de terno com o falo para fora do zíper. Esta imagem chegou a ser retratada em um dos quadros de Adir Sodré.

A reportagem acrescenta que na história da arte, o falo sofreu repressão durante os séculos XIII e XIV pela Igreja Católica, devido as imagens explicitadas em romances eróticos, criando aí a noção de pornografia em função desses livros revelarem o que acontecia nos castelos e monastérios. E por isto o caráter libertário adotado na contemporaneidade.



A Revista Trip entrevistou também a professora de Estudos da Cultura Contemporânea da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Icléia Rodrigues de Lima Gomes que cita também as obras hiper-realistas do escultor australiano Ron Mueck. “Ele tem esculturas gigantes com genitálias masculinas, e fez, por exemplo, a genitália do pai dele morto. O que essa obra provoca e faz com a gente? Ou seja, não é a genitália que é erótica, mas aquilo que ela está fazendo junto com outra genitália. (...) Então, talvez haja aí mais a sensação de que estou sendo informada do que uma estesia (habilidade de entender sentimentos) da obra de arte”, avaliou.

A professora também ressalta as gigantes esculturas de Francisco Brennand, presentes em locais públicos, como o aeroporto internacional de Recife (PE) e o parque das esculturas no Recife Antigo. Além disso, Icléia não deixou de ressaltar o artista plástico mato-grossense, nosso Adir Sodré.



“Ele teve uma tela vendida para um estrangeiro por 8 mil reais, em que mostra um festival de pênis alados e vaginas como botão de flor. E as pessoas amam. Parece um naïf, uma arte ingênua, sem julgar meu amigo e aluno”, comentou.

Adir Sodré revela admiração pelo pintor francês Henri Matisse (1869-1954), ao empregar cores puras e elementos decorativos com o erotismo presente, como em Falos e Flores (1986) ou Orgia das Frutas (1987). Entre outros pintores como referência podemos citar Van Gogh (1853-1890) e Diego Velázquez (1599-1660).

“Dono de uma pintura visceral, um grande colorista, um grande artista. Esse cara foi colocado entre os 100 maiores artistas do século passado, nos catálogos dos Museus de Arte Moderna, de São Paulo, Paris e Nova Iorque. Continua ativo, vivíssimo e pintando. Sempre pintando, essa é a sua sina: pintar, pintar e pintar”, afirmou o artivista Eduardo Ferreira.



Já o ex-secretário de Cultura, Mário Olímpio cita a antropofogia presente em Adir: “Mas rapidamente descobriu que a pintura é, também, uma linguagem, com suas leis específicas. A partir dessa descoberta e procurando compensar as carências de sua formação, passou a devorar velozmente, como um antropófago, tudo o que lhe caía nas mãos.Com um apetite insaciável, participa do suculento banquete da história da arte, brasileira e internacional, com a sem-cerimônia de quem não foi convidado, transformando suastelas numa verdadeira orgia visual. Philip Guston, Matisse, Chagall, Manet, Tarsila,Guignard, Manuel da Costa Athayde, a pop-art, o pattern, miniaturas persas, a arteerótica da Índia, e-makemonos japoneses, tudo é devorado por ele, vorazmente,pantagruelicamente, com casca e tudo.Põe tudo o que vê num único prato, perdão, num único quadro, o lirismo guignardiano e a erótica picassiana, os mitos da cultura de massa e os temas da atualidade mundial. Sua pintura é um interminável dejeuner sur l’art (almoço em arte)”, concluiu.
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