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Notícias / Política Cultural

Vila Bela recebe exposição fotográfica, Chorado e Congo em programação de transferência de capital do Estado

Da Redação - Naiara Leonor

Em alusão aos tempos de quando era capital, Vila Bela da Santíssima Trindade recebe programação de comemoração aos seus 265 anos de criação. A partir desta sexta (17) até domingo (19), Vila Bela torna-se novamente capital de Mato Grosso com a presença do governador Pedro Taques, o secretário de Cultura Leandro Carvalho e demais autoridades para os festejos e apresentações de Chorado, Congo e mostra fotográfica de José Medeiros.
 
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Nascida de um quilombo no século XVIII, a história da cidade está ligada intimamente com o surgimento deste Estado. Foi a primeira capital de Mato Grosso e teve o poder estadual instalado de 1748 a 1835. As comemorações pelo aniversário da cidade e transferência de poderes começam na sexta-feira (17) com uma sessão conjunta entre a Assembleia Legislativa e a Câmara Municipal às 19h.

No sábado (18) as atrações culturais se iniciam e a comunidade poderá conferir uma exposição de telas de artistas locais e fotografias de José Medeiros no Palácio dos Capitães Generais, prédio histórico tombado pelo Estado, que passou por obras de manutenção e foi entregue à população vilabelense em 2016.

A partir das 19h30, em um cinema montado nos fundos das ruínas, serão exibidos documentários e curtas-metragens que retratam a cinematografia negra. Os shows acontecem a partir das 23h.

O domingo (19), dia de aniversário da cidade, começa com um cortejo do governador e autoridades acompanhados pelos dançarinos do Congo e do Chorado. Em seguida há um chá afro no Palácio dos Capitães Generais, missa na Igreja Matriz e desfile cívico, seguido da cerimônia de transferência da capital mato-grossense. O dia termina com exibição de filmes e apresentações culturais, entre elas as danças do Congo e do Chorado, no Espaço Cultural do município.

A programação tem apoio do Governo de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (SEC).

Tradição

Na dança do Congo, reis e embaixadores travam uma luta dramatizada em que dois reinados africanos disputam o poder. Os homens tocam os instrumentos e as mulheres representam as rainhas, que trajam vestidos longos e levam o estandarte com os santos de louvor: São Benedito e Nossa Senhora do Rosário.
Os personagens do reinado do Congo são o Rei, o Príncipe e o Secretário de Guerra; do reino adversário aparecem o Embaixador e soldados. A nobreza usa mantos, coroas e bastões coloridos e ornamentados com flores como instrumentos.

Em Mato Grosso, a dança surgiu com a vinda de escravos e manifesta a resistência dos negros que ficaram no município, mesmo com a transferência da Capital para Cuiabá.

A dança do Chorado também surgiu no período colonial e leva esse nome porque representa o choro dos negros escravos para que seus senhores perdoassem os castigos impostos aos transgressores. As mulheres dançam equilibrando garrafas de canjinjim na cabeça para pedir a liberdade aos seus familiares. O ritmo da música é afro, com marcações em palmas, mesa, banco ou tambor. 
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