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Quarta-feira, 24 de abril de 2024

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Alto do Céu

Uma queda com muita beleza e adrenalina: Tirolesa Voo da Águia é sensação em Chapada

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Reta final da tirolesa.

Reta final da tirolesa.

A subida íngreme, estreita e cheia de curvas sinuosas para chegar a fazenda Alto do Céu, em Chapada dos Guimarães, é compensada pela paisagem que se encontra ao chegar no topo. Primeiro, um restaurante pequeno e aconchegante em meio a uma clareira do capim da região. Depois, após uma trilha de 700 metros, sem muito desnível, um mirante de tirar o folego: O Ninho da Águia.

De lá, é possível ver toda baixada cuiabana, a cidade que parece isolada no meio de tanto verde, do Morro de Santo Antônio, dos paredões e do Morro de São Jerônimo. Virado para o Oeste, o Ninho da Águia permite uma visão única do por do Sol, em que os tons solares dão, aos poucos, lugar para as luzes coloridas da cidade. A beleza já transformou o lugar em novo “point” para books fotográficos de casamento - pode usar o lugar, só não leve canhões de papel picado; a natureza agradece.


A vista de quem está prestes a "se jogar" na tirolesa. Não é a toa que uma onça escolheu a área como casa. Mas relaxa, a trilha é segura.

E fica ainda melhor para quem não quer apenas fotos bonitas, mas também poder aproveitar todo encanto do Ninho da Águia com uma dose extra de adrenalina: No topo do mirante fica a tirolesa Voo da Águia, a maior do Centro Oeste, com 750 metros de cabo, 100 metros de desnível e uma quilometragem não medida em uma vista de tirar o fôlego.

Uma pessoa média, de 80 kg, alcança 120 km/h em um dia sem vento. Se a corrente de ar estiver a favor, a velocidade pode ser ainda maior. E tudo com o risco mínimo. A tirolesa foi montada com a assessoria do paraquedista Sandro Marcos da Silva, de Santa Catarina, profissional com 25 anos de experiência em esportes radicais.


E, se você olhar para trás enquanto desce, essa é a vista. Adrenalina somada a uma carga de belezas naturais sem igual.

As normas brasileiras exigem dois tipos diferentes de freios, mas trabalhamos com três. O 1º é um freio humano em duas polias e dois mosquetões em uma corda de 80 metros, operado por um monitor usando luvas. O 2º é um backup, um mosquetão no meio do cabo, apoiado por duas cordas laterais, fixado no meio do rolo. O 3º é uma rede de segurança.

“Temos uma equipe muito afinada. A segurança em primeiro lugar. Aqui a gente fala que amarramos a pessoa e jogamos do paredão”, brincou Ginseng Mateus, um dos membros da equipe Voo da Águia, ainda forma por Jane de Jesus, Eduardo Muxfeld e Uelvis, todos treinador por Sandro Marcos.

Beleza e satisfação pessoal

Se adrenalina com segurança não for suficiente, a beleza do lugar se torna um atrativo extra para descer a tirolesa. “Pode não ser a maior do Brasil, mas é a mais bonita”, resume Nilton Amazonas, 55 anos, sócio e operador da tirolesa. Hippie, nascido em São Paulo, Nilton vive há mais de 30 anos em Chapada. Marceneiro, carpinteiro, artesão e guia turístico, foi um dos fundadores da extinta Arca - Associação para Recuperação e Conservação do Ambiente, entidade importante na história da criação do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães.


Nilton se mudou para chapada em uma caravana com o objetivo de criar de uma escola agrícola para menores abandonados. Vieram cinco casais com o intuído de adotar uma criança e criá-los em uma fazenda ecológica. Contudo, tão logo chegaram, os casais entraram crise e o projeto ficou só no papel. Dos 10, nove foram embora. Nilton foi o único a permanecer em Chapada.

Ele e Fernando Almeida, 63, tiveram juntos a ideia da tirolesa há três décadas atrás, quando o segundo comprou a fazenda Alto do Céus. Os dois sempre conversaram a respeito, mas alguma coisa sempre os fazia deixar o projeto para depois. Recentemente quem deu o empurrão para tudo começar foi um terceiro amigo, “Lino”, que acabou “pulando fora” depois. Como já estavam com trabalho de avaliação de terreno e medição avançados, Nilton e Fernando decidiram continuar com o projeto.

Para Fernando, foi uma redescoberta profissional. Formado em engenharia no Rio de Janeiro, trabalhou muitos anos no Ministério da Fazenda, teve uma passagem pela Companhia Nacional de Habitação e criou uma rádio em Chapada dos Guimarães que tocou por 20 anos. Mas, foram os últimos quatro anos, que trabalhou com turismo, o ápice da satisfação pessoal.


Fernando faz a recepção para os visitantes, no restaurante. Sereno, sua maior preocupação é manter a preservação do lugar que ele reflorestou coom tanto carinho pessoal. Seu próximo projeto é reativar as trilhas do lugar, as quais passam pelas bordas dos paredões.

Uma descoberto construída lentamente desde quanto ele comprou a propriedade. Naquela época, havia pasto para gado e uma roça de hortaliças, grãos e tubérculos de um pequeno grupo de agricultores. Outro problema era o grande número de caçadores. Logo no começo ele reflorestou metade da área. Pouco a pouco os animais foram voltando. Cachorro do mato (lobinho), o lobo guará (lobão), cobras e até uma onça.

“Não tem motivo para criar gado aqui. Só criar um problema ambiental terrível e não tem lucro nenhum. Chapada é um lugar lindo. Tem roteiro aventura, gastronômico, fotográfico. Só nos falta os corredores ecológicos entre as propriedades. Olha, já fiz muita coisa, mas é de turismo que estou gostando mesmo”, conta.

Serviço:
Tirolesa Voo da Águia
Local: Fazenda Alto do Céu, Mirante Voo da Águia
Endereço: Rodovia Emanuel Pinheiro (MT-251 Chapada à Cuiábá), virar a direita na estrada que dá acesso a base da Aeronáutica, 10 km antes da cidade de Chapada dos Guimarães.
Preço: R$ 10 para visitação do Mirante ou R$ 60 para saltar da tirolesa.

O Olhar Conceito visitou o local a convite da Equipe Voo da Águia
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