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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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Receitas & Magias

Chef Eliane Carvalho ensina a fazer manjar de coco fresco

Foto: Isabela Mercuri / Olhar Conceito

Chef Eliane Carvalho ensina a fazer manjar de coco fresco
Manjar de coco fresco



Tempo de Preparo: 1 hora
Rendimento: 06 Porções

Ingredientes

300 g de leite
200 g de leite de coco
180 g de leite condensado
100 g de coco ralado
06 colheres (sopa) rasa de amido de milho
08 colheres (sopa) de açúcar
01 Colher (chá) de manteiga + manteiga para untar
P/ a calda:
01 Caixa de morangos e outras frutas vermelhas frescas que encontrar
03 Colheres (sopa) de açúcar
02 Colheres (sopa) de suco de limão
01 Colher (chá) de amido de milho




Preparo:

Misture todos os ingredientes muito beme leve ao fogo brando. Cozinhe sem parar de bater até emulsionar. Unte a forma de sua preferência, coloque o manjar e deixe gelar por pelo menos 3 horas.
Calda: Corte os morangos em cubinhos, junte outras frutas vermelhas de sua preferência, adicione o amido de milho e o açúcar, cozinhe sem parar de mexer até engrossar e ficar bem brilhante. Cuidado para não cozinhar demais e desmanchar.




A História do Manjar de Coco

Em meados do século XVI, uma princesa portuguesa, d. Maria, levou de Lisboa a Nápoles a seguinte receita de manjar branco: “Tomareis o peito de uma galinha preta e pô-lo-eis a cozer sem sal, senão na água, e há-de ser não muito cozida, para que se possam tirar as fêveras inteiras. (...) E para este peito é mister um arretel de arroz (...) e uma camada de leite deitada no tacho, e sete onças de açúcar. E tomareis a galinha e darlhe-eis três machucadas num gral, e deitá-la-eis a farinha de arroz e (...) o sal com que se tempere, muito bem mexido. Então, pô-lo-eis no fogo e (...) a tempo batereis. Quando estiver cozido, deitar-lhe-eis o açúcar e, se não for muito doce, poder-lhe-eis lançar mais; e, como for cozido, tirai o tacho fora e enchei as escudelas e deitai-lhe açúcar pisado por cima”.

A receita faz parte dos quatro cadernos manuscritos que ela levou consigo por ocasião de seu casamento com Alexandre de Farnésio, terceiro duque de Parma, Piacenza e Guastella.

A história do manjar branco é excepcional para entendermos as mudanças na cozinha ocidental. Ainda que esse seja um doce de que nem todos gostam, sua presença nas mesas portuguesas e brasileiras é uma tradição. De uma receita praticamente medieval, como a da princesa portuguesa, o manjar branco se transformou lentamente no doce de coco com calda de ameixa dos dias de hoje.

Em 1680, a receita de d. Maria já havia se transformado. Além de peito de galinha, levava açúcar, leite e água de flor – o sal já havia sido suprimido. Em 1780 o manjar branco foi descrito por um cozinheiro francês que trabalhava na corte de Lisboa como manjar “à portuguesa”. Levava ainda peito de galinha, farinha de arroz, açúcar em “pó” e leite. A receita atravessou o Atlântico e apareceu no primeiro livro de cozinha publicado no Brasil, O cozinheiro imperial, de 1841. Dessa forma, a sobremesa associa-se à história de Portugal e do Brasil e reflete tempos, sabores e saberes culinários de diferentes períodos.

Em seu livro Açúcar, Gilberto Freyre fala muito sobre a influência africana na cozinha brasileira, e o manjar branco é um dos melhores exemplos dessa influência. Ao longo do século XIX, ele perdeu o peito de galinha, mas ganhou o leite de coco. Não perdeu a cor, mas ganhou inimigos ferrenhos que o comparam com o pudim de leite. Pobre comparação, o manjar branco continua gostoso como sempre, com sua majestade imperial e histórica.
Joana Monteleone

Escolhi esta receita porque é uma especialidade da minha mãe! Vem desde a minha infância e até hoje é preparada por ela em dias especiais!!! Acho muito bonito compartilhar uma receita de mãe! Tem coisa mais gostosa???
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