Olhar Conceito

Quinta-feira, 28 de março de 2024

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após repercussão

Veja a íntegra da entrevista concedida por Bruno Kayapy ao Olhar Conceito sobre mudança para SP

Foto: Reprodução

Veja a íntegra da entrevista concedida por Bruno Kayapy ao Olhar Conceito sobre mudança para SP
Após a repercussão da matéria "Bruno Kayapy, ex-guitarrista do Macaco Bong, abre estúdio em SP e pretende 'nunca mais voltar a Cuiabá'", Olhar Conceito publica abaixo a íntegra da entrevista, concedida pelo artista por email à reportagem. Na primeira publicação, que foi ao ar na última terça-feira (27), as respostas não foram reproduzidas na íntegra por questões de espaço e facilidade para a leitura. Para evitar quaisquer dúvidas, segue a entrevista ipsis litteris:

Leia mais:
Bruno Kayapy, ex-guitarrista do Macaco Bong, abre estúdio em SP e pretende 'nunca mais voltar a Cuiabá'

1- Com quantos anos você começou o relacionamento com a música? Quais os primeiros instrumentos que aprendeu?

[Bruno] Comecei aos 6 anos ouvindo Black Sabbath! queria desde moleque uma guitarra,mas só fui conseguir ter uma aos 11 quando já tinha mais noção sobre sons,guitarra e música. Comecei com Violão,Batera e Baixo.

2- O Macaco Bong foi uma parte importante da sua trajetória como músico (acredito). Apesar de todos os problemas e dificuldades, o que você aprendeu enquanto tocava com a banda?

[Bruno]:
Aprendi que Deus escreve em linhas tortas. (rs)
Tem muitos pontos positivos nas experiências que adquiri e todos foram peças fundamentais no processo,não existe a figura do mais importante na história do macaco bong. Porém vejo que a banda poderia estar levantando a bandeira do estado por aí ainda mundo afora,gravando bons discos,tendo uma boa relação e levando a vida numa boa construindo sua história até que a ¨morte natural dela nos separasse¨ se não fosse a política da destruição e do esvaziamento político,todo esse tipo de ¨holofotismo político¨ por parte da critica e da opinião do senso comum devido ás polêmicas do meu desligamento com o fora do eixo,prejudicou bastante a minha carreira no atual momento,por alimentar simbolos que tem uma conveniência maior na relação com a ¨política da simbologia favorável¨ e devido á toda essa histoíra hoje boa parte da cena me trata de um jeito nada agradável pra um trabalhador da música autoral,mesmo se tendo o melhor de minhas intenções,é como se tivessem me condenando o tempo todo por algo,com leves tirações,talvez por ter trabalhado com o Fora do eixo e o capilé em meu passado como inclusive justificam durante diversos contatos que tive com diferentes pessoas na cidade durante a organização do Festival Bananêra Elétrica. Aprendi muita coisa,estou publicando um livro em breve que compartilho toda a parte boa que aprendi nesses 10 anos de banda, ¨Musicar a Música¨ vai se chamar o livro,o lançamento será independente.


3- Até pouco tempo, você ainda tocava no Macaco Bong, em novo formato. Porque decidiram acabar de vez?

[Bruno] Veja bem...

(Primeiro) o Macaco Bong nunca bombou,isso quem vendeu no externo foi o Fora do eixo que fez a política dela,o que de certa forma fez com o processo ganhasse crédito político pra com as bandas locais vendendo uma espécie de poder de articulação através de uma rede de música que na verdade vinha do Macaco Bong atuando na costura da coisa e o fora do eixo fazendo o institucional consolidando-se com um tempo de vez como uma marca politica passando assim á representar uma determinada rede nacional de tecnologia social que mais usa a música como ¨trampolim¨. Após meu rompimento oficial com o Fora do Eixo,de lá pra cá organizei 3 festivais,fundei uma revista eletrônica,lancei duas coletâneas,estou para lançar a terceira,já são mais de 30 bandas lançadas na revista,fiz 40 shows em uma turnê com a nova formação,fundei diversos novos projetos tudo em um curto prazo de um ano,jamais eu poderia fazer isso se eu ainda estivesse no fora do eixo.

