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31/07/2014 - 15:27

A vida pós-R10: funcionários do Galo ressaltam vazio deixado pelo craque

Globo Esporte

 Um sentimento diferente pairou sobre a Cidade do Galo na despedida de Ronaldinho Gaúcho. Após 25 meses com a presença do craque quase que diariamente na rotina de todos no centro de treinamentos alvinegro, a partir desta quinta-feira os funcionários passam a conviver com o vazio deixado por um maiores ídolos da história do Atlético-MG, um craque reconhecido mundialmente.

A presença maciça da imprensa e o comparecimento de centenas de torcedores na porta do CT atleticano na quarta-feira da despedida chamou a atenção. Assim como ocorreu no dia 4 de junho de 2012, quando helicópteros sobrevoavam o local para registrar o primeiro treino do craque no Galo – à época, no entanto, o então camisa 49 havia chegado sem alarde.

De lá para cá, a rotina do Atlético-MG mudou. Da Cidade do Galo nem se fala. Trabalhar ao lado de R10 não alterou apenas o cotidiano dos funcionários no trabalho: mudou o dia a dia de muitos deles. O segurança Lúcio Fábio destacou a mudança que o jogador fez na vida dele. O funcionário era o mais próximo do craque. Nas viagens internacionais, um dos encarregados de proteger o craque das multidões.

– Hoje o dia é um pouco triste. Ele mudou minha vida, tanto profissional quanto pessoal. É um amigo que fiz, com quem compartilhei momentos que poucas pessoas puderam compartilhar. Além disso, meu trabalho foi reconhecido em todos os lugares, e isso foi ele quem proporcionou – disse.

Lúcio confessou que não conseguiu dizer "adeus" ao amigo. Preferiu cumprimentá-lo apenas na chegada ao CT. O jogador se despediu dos companheiros antes da entrevista coletiva, vista por Lúcio à distância, já que o segurança tinha que manter a ordem no pátio da Cidade do Galo, que ficou cheia de curiosos e torcedores em busca da última foto com o ídolo.

O mordomo "Seu Du" não escondeu o sentimento ao ver R10 passar por entre os torcedores que estavam na Cidade do Galo.

– Vamos sentir muita falta dele – disse, com semblante de tristeza.

As emoções de Ronaldinho Gaúcho eram visíveis. As lágrimas que pareciam insistir em cair não caíram. No longo abraço no presidente do clube, Alexandre Kalil, e em integrantes da diretora executiva, elas quase rolaram enquanto R10 seguia rumo à sala de imprensa. Antes da conversa com os jornalistas, cochichou para o mandatário: "Você é o cara".

Última entrevista

Na saída da sala de imprensa, após a coletiva, Ronaldinho atendeu a todos pacientemente. Deu autógrafos, tirou fotos e se despediu dos funcionários. Um a um, exibindo no rosto a satisfação do dever cumprido nos 25 meses em que esteve no Atlético-MG, período em que o clube conquistou o título mais importante da sua história: a Taça Libertadores, em 2013. Vai levar, além das recordações de jogos e viagens, um Galo de Prata, honraria dada pelo clube a atleticanos de destaque.

Preparador físico do clube, Carlinhos Neves sintetizou de maneira realista o que, a partir de agora, terá de ser entendido por todos no clube.

– Não fica uma tristeza para mim, porque estou há anos no futebol e muito acostumado ao entra e sai de jogadores nos clubes. Amanhã poderá ser eu, e a vida segue. Ronaldo é um atleta excepcional, dispensa comentários por tudo o que conquistou na carreira, por ter elevado o nome do Atlético.

Ao deixar o CT, Ronaldinho ainda deu alegrias para centenas de torcedores que esperaram durante toda a tarde para ver o ídolo, nem que fosse de longe. Os gritos e pedidos de fotos e autógrafos sensibilizaram o craque, que aproveitou o carro com teto solar para colocar metade do corpo para fora e agradecer o apoio do torcedor.

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