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Gêmeos de 6 anos treinam musculação na AFC; personal garante que não atrapalha crescimento; Veja fotos e vídeo!

Da Redação - Isabela Mercuri

Abdominais, prancha, bíceps e tríceps. Os gêmeos Pedro e Julia Melo, de seis anos de idade, treinam como se fossem gente grande. Filhos do treinador e proprietário da Academia AFC, Gil Melo, eles começaram a fazer musculação há algumas semanas, mas as atividades físicas se iniciaram na vida deles já no primeiro ano de idade.

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“Eu coloquei um pula-pula na sala para trabalhar equilíbrio, porque a criança nessa fase em que está aprendendo a andar não tem o equilíbrio. Você andar no instável, no pula-pula, isso te traz resistência articular. Eu vim numa preparação, como eu e minha esposa somos treinadores, a gente já montou o cronograma deles desde que nasceram”, lembra o pai e treinador dos pequenos.

Os pais, Flávia e Gil Melo, e os gêmeos Pedro e Julia Melo. Flávia e Gil são treinadores. (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

Aos três anos de idade, Pedro começou a fazer judô, e Julia a fazer balé. Desde então, Gil vem alertando os dois de que só aos seis é que eles poderiam ir para a academia. “Eu vinha preparando, falando que ainda não estava na idade da musculação, e quando eles fizessem seis anos poderia começar. Então eles fizeram aniversário e falaram: papai, já temos seis anos, agora já dá. Veio deles mesmo”.

Julia e Pedro fazendo 'prancha' (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

O treino dos dois começa com o aquecimento na esteira, por cerca de dez minutos. Depois disso, eles vão para os abdominais e treino de lombar. “A gente faz a base articular, primeiro prepara os tecidos musculares para os exercícios mais específicos. Porque o que faz o movimento não é o músculo, é a articulação”, explica Gil.

Os gêmeos vão à academia duas vezes por semana, e ficam cerca de uma hora, mesclando atividades funcionais com o treino nas máquinas de musculação. Nos outros dias da semana, Pedro continua com o judô, faz ainda karatê e futebol, e Julia ainda está no balé. “Na verdade, devido à quantidade de atividade física que eles fazem, a gente montou o cronograma e vimos que duas vezes era suficiente para trabalhar a parte neuro-muscular, que é a musculação”. Hoje, os dois fazem atividades físicas de segunda a sábado, com apenas um dia de descanso semanal.

Gil explica que a ideia que se tem de que a musculação atrapalharia o crescimento é um mito. “Já existem vários estudos, não sou eu que estou dizendo. A gente faz tudo baseado em estudos. Quando você é um bom profissional você busca conhecimento teórico. E eu nunca iria atrapalhar o crescimento dos meus filhos”, explica. “O que eles não podem fazer é sobrecarga, fazer um trabalho mais do que o peso corporal”.



Ele completa dizendo que o que importa não é a idade da pessoa, mas que é necessário respeitar a individualidade de cada um. “Não existe um treinamento de criança. Eles são pessoas normais, como se fossem adultos. A única coisa que não pode fazer com a criança é sobrecarga. Porém trabalho de força, resistência, explosão... Não existe limitação nenhuma quando é uma criança saudável”.

Para manter o foco dos pequenos, Gil conta que precisa fazer os treinos de forma lúdica. “Primeiro, eu não ponho as mesmas regras que para um adulto. Eu tento buscar uma atividade junto com a neuromuscular que seja mais lúdica, como se pendurar, pular corda... Você direciona essa atividade para uma parte mais lúdica”. No entanto, ele garante que na hora da academia não tem brincadeira. “Antes de sair de casa eu já falo que isso aqui é coisa séria”.



Com este estímulo, o pai acredita que as crianças ficarão ‘acostumadas’ às atividades. “A formação da criança é até os sete anos de idade, isso é fisiológico. Se você a adapta já a um exercício, isso quer dizer que eles vão ter esse costume quando forem mais velhos, e isso vai se tornar uma obrigação, como escovar os dentes”, comenta. “Se você faz uma atividade física, não só a criança, como qualquer pessoa, você diminui os riscos de doenças futuras, principalmente a diabetes, que hoje é a doença com o maior índice em crianças, devido à alimentação ruim e esse costume de ficar só no computador”.



Gil transmite partes dos treinos dos gêmeos pelas redes sociais, e mesmo em pouco tempo já teve procura de pessoas interessadas em matricular seus filhos também. A ideia, agora, é criar pequenos grupos de crianças, com idade parecida, para malhar juntos. “A única coisa que eu digo é que elas precisam de uma atenção especial, então o ideal é ter um treinador, um personal trainer acompanhando o tempo todo”, explica.

 
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