Por isso sempre briguei,pela minha autonomia,por isso fazem questão de dizerem por aí o que dizem sobre mim,o real motivo que culminou tudo isso foi que jamais permiti que eles tivessem controle sobre mim,é só por isso. A minha imagem e a da banda em uma espécie hoje é tirada de ¨verme¨. Não aceitaram que fossemos parceiros nessas condições sem controle sobre minha pessoa,queriam ditar cada passo meu,queriam ter controle sobre o que eles deviam achar o que era bom ou ruim pra mim e não o que eu achava e pudesse escolher,com um tempo não teve negociação,ficou insustentável,óbvio! Você deixaria o ¨Pablo¨ controlar a sua vida? Ok,fase um,o meu rompimento com eles foi basicamente isso,o início.

(segundo) tem muita gente que acha que o macaco bong era super valorizado pelo fora do eixo,o que nunca foi verdade! sim,éramos a banda com mais credibilidade,por quê? Quem estava carregando caixa manhã,tarde e noite,limpando o chão das ¨salinhas¨ no cubo,cuidando do estúdio,atendendo a galera,ralando dia e noite? Macaco Bong!... limpando até a sala do capilé quando era preciso,do estúdio,dos banheiros após os eventos em outros locais... Mas o nosso corre,Macaco Bong quem fazia e cuidava era a gente +Fulano+Ciclano+Beltrano...foi a somatização de uma série de forças que não se resumia á pessoas de Cuiabá,na real de Cuiabá éramos apenas nós mesmo da banda. Quem foi o cara que alavancou a carreira da banda e emplacou uma série de coisas grandes para o Macaco Bong como grandes festivais entre coisas foi o Fabrício Nobre (ex-monstro discos/ a construtora) e João Marcelo Boscoli (Trama Gravadora) o filho da Elis Regina.

Não foi nem nós do Macaco Bong e nem Pablo Capilé ou o fora do eixo. Macaco + Fora do Eixo tinha interlocução apenas com uma restrita rota de música que eram os ¨pontos fora do eixo¨ pelo brasil afora,eram rolês pequenos,hospedagem na casa da galera,muitos sem cachê,sempre tinha que ir bancando,era roots o negócio. Muito diferente dos esquemas do Fabrício Nobre que era Pop Montreal,VMB,SWU,Planeta Terra,Multishow,Macaco e Convidados, hotel hilton,hotel bristol,aérea,rangão e cachê top,Macaco Bong e Gilberto Gil,esse é o trabalho dele,de competência exclusiva do,F.Nobre.

Em relação á cena local era assim,enquanto a gente vestia a camisa,a maioria dos demais de bandas locais viviam de rabo preso com a parada, e me pergunto: queriam ter credibilidade,como? isso que éramos a ¨bandinha preferida¨ e viviamos sujos,fedidos,morto de cansaço,só o kimba!rs.. catando garrafa e lata vazia durante os eventos e depois limpava tudo a carniça dos outros,eu era o ¨carinha do som¨ antes do evento,o ¨carinha do lixo¨ durante o evento e ¨porra nenhuma¨ no final do evento,hoje dou muita risada disso,era surreal...e tudo isso rolava,ao mesmo tempo com meu disco eleito em primeiro lugar dos 25 melhores do ano pela Rolling Stone sem que isso tivesse algum tipo de influência qualquer sobre o rala do dia a dia e que o prêmio na verdade pouco me importava,sempre curti ralar na parada,sempre no dia a dia limpando a carniça dos outros numa boa. as pessoas não se ligam nisso porque vive com a cara pregada no computador,¨diz que fazendo planilha de cálculos¨ ou no facebook,julga por imagens e curtidas de post,tem gente que pensa que montei o Macaco Bong e fui bater na porta do cubo buscando oportunidades,de jeito algum,cheguei lá sem banda ainda moleque,montei o Macaco Bong depois 5 anos que já trabalhava no rolê aí na cena, fiquei 5 anos tocando no início no Donalua que não durou muito tempo porque era horrível,depois fiz um som o Papo Amarelo na última formação da banda e tocava em alguns bares como o ¨Entretanto¨.

