Os clientes do Dom Sebastião têm sentido falta de um rótulo que entrou na carta de cervejas do restaurante no último mês de julho, no ano passado: a cerveja ‘Dom Sebastião’. Isso porque desde o final do ano a Louvada decidiu parar de produzi-la após o resultado não estar satisfatório. Quatro meses depois, ela volta à mesa do cliente, reformulada, na próxima semana.

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A primeira leva da cerveja era feita sem pasteurização - processo em que a bebida é esquentada até a temperatura de 60ºC e depois resfriada, para que se eliminem todas as atividades microbiológicas, na cerveja, as leveduras.

“Como estamos em Cuiabá, a cerveja era mantida na temperatura ambiente, que é alta, e as leveduras trabalhavam sob estresse. O resultado acabava diferente do que desejávamos. Não é que a cerveja estivesse estragada – ela não estava – mas as leveduras geravam um sub produto que nós não gostamos”, explica o gerente comercial da Louvada, Ygor Quintela. A empresa perdeu vários litros de cerveja, além de uma leva de garrafas que já estavam rotuladas, nessa tentativa de acertar. 



Para acabar com este problema e manter a qualidade do produto, a solução foi pasteurizar a cerveja. No entanto, ela continua sendo uma pilsen puro malte viva, já que não é filtrada. “O malte utilizado é 95% malte pilsen, e 5% de malte especial. Além disso, ela não tem conservantes”, completa Ygor.

Para Paulo Vitor, a escolha da Louvada é mais uma forma de valorizar os produtos locais. Já há algum tempo o Dom Sebastião só comercializa chope Louvada, além de possuir na casa uma carta com todas as opções da marca cuiabana.



A cerveja rotulada com o nome do restaurante é uma long neck de 330mL. Atualmente, ela é a única neste formado produzida pela Louvada. “Tem mais a ver com o restaurante, em que a pessoa pede a cerveja para beber no copo, e é também uma cultura do Dom”, explica o Chef Paulo.

“Vale lembrar que a cerveja Louvada não tem conservantes, e passa por no mínimo 21 dias de maturação, enquanto as comerciais geralmente passam nove dias, podendo chegar até seis. Além disso, nós respeitamos o tempo da levedura, que é de cerca de cinco dias, enquanto as comerciais a tiram em um dia e meio, mais ou menos. Ou seja, ela trabalha sob estresse, em temperaturas muito altas, o que pode causar a ressaca, dependendo do organismo”, afirma Ygor.

 
Ygor Quintela (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

A primeira leva das cervejas Dom Sebastião já está sendo envasada na fábrica da Louvada. Serão 500 litros de bebida, o que dá em média 1500 garrafas, que serão produzidas a cada vinte ou trinta dias. Elas estarão disponíveis tanto no Dom Sebastião do centro quanto no Hotel Transamérica e no Intercity.