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Quinta-feira, 18 de abril de 2024

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Faça você mesmo

Com impressora 3D, Fab Lab Cuiabá auxilia comunidade a imprimir ideias

Foto: Naiara Leonor/ Olhar Conceito

Guilherme Brustolon, Pedro Teodoro, Rafael Benine e Lauro Ojeda, da esquerda para a direita, equipe Fab Lab Cuiabá

Guilherme Brustolon, Pedro Teodoro, Rafael Benine e Lauro Ojeda, da esquerda para a direita, equipe Fab Lab Cuiabá

Um espaço de desenvolvimento do pensamento e concretização de ideias, um lugar de experimentação, criatividade e estudo de novas tecnologias. Esse é o Fab Lab Cuiabá, laboratório de conceito “faça você mesmo”, que funciona em uma sala na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Aberto ao público, o local é um espaço aberto a quem deseja colocar a mão na massa e materializar ideias.

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Aquela realidade futurista dos filmes de ficção científica já está mais próxima depois do lançamento da impressora 3D, máquina que traz para o ‘mundo real’ um objeto criado no ‘virtual’. Ela é uma das máquinas do Fab Lab Cuiabá, disponível ao público.


Objetos impressos pela impressora 3D do Fab Lb Cuiabá

Mas, o que realmente é o Fab Lab e para que serve? Ele é basicamente um local para se projetar ideias, concretizando-as por meio do maquinário disponível: impressora 3D e fresadora e cortadora a laser.

Segundo Pedro Teodoro, integrante da equipe responsável pelo laboratório, todo o apoio é dado para quem se interessar em desenvolver uma ideia por meio do Fab Lab, mas é importante ressaltar que o local não funciona como uma prestadora de serviço, tem que colocar a mão na massa.



“Nós não fazemos nada para ninguém, nós damos suporte para que cada um desenvolva seu próprio projeto”, diz Pedro, que termina exemplificando com uma oficina de adereços organizada pela equipe. “Há pouco tempo organizamos uma oficina de adereços urbanos, com custo de R$80 para quem tivesse interesse, com todo o material incluso para confecção dos objetos. Foram dois dias de curso, onde ensinamos as pessoas a utilizar softwares de projeto, como corel draw, ilustrator, para criar seus objetos. Depois explicamos como funcionam as máquinas e eles fizeram algumas peças”, explica Pedro.

Apesar da quase mágica impressora 3D, da facilitadora de serviços como a fresadora, e a futurística cortadora a laser, o mais interessante no ambiente são na verdade quatro pessoas, que movidas pela curiosidade e sem nenhuma obrigatoriedade, formam a equipe que dá vida ao laboratório: Guilherme Brustolon (estudante Eng. Elétrica), Lauro Ojeda (Especialista em Processamento de Dados), Pedro Teodoro (estudante de Atquitetura) e Rafael Benine (estudante de Arquitetura).

Dos 16 laboratórios distribuídos por todo o país, o Fab Lab Cuiabá é o único que fabrica o próprio maquinário. Pedro explica à reportagem do Olhar Conceito como algumas das máquinas foram construídas. “A fresa, por exemplo, foi feita com reaproveitamento de madeira pelo Guilherme. A ‘dooser’ do Lauro teve algumas de suas peças impressas pela impressora 3D”, conta Pedro.

Dooser é a máquina de drinks idealizada pelo Lauro, formado em processamento de dados, único não estudante da UFMT na equipe. Com dois compartimentos laterais para as garrafas de bebidas, um painel eletrônico e um dispositivo de saída onde coloca-se o copo, a máquina prepara drinks que variam desde a bebida pura até combinações diversas, todas com medida de 50 ml.



Apesar da ideia de uso coletivo do Fab Lab Cuiabá, ‘brincar’ de cientista não sai barato, já que todo o custo de criação, funcionamento e manutenção das máquinas do laboratório é bancado pela equipe, que tem a sala do Fab Lab cedida por um professor da UFMT. Apesar disso, a universidade não oferece nenhum subsídio.

Por conta disso, a equipe responsável pelo laboratório, cobra uma pequena taxa, apenas para a manutenção do maquinário, de quem se interessa em utilizar o Fab Lab. “Como tudo sai do nosso bolso, nós resolvemos cobrar uma taxa de 0,20 centavos/minuto para usar a impressora 3D e 0,15 centavos/minuto para a fresadora, por que antes estragava alguma peça e tínhamos que repor do próprio bolso”, explica Pedro.

Fab Lab’s pelo mundo

Os Fab Lab’s surgiram a partir do Movimento Maker, que incentiva o ‘faça você mesmo’, iniciado nos Estados Unidos com o conceito de que qualquer pessoa pode “criar, prototipar, produzir, vender e distribuir qualquer produto”.

Atualmente há cerca de 450 pelo mundo em 60 países e para ser considerado um Fab Lab, é preciso cumprir três requisitos:

– Abrir as portas à comunidade pelo menos uma vez por semana sem cobrar nada
– Compartilhar ferramentas e processos com os outros laboratórios do tipo
– Participar ativamente da rede por meio de videoconferências e encontros presenciais.
 
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