O macaco bong foi assim que cresceu no rolê,se todos notavam essa diferença no Macaco Bong,podiam terem se perguntado mais ao invés de nos tirar de E.T ou achar que fiz pacto com o diabo e perceberem a raíz da coisa. Não estava tudo certo e era preciso muito trabalho pra ouvirem o grito de Cuiabá lá fora no início,ao invés de sacarem isso me tiravam de idiota,arrogante,lunático,mentiroso e trouxa,não sacavam que era real o quanto de trabalho á ser feito e muita gente ali só de curtição como se tivéssem assinado um contrato com uma grande gravadora e o Macaco ali na integridade total do processo,sempre no sapato. Seja por onde foi que passamos,estávamos levando ali o canto do congo de Vila Bela da Santíssima Trindade junto em nosso som,levando a atitude do nosso underground que inspirei da GTW,levando minha linguagem musical na guitarra inspirada no Ebinho Cardoso,éramos uma banda 100% Cuiabana,botando pra ferver com tudo lá fora por onde a gente passava,onde for que fosse o show,as pessoas ficavam de queixo caído com tudo o que assistiam,de onde vem aquelas melodias,aquele ritmo,sem vocal,intenso,harmonioso,consistente...

Quando encerrávamos o show com a música ¨vamodahmaiuma¨ e todos cantavam a melodia dela do final em coro era o ápice do show,levamos a bandeira de nosso estado nas bagagens e por onde pisamos mandamos bem pra caralho em cada show,o palco ficava pequeno para a porrada que era esse trio,procura aí no google alguém falando mal de algum show do Macaco Bong pra ver se encontra algo relacionado...naquela altura havia uma outra banda local preparada para tal,no mesmo nível? sob os olhares da crítica...Quero ver banda daí encarar show pra 10 pessoas que só tinha crítico que não aplaude você depois que acaba a música,procurando os mínimos detalhes e depois fazerem uma resenha grandiosa sobre o show,ou então encarar mais de 30mil pessoas sem tremer na base,em Cuiabá ouço gente falar em frio na barriga antes de subir em palco de pub quem dirá uma banda dessa enfrentar 40mil pessoas em uma arena em são paulo abrindo pra banda internacional renomada com público olhando pra vc segurando um objeto na mão pra atacar em você,assim como fizeram com o Fresno quando foram abrir para o Bon Jovi,O macaco bong abrindo pro SOAD não poderia ser diferente,e foi,geral amou,não atacaram nada na gente e conquistamos muitos fãs,inclusive os próprios caras da banda que escolheram a gente pra abrir o show deles,não foi articulação,a produção daqui enviou pra eles uma lista com 10 bandas nacionais e eles escolheram o Macaco Bong pra abrir dentre as 10. Foi inusitado até mesmo pra gente....

Lá atrás,era tudo muito do zero,foi preciso muito trabalho pra galera ter o que tem hoje aí que é quase nada na real,esse quase nada foi com muito rala e não temos do que reclamar hoje,se não fosse muitas bandas,não só o Macaco,mas Porcas borboletas,hoje aqui no Brasil a condição de poder girar pelo país tocando é muito maior do que antes quando começamos em 2004,todos nós entendemos o rolê juntos em uma mesma época,Macaco e demais bandas que citei e mais um tanto,e fomos abrindo rotas,fazendo turnês juntos desde aquela época,costurando a coisa.

Ou seja,tenho uma visão clara de até a onde a coisa vai em todos os níveis,me compreende? Não toco mais em palcos,mas ainda comercializo meu produto de diferentes formas,tenho boas vendas de download no itunes,vendo sincronizações de mídia no exterior de minhas músicas o que é bem legal,...nada está perdido!

