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Chef Paulo Vitor fala sobre a 'Westvleteren 12', melhor cerveja do mundo produzida por monges belgas

Chef Paulo Vitor

Olá amigos!

Na coluna de hoje vou conversar com vocês sobre as cervejas trapistas, ou seja, produzidas sob a supervisão dos monges da Ordem Trapista, uma congregação religiosa ligada à Igreja Católica. Elas são bebidas raras e, por este motivo, existe a seu redor uma ‘áurea’ especial.

Uma delas é considerada por muitos cervejeiros, e também por alguns concursos, a ‘melhor cerveja do mundo’: a Westvleteren 12, uma Belgian Dark Strong Ale. Produzida desde 1940, essa cerveja só é vendida na Abadia de Westveleren, na Bélgica, e não tem nem mesmo um rótulo.


Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto

Isto acontece porque as cervejas trapistas são fabricadas e vendidas para angariar fundos para manutenção do monastério, e todo e qualquer lucro deve ser doado à caridade. Desta forma, são produzidas em pouca quantidade e não têm grande interesse comercial.

Dos 171 mosteiros trapistas existentes no mundo, apenas onze são autorizados a marcar suas cervejas com o selo de autenticidade, garantindo a origem monástica de sua produção. Para garantir essa unicidade, em 1997 foi fundada a “Associação Internacional Trapista” (International Trappist Association) e, assim, empresas comerciais foram impedidas de usar o nome trapista. A associação - privada - criou um logotipo que é atribuído aos produtos que respeitem critérios de produção precisos.


Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto

São esses critérios:

- Ser fabricada dentro dos muros de um mosteiro trapista, pelos próprios monges ou sob sua supervisão

- A cervejaria deve ter importância secundária dentro do mosteiro, e deve seguir práticas de negócios adequadas para o modo de vida monástico

- A cervejaria não deve visar o lucro, visto que todo dinheiro deve ser usado para manutenção do monastério e para caridade

Por ter tantas restrições, as cervejas trapistas são feitas em número restrito. A Westvleteren 12 (10,2% de álcool), por exemplo, não é vendida oficialmente no Brasil. A mesma abadia, na Bélgida, também produz a Westvleteren 8 (com 8% de álcool) e a Westvleteren Blonde (com 5,8% de álcool).

Confira um vídeo do ‘Mestre Cervejeiro’, em que ele prova uma das poucas Westvleteren 12 do mundo:



Por hoje é só! Até a semana que vem com mais “bastidores e cultura gastronômica”!

*Paulo Vitor é Chef de cozinha e proprietário do Restaurante Dom Sebastião.
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