Olhar Conceito

Domingo, 28 de abril de 2024

Notícias | Música

no baile

Rapper Kessidy lança seu primeiro videoclipe e traz à tona machismo e racismo

Foto: Reprodução / Youtube

Rapper Kessidy lança seu primeiro videoclipe e traz à tona machismo e racismo
O vídeo começa com uma pequena apresentação: “Eu sou Kessidy Kess, eu comecei o meu trabalho assim e eu sou uma mulher preta. E eu sou uma pessoa que defende muito a minha pauta, sabe?”. A partir daí, a música ‘No baile’ ganha vida. A primeira frase já diz a que veio: “Mundo machista e patriarcal, a gente grita, mas quase ninguém escuta!”. 

Leia mais:
Conheça Kessidy Kess: A voz feminina, negra e da periferia no rap cuiabano
'Palco Pantanal' terá show de Lorena Ly, apresentação de Matheus Ceará e muito mais

E durante 2:41min a rapper canta sobre o que é ser uma mulher preta, o machismo e o racismo que sofre e sofreu todos os dias. Este é o primeiro clipe da cuiabana que começou a escrever aos onze anos, em sua casa no CPA – onde vive até hoje, e onde foi gravada grande parte de seu videoclipe.

Nos últimos tempos, a cantora já tinha gravado algumas músicas, mas esta é a primeira vez que seu trabalho se torna uma produção de vídeo. Produzido por F-Peres, o clipe foi feito em parceria com Thiago Bezerra Benites, com baixíssimo orçamento.

De acordo com a assessoria, a maior parte das imagens do vídeo foi capturada com celular e câmera fotográfica e então manipulada na edição para criar composições multicoloridas e glitches. “Uma experimentação estética com as texturas e imagens de espaços públicos da região periférica e central de Cuiabá, especificamente no CPA 3 (bairro onde vive Kessidy) e no Centro histórico da capital”, afirmam.

Na letra da música, Kessidy afirma: ‘cansei de ser a pretinha hipersexualizada por quem ainda não tá ligado que eu também trampei o ano inteiro na fita, mas mal sou lembrada no oito de Março”.

O recado é dado para todos que estão numa situação mais valorizada, assim como tinha dito Kessidy em entrevista ao Olhar Conceito em outubro. Na época, ela contou que queria cantar sobre machismo e racismo: “Eu sou mulher, negra, da periferia. Ninguém pode falar por mim. Um cara não pode falar por mim, uma mina branca não pode falar por mim (...) Nós precisamos existir, resistir e ocupar os espaços. Empoderar as minas. Eu sinto que quando eu canto as minas vem pra pista de dança, quando eu canto elas cantam comigo porque elas sempre sentiram o mesmo, só faltava alguém pra falar com elas (…) e eu vejo que tá dando certo, e essa é minha maior recompensa”.

E falando em dançar, na música ‘O baile’ ela lembra que as mulheres são livres para dançar o quanto quiserem, que não estão ali para agradar ninguém e nem se tornam menos valorizadas por isso. Então “Segura a onda xomano, que eu to rebolando, mas não é pra você não!”.

O videoclipe foi lançado online nesta segunda-feira (29). Assista:

Entre em nossa comunidade do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui

Comentários no Facebook

Sitevip Internet