“Há descobertas importantes que fazemos ao longo do caminho enquanto procuramos por outras coisas” ( Ivo Pitanguy)

Depois de revolucionar o mundo estético da beleza, a cirurgia plástica com todo seu saber e aparato, continua sua evolução na ânsia de atingir a perfectabilidade, meta puramente utópica e inatingível pelo ser humano.

A priori, o cirurgião plástico é um médico, que vive e trabalha dentro das limitações impostas pela própria ciência e pelo imprevisível das reações humanas. Com o perpassar dos séculos a cirurgia plástica foi ganhando espaço e dimensão.
Nesse histórico caminhar dessa ciência - arte, houve transformações expressivas, experiências, aperfeiçoamento e tudo quanto possível no perseguir da quase perfeição.

E nessa corrida deste mundo veloz, globalizado tecnológico, cibernético, bloguista e casuístico, muita das vezes a pirâmide dos valores éticos, científicos e principalmente humanos, esteve de cabeça para baixo.

Em nossa página mensal, não falamos dos dilemas existenciais e metafísicos. Limitamo-nos a abordagem do que possa ser pessoal de caráter estético inerente a nossa profissão de cirurgião plástico que enfrenta muitas adversidades, entre elas, a lei da gravidade que exerce sua influência no contexto estético e humano. Como não podemos atrasar os ponteiros do relógio, seria injusto aqui esquecermos do tempo no seu caminhar ininterrupto, deixando para trás as marcas, sulcos, traços ou seja as “cicatrizes naturais” oriundas pelos anos vividos.

Nos últimos anos grandes avanços foram alcançados, como a inclusão e aperfeiçoamento de técnicas operatórias, domínio com mais adequação e controle de complicações. Sem nenhum constrangimento podemos asseverar que alcançamos em todos os aspectos níveis de excelência, na preocupação maior do ser humano como um todo.

Nos dias atuais os pacientes gozam por força dessa evolução, mais qualidade de vida, mais conforto e segurança no pré, trans e pós operatório.

No emprego das técnicas cirúrgicas modernas, minimizam a dor e o tempo de recuperação é menor. Todos os cuidados materiais e psicológicos merecem observância por parte do profissional, porque antes da avaliação do médico nós somos alvos da avaliação do paciente.

Neste espírito de síntese evolutiva, nos vem à memória o pensamento de Disraeli: “A vida é curta demais para ser pequena”.

Alicerçado neste conceito filosófico, mergulhamos em nossa profissão, vivenciando o seu dia a dia em toda sua plenitude num processo de trabalho, aprendizado e renovação. 

Para se obter resultado positivo, não esqueçamos que cada corpo físico é um corpo com suas características próprias, reações, problemas hereditários, hormonais... enfim, uma gama de fatores predisponentes que podem influir em um resultado cirúrgico.

Por isso ressaltamos que a beleza externa é um somatório com a beleza interior , formando um conjunto harmônico entre o interno e o externo. O aforismo de que “o ser humano se sobrepõe à ciência” ilustra muito bem a essência e prática de uma medicina humanizada.
 
Em nossa condição humana nessa luta pelo rejuvenescer utilizamos técnicas específicas para cada caso no enfrentamento dos problemas.

Esteticamente falando, a cirurgia plástica se faz presente na vanguarda tecnológica e científica. Naturalmente não temos o controle do fluxo do tempo, nem condições de paralisar o fluir da vida. Dentro dos parâmetros de atuação, temos correspondido aos anseios, ideais humanos em um patamar de relevância e qualificação.

Imbuídos de ousadia acrescentamos a tudo isso outros componentes essenciais que independem dos conhecimentos e ensinamentos legados pelos nossos mestres e que se refletem em todo trabalho cirúrgico final : a aptidão e a genialidade de cada um!

*Olyntho Gonçalves Neto é cirurgião plástico, Membro Efetivo da Associação dos Ex Alunos do Prof. Ivo Pitanguy- AEXPI, Membro Especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e Pós Graduado em Cirurgia Plástica pela Pontifícia Universidade Católica PUC- RJ. Ele escreve para o Olhar Conceito às quartas.