Sabe o significado de Macaco Bong em sua pura essência do nome? quer dizer que agora é você no comando e não um ¨Deus¨,significa a importância da liberdade de conduta livre dos seres plenos,o objeto ¨Bong¨ é uma invensão humana pré-histórica já comprovado cientificamente,o Macaco Bong em sua pura essência e simbologia pra quem não conhece significa isso! Profissionalmente aprendi tudo de melhor,tocando em palcos horríveis o que me ensinou muito sim,naquele início,toquei também nos melhores palcos do país e nos piores e melhores festivais do brasil e do mundo o que é louco também,tocar em um pub pra 50 pessoas já era massa pra gente,mas tocar em arenas pra 50.000 pessoas vibrando com nosso show do começo ao fim foi alucinante e gratificante,inesquecíveis momentos do tipo quando fechar uma noite com Nação Zumbi e Sepultura em 2007 na Feira música Brasil no marco zero em Recife-PE de graça pra aproximadamente 100mil pessoas,de quando abrimos o show para o System of a Down em São Paulo no Jockey pra mais de 40mil pessoas,o único show deles feito até o atual momento no Brasil que foi em 2011 quando eles vieram ao Rock in Rio,em 2009 pude dividir palco também com Iggy Pop,Primal Scream,The XX,Wilco,The Battles,Sonic Youth,conhecer o Thuston Moore e a Kim Gordon,2010 Rage Against the Machine,The Mars Volta,Pixies,Tortoise,além de ter dividido palco com toda a nata da música nacional,tendo tocado de diversas formas sendo dividindo palco ou como convidado por muitos artistas como Siba,Pitty,Emicida,Gilberto Gil,Jards Macalé entre outros. E sabe de uma coisa? Isso não é Hype,vou te explicar porque: é muito comum você ver bandas que a galera não conhece de nome direito tocando por aí em grandes festivais e até mesmo junto com artistas grandes em projetos experimentais juntos hoje em dia,assim como foi o nosso com Gil chamado ¨Projeto Futurível¨,rola muito isso,mas logo amanhã já ¨esquecem¨ de você,não é o mesmo impacto de quem já é grande,pra manter a marca a sua banda bombando aí são outros quinhentos,se for independente é grana meu filho! Rex...se não,assina com uma gravadora,SE ela gostar do som,SE o dono da gravadora por com sua cara e SE você deixar eles fazerem o que quiserem contigo,inclusive te congelar por tempo indeterminado se for o caso,porque o momento pode estar focado para outra banda do casting da gravadora,ou seja,não basta ter talento,infelizmente.

Criolo é Fenômeno raro,só existe UM Criolo a cada 50 anos no Brasil. entende? é igual o Sepultura para o Mundo ou o Emicida,o Cansei de ser Sexy. são casos raro,isso é uma banda que BOMBA! o macaco em 10 anos esteve muito longe disso tudo,ok vai lá,temos os nossos prêmios,mas tinhamos ainda a barreira de ser instrumental,sem vocal...ainda no Brasil o instrumental vai até ali,mesmo o macaco tendo ido muito longe em comparação há uma banda de rock n roll instrumental do cerrado.

