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Terça-feira, 23 de abril de 2024

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chegam em outubro

Veterinária da Sema garante que não há riscos de doenças infecciosas no Santuário de Elefantes

Maya e Guida serão as primeiras a chegar

Maya e Guida serão as primeiras a chegar

Os primeiros elefantes do Santuário de Chapada dos Guimarães chegam no início de outubro. O projeto, que está em construção, já obteve as autorizações e a licença prévia e de instalação e, agora, aguarda a autorização de uso e manejo e licença de operação, que saem nas próximas semanas.

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De acordo com a assessoria da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT), ol Santuário não apresenta nenhum risco, seja de contaminação de água, por doenças, contaminação do solo ou reprodução dos animais. Além disso, todo o projeto é financiado por doações, ou seja, não há dinheiro público investido.

Paulo Abranches, coordenador de Pecuária Intensiva, Irrigação e Aquicultura da Sema, explica que não houve necessidade de Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (Rima) porque a área está fora de unidade de conservação, de terra indígena e não terá desmatamento. “Ao todo estão previstas cinco etapas, para abrigar até 25 animais. Nesse primeiro momento, teremos apenas seis”.


Galpão onde ficarão os elefantes (Foto: SEMA)

Ele ainda explica que haverá produção mínima de dejetos, já que os elefantes não terão contato com os rios, tomarão banho e consumirão água de caixas. “Estudos mostram que o potencial poluidor de um elefante pode ser comparado a uma média de seis a 10 bois. Como o santuário poderá abrigar até 25 elefantes, isso significa uma criação de no máximo 250 bovinos em confinamento. É importante ressaltar que apenas criadouros a partir de mil cabeças de gado atualmente precisam de licenciamento da Sema”, lembra Paulo.

O Santuário

O Santuário de Elefantes fica em uma antiga fazenda de gado, a 40 quilômetros de Chapada dos Guimarães, próximo ao Rio da Casca. A área total é de 1100 hectares e contará com um centro médico veterinário e piquetes onde os animais ficarão, separados por espécie (asiáticos e africanos) e sexo (machos e fêmeas), o que impede a reprodução deles.

Não será permitida a visitação pública do Santuário. Por isso, há uma cerca de contenção de concreto com tela de alambrado, com 2,35 metros de altura, para evitar a entrada de curiosos. Além dele, existe outra cerca para conter os animais, feita com tubulação de perfuração de poço de petróleo, com 1,5 metro enterrado no solo e sapata de concreto, e 2 metros acima do solo, impossibilitando a fuga de elefantes. Também há locais estratégicos para passagem de fauna silvestre.


Área cercada (Foto: SEMA)

Danny Moraes, coordenadora de Fauna da Sema e médica veterinária, explica que haverá controle sanitário antes dos animais virem, depois que chegarem e ainda uma vez por ano. “O elefante só será liberado para o piquete se não apresentar nenhum sinal clínico patológico após a viagem”.

Cada animal terá pelo menos 4,2 hectares para viver e, segundo Danny, não há possibilidade de febre aftosa, pois ela é uma doença exclusiva de animais biungulados (casco com duas unhas ou fendido), como bovinos, bubalinos, ovinos, caprinos. Outras doenças também têm riscos mínimos.

“A maioria deles são acometidos por patologias não infecciosas, como artrite, lesão da pata, entre outras lesões, principalmente em razão das condições em que foram mantidos”, afirma a veterinária.

O Santuário de Chapada será feito a exemplo do bem-sucedido Santuário do Tenessee, construído em uma área degradada pela plantação de eucaliptos. De acordo com a assessoria, as avaliações das experiências norte-americanas mostram que os empreendimentos contribuíram com o aumento da vegetação nativa em áreas anteriormente degradadas, o que também gerou aumento da população de animais silvestres. “O Santuário não oferece risco iminente de contaminação do solo e da água, e tem baixíssimo impacto ambiental para a região, uma vez que já era uma fazenda de gado consolidada”, frisa o coordenador.

A ONG responsável ainda explica que há cinco mil elefantes em situação de risco no mundo, 50 deles estão na América do Sul. Estes animais não têm condições de serem soltos na natureza, nem retornar para o País de origem.
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