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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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Traumatizada com cabeleireira que cortou sua nuca quando criança, jornalista abre salão especializado em corte infantil

Foto: Rogério Florentino Pereira / Olhar Direto

Gabriela, 6, é filha de Lena e sempre corta o cabelo no salão

Gabriela, 6, é filha de Lena e sempre corta o cabelo no salão

Aos 38 anos, a jornalista cuiabana Lena Lira ainda se lembra claramente de quando, aos sete, uma cabeleireira cortou sua nuca e, logo depois, brigou com ela dizendo que “não parava quieta”. Hoje, ela decidiu transformar esse trauma em profissão, e abriu um salão de beleza especializado em atender crianças.

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“Tem pais que falam que os filhos não param quietos, são muito difíceis. Aqui é o lugar deles. Aqui eles podem chorar, podem jogar brinquedo no chão, podem bagunçar. O espaço é deles”, explica a proprietária.

Lena trabalhou como assessora de imprensa até 2015 e sempre quis empreender. “Procurei o Sebrae, fiz um curso de gestão e marketing e decidi abrir a empresa”, lembra. A inauguração foi em setembro de 2015, e até hoje, um ano e quatro meses depois, continua com a mesma ideia: a necessidade de responsabilidade técnica para lidar com os pequenos.
“Por este motivo, só podemos trabalhar com profissionais que tem muitos anos de experiência. Alguém que começou agora não tem a paciência, a habilidade e toda a pedagogia para isso”, explica Lena.


Lena e sua filha Gabriela (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

Segundo a empresária, é preciso distraí-los, fazer brincadeiras, ser paciente e deixar que tudo aconteça em seu tempo. No entanto, existem algumas exceções. “A criança deve vir acompanhada do pai ou responsável, e toda a decisão é deles. Existem crianças que são irredutíveis, como os autistas e algumas crianças com síndrome de down. Nestes casos, se o pai quiser, eles ficam no colo e são segurados durante o corte”.

‘Corte’, inclusive, é uma palavra que deve ser evitada. Lena explica que, principalmente entre os dois e três anos (os ‘terrible two’), as crianças ficam muito agitadas, e com medo do cabeleireiro por associar o corte a algo ruim, que machuca e sangra. “Aqui, só usamos a palavra aparar”.

Outra técnica usada pelas profissionais é de dar mais de um brinquedo para a criança, para que ela permaneça com as duas mãos ocupadas. “Elas são muito rápidas, e a tesoura é muito afiada. Qualquer movimento pode causar uma acidente”, explica Lena.

Para que elas olhem para baixo para ajeitar os cabelos na nuca, outra técnica é utilizada: “A gente pergunta pra ela onde fica o umbiguinho, ou coloca um bonequinho no chão”. No salão, um disco voador chama a atenção dos grandes e pequenos. Com um painel interativo, ele também ajuda a distrair os clientinhos, é anatômico e unissex.


Maria Julia, 4, é cliente do salão (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

O Santo Anjo atende crianças a partir dos sete dias de vida. “Tem casos de crianças que nascem muito cabeludas e que os pais vão fazer as fotografias de newborn e vem cortar o cabelinho antes”, explica. Quando a visita é o primeiro corte da criança, o salão oferece uma lembrancinha para os pais: uma mecha do cabelinho.


Lembrança do primeiro corte (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

Além dos cortes, no Santo Anjo as crianças também podem fazer penteados, hidratações, unhas artísticas e maquiagens que, segundo Lena, são feitos geralmente em ocasiões especiais como para daminhas de casamento, apresentações de ballet e teatro. Já as químicas são uma polêmica à parte.

“Nós não gostamos de fazer, preferimos hidratar os cabelos, até porque o cabelo da criança é muito frágil”, explica Lena. No entanto, ela conta que neste tempo de salão fez o procedimento duas vezes, por não ter outra opção. “Em uma delas a menina estava muito triste, com a autoestima muito baixa, e tinha sofrido bullying da professora por ter cabelo afro. A mãe me pediu muito e nós fizemos”, lembra. Outro caso foi quando a criança chegou ao salão com o cabelo muito quebrado, fruto de um procedimento errado feito por outro profissional. “Mas geralmente a gente conversa, explica que os cachinhos são lindos, e tenta mudar a ideia da criança, falar para ela decidir quando crescer”.

O salão infantil fica no subsolo do Espaço La Provance, na Avenida Presidente Marques, número 35. A localização, para a proprietária, significa segurança. “Antes eu ficava na Avenida Ipiranga, mas desde que me mudei pra cá ficou mais seguro. Tem serviço de manobrista, segurança o tempo todo, então é melhor para os pais”.

Serviço

Santo Anjo
Local: Avenida Presidente Marques, 35 – Subsolo do Espaço La Provance
Horário: Segunda das 9h às 17h; Terça a sábado das 8h às 18h
Informações: (65) 3637-2649 ou na FAN PAGE
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