Mas é assim que funciona e o barato é esse,nada disso também vai te impedir de você conseguir fechar um bom acordo de um show pra sua banda pequena e médio porte em uma cidade por aqui ou no exterior e montar a sua turnê,receber teu cachê honesto,fazer um bom show com teus equipamentos,fazer bons contatos,vender teus discos e camisetas da banda na estrada,levantar um grana e voltar bem pra casa que você mora e vive de aluguel,tem os seus equipamentos,rango estocado,mesmo se você tomar uma ¨rézinha¨ básica,faz parte...Você pode rodar o mundo assim tocando nos maiores festivais do planeta ao lado de grandes nomes,não é fácil entrar,claro,mas tem como,tem programas de incentivo pra isso,tem que ficar em cima,é trabalho,se não tiver um jeito haverá outro com certeza,tem outros meios,a insistência está aí pra isso,tem que colar nos lugares certos e buscar as pessoas certas principalmente. Essa é a verdadeira vida de músico!!! O macaco pôde conquistar uma autonomia incrível pra uma banda instrumental que saiu de Cuiabá ainda,é claro que o fora do eixo super tem a sua importância nisso,mas isso não reflete na minha posição em relação as politicas internas que culminou no rompimento de minha relação com eles,eu tive os meus motivos pessoais e é uma pena a maioria ignorar isso e me repudiar por um tipo de corporativismo hipócrita com argumentos descabíveis pautada somente pelo conceito do ¨valor significativo¨ e por ¨simbolos deturpados¨ sobre a minha história,isso nunca foi interessante pra mim,sempre segui a mão contrária disso que é não estar a mercer de congelamento e hype e sim por uma outra mão que é um tipo de fluxo continuo que é Estúdio,Palco,Estrada ano á ano sem parar. é melhor o cara nem pensar em falar algo referente ao macaco bong se achando o entendedor do assunto por aí,pra não dizer pensar 10x. Não vejo nenhuma outra banda vivendo um tipo de contexto nem sequer parecido,O Macaco foi cobaia de um absurdo que uma banda brasileira pôde passar de ruim e desumano,para que jamais isso se repita com outra banda na história,tudo de ruim que uma banda poderia passar,O macaco serviu de exemplo. Apesar de tudo,se queriam que o Macaco Bong não me fizesse bem por acharem que jamais merecesse aquilo que a banda alcançou,sendo de uma ou de outra forma,conseguiram fazer não me sentir mais como um membro daquela família,era como se você fosse pai de uma criança e se viu na necessidade de brigar pela paternidade dela quando por exemplo insistiram em dissociar ¨ Bruno Kayapy¨ de ¨Macaco Bong¨.

Quem matou a banda não foram somente os meus problemas prejudicados pelo Fora do Eixo,foi a própria cena em si e isso me desmotivou de certa forma á seguir a minha carreira não somente com o Macaco Bong nos palcos,senti uma vibe na galera meio de que como se fosse uma tentativa por parte da cena de descontar no Macaco Bong tudo de ruim que gostariam de fazer contra o Fora do Eixo,á troco de nada na verdade,por pura babaquice mesmo. Não dão valor e nem respeitam a banda por tudo que ela representou na história da música local e acima de tudo a brasileira,não é a toa que sou citado no recém-lançado livro ¨Heróis da Guitarra Brasileira¨ escrito por Ricardo Fosch e Leandro Souto de RJ,um livro que consiste em uma ampla pesquisa sobre a história da guitarra no brasil com Pepeu Gomes,Frejat,Andreas Kisser,Kiko Loureiro entre outros...sabe o significado disso? é porque o Macaco Bong havia nascido pra isso,pra ser divisora de águas,assim como ela foi na vida de muita gente,ela tem sua história também com a guitarra e com a música brasileira que foi totalmente ignorada no âmbito artístico pelos demais que faziam parte do convívio com a banda e nunca sequer realmente entenderam a proposta artística do macaco até hoje,são artisticamente pessoas ignorantes,nem mesmo aqueles que tocaram e estiverem ao meu lado entenderam o Som que estavam fazendo e o que aquilo estava dizendo dos mais de 1000 shows que eles viram ou fizeram. Macaco Bong seria uma banda pra vida toda artisticamente falando,as idéias e possibilidades na construção de linguagens em suas composições são infinitas,uma baita contribuição pra música brasileira no aspecto artístico e a galera não tem noção disso aí que mesmo tendo acabado todos os vinculos políticos de minha trajetória com a guitarra através da banda nos palcos,ainda continua de alguma forma viva pulsando em mim toda aquela magia,sem contar que muitas bandas não param de surgir por influência do Macaco e isso sinceramente já é o suficiente pra me realizar por completo em tudo que já fiz com essa banda incrível e até misteriosa de certa forma pra mim particularmente falando que é o Macaco Bong.

