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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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Waldomiro de Deus

Um dos maiores pintores primitivistas do Brasil vem à Cuiabá buscar inspiração

Foto: Reprodução

Um dos maiores pintores primitivistas do Brasil vem à Cuiabá buscar inspiração
“É realmente de Deus esse Waldomiro que reinventa a vida com a pureza de sua ingênua sabedoria. Um poeta do povo, um mágico. Jogral a misturar as cores como quem faz versos ou inventa um passo de dança, recriando a vida com amor, Waldomiro de Deus nos oferece com sua pintura o que de melhor existe: o gosto de viver, a fraternidade, a ternura”, disse o escritor Jorge Amado sobre o pintor baiano Waldomiro de Deus, que chega nesta sexta-feira (22) à Cuiabá.

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Waldomiro é reconhecido como pintor primitivista tanto no Brasil, quanto no exterior, onde já expôs suas pintura em vários países (como Itália, França e Israel). Em 1983, foi premiado com Awarding the Statue of Victory pelo Centro Studi e Ricerche Delle Nazioni. Em 200, teve sua própria sala na Quinta Bienal Naifs do Brasil.

O artista plástico vem à Cuiabá nesta sexta (22) para aproveitar suas férias, buscar inspiração e, talvez, formar um novo mercado consumidor. O pintor ainda aproveitará a ocasião para tomar um “tchá co bolo” com a imprensa cuiabana na Galeria de Artes da Peixaria Mirantes das Águas, de William Gama. As obras de Waldomiro também estarão expostas no local.



Foi em 1966 que o artista Waldomiro de Deus conseguiu no Brasil maior visibilidade para sua obra, ao participar, entre outras exposições, da I Bienal Nacional de Artes Plásticas, realizada em Salvador, Bahia. Nessa mostra, Waldomiro expôs três pinturas referenciadas em viagens interplanetárias. Datam desse ano suas primeiras exposições coletivas no exterior, realizadas na Rússia, Polônia e França (Brasil Imprévu). Essas participações abriram-lhe as portas da IX Bienal Internacional de São Paulo. A partir de então, sua participação em mostras internacionais se intensificou.

As décadas de 80 foram marcadas pela ascensão dos temas religiosos, alguns de viés polêmicos, como suas iconografias de Nossa Senhora de mini-saia e Jesus Cristo com bermuda. Nos anos 90, temas religiosos carregados de misticismo persistiram, mas o pintor discutiu também em suas telas a violência urbana, as agressões à natureza, os sequestros e as chacinas, sem abandonar seus anjos, pássaros, flores, pastores e rebanhos. Waldomiro tornou-se um dos artistas mais conhecidos pelo povo brasileiro em decorrência de sua forte presença na mídia e em centenas de escolas, nas quais sua obra é “relida” por crianças e adolescentes.



A primeira década do novo milênio, mais extensamente apresentada nessa mostra é de grande riqueza temática. Dentro da tendência de problematizar tragédias de monta, Waldomiro pintou o desmoronamento das torres gêmeas de Nova York, o acidente ocorrido durante as obras de uma estação de metrô em São Paulo, as chacinas de periferia e o tsunami que atingiu o Japão após terremoto de 8.9 graus.

O viés religioso continua forte em suas obras. A ação política continua presente em seu trabalho que chama a atenção para desvios de ética, suborno e corrupção. As telas de impacto surgem em meio a outras de natureza patriótica e de outras impregnadas de romantismo e de alegria de viver. Waldomiro de Deus é um valor emblemático no contexto da arte brasileira e sua obra faz jus à sua popularidade.
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