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Terça-feira, 30 de abril de 2024

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Referência nacional

Ao lado de nomes como Van Gogh, Renoir e Portinari, Adir Sodré integra mostra sobre infância no MASP

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Artista é conhecido pela irreverência e erotismo.

Artista é conhecido pela irreverência e erotismo.

Emoldurada em cenário regional, a pincelada vibrante de Adir Sodré converte, em “Enterro de Anjo”, peles e panos de todas as cores em formas pouco usuais em seu repertório. Na obra, que integra a exposição Histórias da Infância, do Museu de Arte de São Paulo (Masp), a irreverência e o erotismo, próprios do criador, dão lugar a presença comedida de personagens com olhares funestos e clima de pesar. Por seu apelo, a tela figura desde o dia 7 entre trabalhos de Van Gogh, Renoir e Portinari, que, assim como o artista mato-grossense, ajudam a resgatar alguns dos temas que permeiam a idade infantil.

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Concebido em 1980, o óleo sobre tela de 102x150cm, está exposto com outros 200 trabalhos, entre obras e desenhos de crianças, colocando o artista como o único do Estado a possuir três telas no museu, o mais importante do país. Recentemente ele teve participação na feira SP Arte, também na capital paulista, com uma releitura de“Almoço na Relva”, e estará, ao lado de Humberto Espíndola na exposição Mapas, em Anápolis-GO. Para a ocasião, na qual serão reunidas 10 obras de artistas do Centro-oeste, uma tela ainda está sendo desenvolvida. 

 Releitura de Almoço na Relva, de Édouard Manet, por Adir Sodré.

Questionado sobre a relevância de sua história e a presença de suas obras em exposições nacionais e internacionais, Adir diz não sentir nada de especial. “Não muda nada, faz parte da festa. Quando estive em Nova York, ou quando vou a São Paulo, fico morrendo de vontade de voltar pra cá. Descobri há muito tempo que a pintura não muda nada. Eu sou um pedreiro do tempo, só que minha argamassa é multicolor. Tudo brincadeira pra vida ser mais leve.”

Enterro de Anjo - Óleo sobre tela data de 1980

Sem destoar da proposta, os quadros de Histórias da infância estão dispostos a uma altura inferior a utilizada normalmente. Assim, para que estejam ao alcance dos pequenos, as peças penduradas em geral a 1,50 m do chão, foram posicionadas a 1,20m. No espaço estão dispostas diversas representações desta fase em diferentes períodos, territórios e escolas, da arte africana e asiática à brasileira, cusquenha e européia.

De acordo com a organização do evento, no espaço são retratados em novos contextos, transversais e contemporâneos, em justaposição a trabalhos de todas as épocas. A exposição dialoga ainda com Playgrounds 2016, no 2º subsolo e Vão Livre, mediante o jogo, o lúdico, e a brincadeira, e com um programa de oficinas de desenho, iniciado em janeiro de 2016, e que se estende até o final, em 31 de julho.
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