Afinal,estou é muito bem,morando bem,dormindo bem,comendo bem,com minhas contas em dia,saúde 100% e já bem resolvido comigo essas questões de meu passado numa boa,tenho viagens planejadas para o exterior á negócios em breve,fazendo excelentes negócios por sinal com meus projetos por aqui em São Paulo e me sinto melhor assim,seguindo meu bonde como sempre,cuidando da minha vida ao lado de pessoas que me acrescentem de alguma forma recíproca algum tipo ou espécie de amor em comum em uma vida harmoniosa como tem sido por aqui em SP.
Infelizmente a cena de Cuiabá não sabe ser recíproca com nada. Não sabe agradecer pelo que você faz pelo outro,fazem vista grossa sobre seus projetos,tentam te boicotar,não existe parceria,é tão diferente de São Paulo,de Pernambuco,de Porto Alegre,é tão diferente do que é o Brasil hoje,é uma cultura xucra que só sabe destruir e desmotivar os outros puxando o tapete abaixo na maldade mesmo,tem muita gente recalcada e isso é péssimo pra qualquer banda construir sua carreira aí e não só eu,talvez eu tenha sido o primeiro a cara da cena local ter tido esse estralo,acredito que com um tempo muita gente vai sacar o mesmo que saquei e vai ampliar os horizontes de pensamentos e perceberam o quão equivocados foram em terem me subestimado.

Venho ampliando os meus horizontes á base muita auto critica comigo mesmo,é importante contextualizar o fora do eixo e outras questões como resumi ali,por justamente reforçar que não foi isso o motivo apenas,não foi por um motivo romântico,o motivo de eu ter saído dos palcos vai além de cena ou fora do eixo,é para o rumo que vejo como as coisas estão tomando,é por sentir um novo timing,banda grande é negócio falido,rodar gringa,ser figura de banda não demora muito pra se tornar tudo aquilo de mais ridículo e datado de modelo velho que se possa existir no mundo da arte daqui pra frente,o lance daqui pra frente será a ¨repopularização da arte¨,o mundo está entrando em uma outra fase muito mais louca,ser apenas artista ou articulador de movimento vai limitar todo e qualquer ser humano ao conhecimento prendendo ele em processos partidários,está muito diante das possibilidades que surgem hoje proporcionando uma velocidade de conhecimento muito maior pra gente ao ano,do que ficar preocupado com editais,patrocínios,planejamentos..o planejamento na vida do artista é uma das coisas que acredito que estão com seus dias contados,tudo está se tendendo ás vertentes do,espontâneo.

4- Você saiu de Cuiabá. Agora em São Paulo, tem um estúdio, certo? Quais são seus projetos atualmente?

