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Sábado, 20 de abril de 2024

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Morre aos 66 anos o artista plástico João Sebastião Costa, o 'pintor das onças'

Foto: Reprodução

Sebastião Costa em seu projeto sobre Maria Taquara

Sebastião Costa em seu projeto sobre Maria Taquara

Faleceu na tarde deste domingo (28) o artista plástico cuiabano João Sebastião  Costa, aos 66 anos, por volta das 13h. Segundo informações dos familiares, ele veio a óbito às 13h no Hospital Julio Muller, em decorrência de um infarto.

O velório de João será realizado na Capela Jardins, sala Orquídeas, a partir das 21h deste domingo. O enterro acontecerá no Cemitério da Piedade, na segunda-feira (29), às 15h.

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João era um dos mais importantes artistas de Cuiabá, e ainda muito jovem descobriu sua vocação, enquanto ajudava sua mãe, a também artista Alexandra Barros da Costa a pintar e fazer bonecas. Aos 16 anos, fez aulas de pintura com Batira de Mendonça e em 1968 mudou-se para o Rio de Janeiro para estudar arte. Entre 1969 e 1973, João viveu em Campo Grande, onde frequentava o Ateliê de Humberto Espíndola e atuou na Associação Mato-grossense de Artes (AMA).

Em 1973, João voltou a Cuiabá e participou da criação do Museu de Arte e Cultura Popular da Universidade Federal de Mato Grosso (MACP-UFMT). Conhecido como o ‘artista das onças’, o artista sempre utilizava elementos da cultura mato-grossense em suas obras.



Em setembro de 2015, João iniciou um processo de intervenção urbana para chamar atenção para Maria Taquara, ícone cuiabano. Para isso, pintou diversos quadros sobre ela e tirou fotos pela cidade fantasiado com roupas brancas e uma trouxa de roupas da cabeça.

Pesar

Neste domingo (28), a amiga e também artista plástica e escultora Rosylene Pinto lamentou a perda: “Pessoa de alma pura, sempre me recebeu de braços abertos, aprendi muito com ele, principalmente o verdadeiro sentido do amor e da arte”.

Aline Figueiredo Espíndola, animadora e crítica de arte, também lamentou a perda. Amiga de João há quase 50 anos, ela afirmou que ele era um dos quatro pioneiros da arte em Mato Grosso, junto a Humberto Espíndola, Dalva de Barros e Irigaray.

“É uma perda lastimável, inestimável. É um valor que vai demorar muito para sabermos o tamanho da perda. Desde 1968, quando foi feita a primeira exposição, ele sempre fez obras muito inspiradoras, de temática profunda”, afirmou. “Há uma iconografia muito grande, não podemos falar em uma só temática em sua obra. E ele ainda estava produzindo muito. Na terça-feira eu ia na casa dele para fazer um vídeo e inscrevê-lo no Salão Jovem Arte, sobre o trabalho que ele fez sobre Maria Taquara”.



Segundo Aline, 31 artistas responderam aos pedidos de João e fizeram algum tipo de arte homenageando Maria Taquara. O objetivo final de João era levar a estátua de Maria Taquara para a Avenida Rubens de Mendonça, e com um pedestal maior.

Ainda segundo a amiga Aline Figueiredo, João foi internado por volta da 1h da madrugada deste domingo (28) com dores no peito. Primeiro, eles seguiram para o Hospital São Matheus, que estava sem vagas na UTI. Então, tentaram vaga na UTI do Hospital Julio Muller: “Mas ele não queria ir, queria ir pra casa (...) Ele não se cuidava, era muito teimoso”, afirmou a amiga.

Por volta das 11h da manhã, a família e os amigos chegaram a achar que ele estava bem e a situação seria contornada. Às 13h, no entanto, João faleceu. Aline ainda confirmou a presença de Humberto Espíndola, que vem de Campo Grane para o enterro.
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