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Notícias / Gastronomia

Culinária e Gastronomia pantaneira vira exemplo de ‘comida sustentável’ na Feira Internacional de Turismo

Da Redação - Lázaro Thor Borges

Muito antes de virar tema de debate entre hipsters, vegetarianos e frugívoros o termo ‘comida sustentável’ já era posto em prática pelos povos tradicionais de Mato Grosso. Exemplo disso são os pratos à venda desde quinta-feira (20), na edição deste ano da FIT Pantanal. A maria isabel, a farofa de banana e o furrundú tornaram-se símbolos de como aproveitar ao máximo possível os alimentos.
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Quem defende esse ‘pioneirismo’ da culinária cuiabana é a rainha da Festa de São Benetido deste ano, a devota Enir Gonçalina, de 68 anos. Ela é uma das organizadoras do stand de culinária da festa, que comercializa os produtos típicos do evento. O dinheiro da venda deve ser revertido para a organização do festejo, que tem inícios no dia 29 de junho .

 

“A nossa comida é o tradicionalmente sustentável: a paçoca, a maria isabel, o furrundú. Tudo isso é mostrado para o turista e a gente revela a importância de se preservar essa cultura gastronômica”, conta a rainha.

 

Além da comida tradicional, a feira também oferece pratos da alta gastronomia com a preocupação de combate ao desperdício. A ideia teria surgido de uma sugestão da organização do evento, que orientou os responsáveis pela feira gastrômica a produzirem pratos deste tipo. O chef Paulo Victor, um dos principais nomes da gastronomia mato-grossense, concretizou o desafio com a criação do “risoto de Pintado”, cujo preparo evitou ao máximo o desperdício de partes antes consideradas inúteis do peixe.

 

“O que eu aprendi quando se produz em larga escala, como a gente pode ser sustentável? É não desperdiçar. Foi o caso do nosso risoto de pintado, utilizamos o peixe inteiro. A parte nobre a gente grelhou, a parte que estava os ossos nós assamos e fizemos uma espécie de casquinha e com estes mesmos ossos a gente fez também um caldo.”, explicou ele.

 

Para o pessoal do programa Mesa Brasil, organizado pelo Sesc-MT em Cuiabá e Rondonópolis desde 2003, o termo ‘comida sustentável’ também não é novidade. De acordo com a nutricionista Sara Heintz, a adoção de práticas de alimentação sustentável também é capaz de aumentar o valor nutricional daquilo que vem à mesa.

 

“Nós trabalhamos bastante com o aproveitamento integral do alimento, isso significa aproveitar a comida em sua totalidade, em 100% do produto. Inclusive aquelas partes que as pessoas descartam, como cascas, talos folhas, partes de alimentos que as pessoas jogam fora mais que nutricionalmente são muito boas.”, relata.

 

O Mesa Brasil oferece uma oficina de práticas sustentáveis na cozinha durante a FIT Pantanal. São 20 vagas ao todo. Para quem quiser participar basta acessar a página do evento e fazer sua inscrição. No local, os interessados devem levar um quilo de alimento não perecível para validar a participação. Tudo que for arrecadado vai para o banco de alimentos do projeto.


O programa Mesa Brasil é uma iniciativa do Sesc Mato Grosso que tem parceria com com mercados, distribuidores e atacadistas do estado. O alimento considerado fora do padrão é coletado destes alimentos e distribuído para instituições sociais como creche, casas de apoio e lar de idosos.
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