[Bruno]: Tenho um projeto agora que engloba vários outros,basicamente é o ¨Bananêra Elétrica¨ que começou como um festival que organizei em novembro/2014 aí em Cuiabá,ainda permanece como Festival,só que itinerante,á cada ano será realizado em uma cidade diferente da outra,esse ano será em São Paulo. O bananêra elétrica me trouxe o ¨Benedictta 69 Studio¨ que é um estúdio/projeto,nele vou produzir álbuns de bandas,um trabalho que agora estou mais focado em fazer do que os palcos e também um projeto laboratorial de bandas em que abro uma inscriação para um curso de gestão de carreiras,monto uma banda temporária com os inscritos que eu selecionar via questionário informal,trago eles para o estúdio,produzo um álbum com eles e iremos passar por toda a etapa de produção de uma banda e finalizar em uma pequena turnê pela região sudeste e sul do brasil com o projeto,depois cada um segue normalmente com seus projetos,é uma banda laboratório,além disso tem a Revista Eletrônica que fundei +instrumental voltado pra música instrumental,onde volta e meia ainda toco em palco com este projeto,o último encontro rolou em julho no teatro do sesc pompéia e contou com convidados meus,nomes como: Liminha (músico e produtor...Titãs,Rita Lee,Mutantes...) que tocou contrabaixo pra mim,Maestro Spok (Spokfrevo Orquestra) Lucas dos prazeres (percussionista ¨Cordel do Fogo encantado¨) Ricardo Vignini apontado hoje como um dos grandes violeiros do país e o renomado pianista prodígio de pernambuco Vitor Araújo.. o show foi lindo,tenho os áudios gravado do show ao vivo e pretendo lançar em breve pela revista. A +instrumental agora vai realizar um encontro que é todo Domingo na Padoca do Maní,uma parceria com o Restaurante Maní da chef Helena Rizzo,considerada hoje a melhor chef mulher do mundo,iremos reunir música e gastronomia neste projeto que vai se chamar ¨encontro +instrumental¨ nas tardes tranquila de domingo em SP,pra quem conhece a cidade,sabe o quanto especial são as tardes de domingo paulistana,atemporal com o verdadeiro ritmo agitado da cidade,pode-se ouvir até os pássaros cantarem pela cidade de tão calma que fica,as coisas estão se encaixando novamente. Como me referi ao fim da era planejada e bem vindo ao espontâneo,não monto programação de bandas,criei um projeto que é o ¨dê o seu valor¨,o publica leva da casa dele uma cota simbólica de 5 a 10 reais e ele não paga a entrada do evento,ele administra os 5 ou 10 reais dele pra contribuir com os artistas que ele achar merecido,pra um ele doa 2 reais,pra outro 3,até encerrar a sua cota pessoal para quem vai se apresentar ali no ¨Encontro +instrumental¨ na Padoca do Maní durante as tardes de domingo,pra isso vou disponibilizar um chapéu e uma estrutura de som,a padoca vai criar um menú especial para o dia com sandubas,sorvetes artesanais,tem cervejas importadas e litrão tradicional também,é aberto pra rua,no coração do bairro pinheiros...tem algo mais espontâneo do que ¨não ser¨?

5- Vi que você também tem um trabalho como compositor. Desde quando você compõe? Quais os planos para suas músicas autorais?

[Bruno]:
Bom,desde que me entendo como músico aos 15 de idade e hoje com quase 30. Tenho dois álbuns gravados com o Macaco Bong,ambos inclusos na lista dos 25 melhores álbuns do ano pela Rolling Stone,em especial o primeiro álbum ¨artista igual pedreiro¨ que foi eleito em primeiro lugar no ano 2008,neste mesmo prêmio a minha música ¨amendoim¨ foi eleita como a sexta melhor música do ano em uma lista de 10 músicas nacionais pela revista. Sempre fiz música autoral,todas as 25 obras do Macaco Bong são compostas por mim,composição não quer dizer que só existe se houver letra,existe uma diferença entre compositor e letrista,se a pergunta se refere ao fato de letras,não,não pretendo ser letrista,ás vezes escrevo,como hobby,meu lance é o instrumental mesmo,enquanto compositor.

6- Quais são suas inspirações musicais?

[Bruno]: Black Sabbath!!!

7- Você pretende voltar a tocar profissionalmente em alguma banda? Porque?

[Bruno]: á priori não,não posso prever o meu futuro,hoje vivo mais o espontâneo do que o planejado,então á priori não pretendo.

8- Pretende voltar para Cuiabá? Como você enxerga o cenário cultural de Cuiabá atualmente (especificamente para a música)?

[Bruno]: Não pretendo voltar pra Cuiabá! apenas para ver meus sobrinhos,meus irmão e meus pais e alguns amigos dos poucos que tenho aí. Sem comentários para o cenário cultural da cidade,a PM acabou de prender uns amigos meus porque fizeram um grafitte em uma obra no viaduto do Santa Rosa que teve o apoio do Governador Pedro Taques inclusive,entendo também que fosse necessário uma autorização da prefeitura por ser um patromônio,mas e o artista de rua como fica? acho que a prefeitura e a cidadania deve debater isso melhor,isso mancha a nossa imagem cultural pra fora absurdamente,pelos relatos que li a coisa foi feia e é uma pena ver como os artistas foram tratados,espero que se resolva da melhor maneira e fique tudo bem. Não acho que na atual condição a gestão do Juca no Minc ou do Maestro Leandro Carvalho na secretaria estadual seja uma grande conquista,Brasil está devendo até a tampa,a guerra entre PT e PSDB é um impasse nisso e tem gerado muitas crises pra gente.

