Mil e quinhentos metros de pista de caminhada, mil e seiscentos metros de ciclovia, academias e parquinhos, e nenhum bebedouro ou vendedor de água por perto. Essa é a principal reclamação de quem visitou o Parque das Águas, inaugurado no último dia 30 de dezembro, aos 45 minutos do segundo tempo da gestão Mauro Mendes.

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A obra foi entregue sem a famosa fonte luminosa – que ainda está em construção – e também sem os restaurantes e o Food Park. Apesar disso, nenhum vendedor ambulante pode entrar. “Eu vim aqui todos os dias desde que inaugurou, pra passear, trazer a minha filha de quatro meses e minhas sobrinhas (...) Está muito bonito, é muito legal ter essa opção no bairro”, comentou Larissa da Silva, 30, moradora do Paiaguás.

Mas não são só flores. “O problema é que andei já por tudo aqui, e não vi nenhum bebedouro. Não tem onde comprar uma água, não tem local coberto, se chover não tem pra onde correr com as crianças”, lamenta a visitante. Segundo Larissa, outro problema é a falta de educação dos visitantes. “O povo não tem respeito. Já estão jogando lixo, entrando embaixo da fonte de água. Se continuar assim, logo está estragado”.


Crianças tomam banho na fonte (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

Não é por falta de gente querendo trabalhar que os visitantes estão com sede. Na última quinta-feira (5), a vendedora ambulante Nivea Maria foi uma das que foram retiradas de dentro do Parque pela Polícia Militar. “Eu vendo água, refrigerante, suco. Eles vieram e falaram que não podia ficar lá dentro. Até o picolezeiro eles tiraram”.


Léia foi avisada que terá que sair na próxima terça (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

Outra vendedora que se sentiu prejudicada foi Léia Lopes dos Santos. Filha de Florisvaldo Soares dos Santos, pipoqueiro há vinte e cinco anos, a cuiabana vende pipoca na entrada do Parque desde a inauguração junto a sua mãe, mas contou ao Olhar Conceito que foi avisada que na próxima terça-feira (10), nem mesmo ali vai poder ficar.

“Eu tenho alvará da Prefeitura para funcionar, tenho o CNPJ Super Simples, mas mesmo assim falaram que tem que sair (...). Vão colocar a gente cem metros depois do Parque. Aí não dá, a gente tem que estar onde o povo está”, lamenta.
Segundo Léia, a alegação é que os restaurantes em construção dentro do Parque pagam uma taxa de manutenção, e que não seria justo que os ambulantes ficassem ali. “Mas eu falei, se tivesse que pagar uma taxa, a gente também poderia contribuir”.


'Fonte luminosa' ainda não funciona (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

No total, são dois restaurantes em construção e mais o ‘Lagoa Food Park’. Eles conseguiram espaço no Parque por meio de licitação, e tem até o mês de abril para entrar em funcionamento.

De acordo com a assessoria da Prefeitura de Cuiabá, a ação de coibir os ambulantes é conjunta entre a Secretaria de Serviços Urbanos e a Secretaria de Ordem Pública.

“O comércio ambulante está proibido na área e entorno dos parques! Desde ontem começamos uma atividade de orientação e prevenção. Alguns foram notificados, pois estavam vendendo seus produtos dentro da área do parque dificultando inclusive a caminhada das pessoas, além de poluir o ambiente com fumaça, poluição visual e sonora. Foram apenas notificados. Todos os dias estaremos antecipando as atividades desse tipo de comércio, impedindo que as barracas, mesas e churrasqueiras sejam montadas”, afirmou a assessoria.

Serviço

Parque das Águas
Local: Avenida Hermina Torquato da Silva, Centro Político Administrativo, próximo a Assembleia Legislativa