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Terça-feira, 23 de abril de 2024

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Fotógrafa de parto tem página removida com quase 150 mil curtidas após censura do Facebook

Foto: Elis Freitas

Foto causou remoção da Fan Page de Elis Freitas

Foto causou remoção da Fan Page de Elis Freitas

Em junho de 2015, a fotógrafa de parto Elis Freitas foi reconhecida internacionalmente, quando uma cena de seu trabalho foi incluída no clipe “Freedom” [Liberdade], de Pharrell Williams. Em 2016, no entanto, ‘Liberdade’ foi algo que ela teve dificuldade de encontrar. Após diversos bloqueios em seu perfil, sua página do Facebook – com 149 mil curtidas – foi removida da rede social. A justificativa: “As fotos não seguem o padrão da comunidade Facebook”.

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Elis nasceu em Rondônia, mas há mais de três anos vive em Cuiabá e trabalha como doula e fotógrafa de partos humanizados. Sua Fan Page no Facebook era o principal canal de comunicação com os clientes, e a fotógrafa já chegou a viajar para a Itália para registrar um nascimento – tudo graças à visibilidade.

No mês de março de 2016, a página recebeu o primeiro bloqueio, e, assim, o perfil de Elis não podia mais acessar, curtir, comentar, ou mesmo receber e mandar mensagens. “Você publica na Fan Page a partir do perfil pessoal, e quando eles censuram alguma coisa na página, é seu perfil que fica bloqueado por um tempo”, explica Elis. “Eles dão a opção de remover as publicações para que não haja o bloqueio, mas eu não exclui nada”.

Após mais de seis bloqueios em sete meses, no dia 10 de outubro a página da fotógrafa foi retirada do ar. “O estopim foi um vídeo, um link do Vimeo que não aparece nada de mais”, conta. Assim, Elis perdeu 149 mil curtidas, diversos contatos e começou a ter cada vez mais dificuldades com os clientes. “Antes meus vídeos tinham todos mais de 30 mil visualizações. Hoje chegam só a mil (...) às vezes um cliente manda uma mensagem pelo Facebook, e eu também não tenho como responder”, lamenta.


Foto de Elis Freitas

Revoltada com a censura que sofreu, Elis contratou uma advogada e pretende entrar com uma ação contra a rede social. “Ela [a advogada] me disse que vai usar o argumento da importância da fotografia de parto, principalmente no Brasil, para o crescimento do parto humanizado. Mesmo assim, ela falou que vai ser muito difícil, que nunca ninguém ganhou uma ação como essa. Mas nenhuma era de fotografia de parto, também”.

Outro caso recente, parecido com o de Elis, foi o da fotógrafa Paula Poltronix, de 34 anos. Paula trabalha como fotografa há 15 anos, e há quatro registrava partos. Sua página, com cerca de 700 curtidas orgânicas, foi removida – também por censura. Hoje, ela refez a Fan Page pela terceira vez e luta para continuar divulgando seu trabalho.


Fotos causaram remoção de Fan Page de Paula (Foto: Paula Poltronix)

Elis Freitas também criou uma nova Fan Page. No entanto, ainda são apenas 468 likes (contra 149 mil da primeira) e seu perfil já foi bloqueado mais uma vez. Segundo Elis, o bloqueio não vem de denúncias de pessoas, mas sim de um sistema do Facebook que encontra figuras “com mais pele do que roupa”.

No último dia 23, quarta-feira, a ‘France Press’ publicou um artigo afirmando que a rede social criou uma ferramenta de censura geográfica, e que o objetivo seria a liberação do Facebook na China, onde é bloqueado. No texto, o jornal cita que foram censuradas páginas de “negação do holocausto e apologia ao terrorismo”. Aparentemente, fotos de parto humanizado também entram na lista.

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