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Sábado, 20 de abril de 2024

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Vergonha!

Artista de Cuiabá denuncia calote na venda de obras de arte realizada por intermediários

Foto: Naiara Leonor/ Olhar Conceito

Artista de Cuiabá denuncia calote na venda de obras de arte realizada por intermediários
“Uma situação que já vem acontecendo há muito tempo, mas que ninguém se manifesta publicamente sobre o assunto”. Esse é parte do desabafo feito para a reportagem do Olhar Conceito pelo artista plástico Valques Rodrigues sobre um grupo de pessoas que vem aplicando golpes em artistas de Mato Grosso.

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Segundo Valques, esse grupo de pessoas está agindo em Cuiabá, Várzea Grande, Mato Grosso do Sul e já houve denúncias de artistas em Rondonópolis também. Essas pessoas que Valques preferiu não identificar, chegam ao artista com a proposta de intermediar a venda de obras entre eles e os clientes.

“Eles chegam e compram dois ou três quadrinhos e pagam na hora para conquistar a confiança do artista. Ai a pessoa fica animada e não recusa quando eles pedem para levar algumas obras para mostrar a possíveis compradores. Só que eles não voltam para pagar ou devolver o produto e o artista fica no prejuízo”, relata Valques.

O artista explica que a venda de arte funciona de duas maneiras: ou o artista vende a obra para esses intermediários por metade do preço para que eles revendam as obras, ou pagam uma porcentagem ao intermediário, que gira entre 25% e 30% do valor da peça. No primeiro caso o pagamento é feito na hora, já no segundo o intermediário leva a obra para oferecer à possíveis compradores, muitas vezes apenas com um contrato verbal. E é nesse momento que o calote acontece.

“Aí quando o artista vai entrar em contato para saber do dinheiro ou da devolução da obra vem as desculpas: estou doente, o cliente está doente, estou viajando, o cliente viajou, o cliente ainda não pagou, meu celular estragou”, explica Valques.

E essa situação já aconteceu com nomes conhecidos no meio da arte mato-grossense como Nilson Pimenta, Adão Domiciano, Aleixo Cortez, Gonçalo, Cherle Pimenta. Mas o principal alvo dessas pessoas são aqueles artistas menos conhecidos que veem nesses intermediários a chance de aumentar a venda de suas obras e a visibilidade de seus trabalhos.

“Os artistas que têm menos contatos no meio, que são menos conhecidos do público ficam reféns dessas pessoas, pois precisam vender seus trabalhos e acreditam que elas podem ajudar, ai acabam caindo no golpe”, diz Valques.

Valques Rodrigues diz que veio a público a pedido de outros amigos artistas que sofrem a muito tempo com a situação e que por conta do desgaste jurídico de acionar esses falsos intermediários judicialmente acabam perdendo seus trabalhos e dinheiro.

“Ninguém pensa que um tubo de tinta nacional custa R$25 e que só para deixar a tela branca gastamos em torno de R$100. Como ficam os artistas que vivem da arte e não recebem?”, desabafa Valques.

Para contornar a situação, Valques recomenda que os artistas tomem cuidado para quem entregam seus trabalhos e que os clientes entrem em contato com o próprio artista quando quiserem adquirir uma obra.

“As secretarias estaduais e municipais de cultura podem informar o contato dos artistas para quem desejar. Se lhe oferecerem uma obra de um artista qualquer, tente entrar em contato com ele para confirmar a autenticidade da peça e se ela está sendo comercializada legalmente”, pede Valques.
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