Vejo que será um desafio muito maior pra eles secretrários e ministro de todo o país do que pra gente,o mundo está prestes á ter uma inversão de valores no jogo e eles tem que estar preparado pra isso,a cultura cyber vai dominar o mundo,secretaria vai deixar de ser necessário por ações futuras semelhantes ao ¨croundfounding¨ de uma forma evoluída,dentre outras coisas que estão para surgir ainda aí que ainda vai chocar muito a humanidade em termos de tecnologia. Por sinal a google acabou de lançar um app que você pode acessar o seu desktop do seu smartphone de qualquer lugar que estiver longe de seu computador,seja o que for que acontecer,a web será a nossa única saída para uma solução,estamos no início de uma nova era.

Fiz um festival na cidade sem recurso público e nem privado,totalmente organizado pela web,levei 5 artistas de fora pra cidade,dentre eles a lenda do Rock brasileiro Wander Wildner (RS) do Replicantes,da vanguarda do rock gaúcho com Júpiter Maçã (RS),valor do ingresso acessível,e simplesmente foram pouco menos de 300 pessoas no Festival,com divulgação em todos os jornais e TV da cidade,ou seja,Cuiabá é uma cidade preconceituosa até mesmo no underground,a própria cena local não sabe dar valor para os artistas locais e para ações como um Bananêra Elétrica sem fins lucrativos,cuiabá é um querendo comer o outro o tempo todo,a primeira oportunidade que o cara tiver pra puxar o seu tapete ele não pensa duas vezes em puxar!! é óbvio que voltarei pra cidade,algumas vezes durante o ano pra ver minha família e pra comer o bolo de arroz da dona eulália,comer churrasco porque a carne daqui é diferente de MT,dar um giro na chapada,curtir com meus sobrinhos,curtir com meus amigos de infância que são eternos amigos e parceiros de primeira linha,somos fiéis escudeiros,tenho excelentes amizades aí,voltarei sim...mas não pretendo encontrar ou ver ninguém de ¨cena¨. muito menos ir á um show na cidade ou blabla de ¨movimento cultural¨. Pensei que tomaria uma ré de aproximadamente 15mil reais no festival bananêra,mas depois que juntei os cofres do evento deu de empatar sem lucro,conforme o esperado e logo menos vem a segunda edição que não será em Cuiabá nunca mais,se depender de mim não toco um riff de guitarra e não organizo um evento meu em Cuiabá nunca mais,posso ajudar alguns parceiros como estou ajudando para um Festival que vai rolar aí em abril e que estou ajudando com os contatos das atrações nacionais,no máximo isso e tão logo meus pais e minha família estará se mudando daí da cidade então quando isso rolar,defintivamente vou encerrar um ciclo de vez com Cuiabá,em breve não terei mais porque pisar aí,e espero isso não demorar muito pra isso acontecer,não quero mais ter a minha família morando aí e eles também já não querem e não aguentam mais ficar aí devido á violência,ao preconceito,clima desagradável de muito calor,mas principalmente por tudo que passamos com essa galera aí da ¨cultura¨. Vou ficar muito contente quando minha família conseguir se mudar daí.


9 - Quais são seus planos para o futuro?

[Bruno]: A gente já vive o futuro,né? costumo dizer isso quando me perguntam isso,o presente pra mim é passado e não existe passado,existe as lembranças sendo boas ou ruins. Acredita estar na era dos 8 bits do início de um novo futuro,uso macbooks,iphone,ipad como se fossem pessoas da minha equipe de trabalho no ¨benedictta 69¨,tenho um excelente estúdio de gravação,vivo conectado nas redes,ou seja,enquanto isso tudo continuar me proporcionando novos projetos como vem acontecendo,trazendo novos bons caminhos pra minha vida pela frente,estarei hackeando tudo,como sempre!

10 - Tem mais alguma coisa que você acha importante dizer?

[Bruno]: ¨As paredes tem ouvidos e o ¨hackeamento¨ também¨. (rs)
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