Da Redação - Jardel P. Arruda
A possibilidade de as Forças Armadas serem usadas para reprimir manifestações em Cuiabá existe, mas é muito pequena. Isso de acordo com o general de Brigada José Carlos Braga de Avellar, comandante do Centro de Coordenação de Defesa de Área (CCDA), grupo responsável por executar as ações de defesa na Copa do Mundo na Capital de Mato Grosso.
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“O Exército é o último recurso do governo. O Exército é treinado para guerra convencional. Mas estamos preparados. Temos militares doutrinados para atuar como se polícia fosse”, disse o general, a respeito da possibilidade de as Forças Armadas atuarem na repressão de manifestações, em coletiva de imprensa, na tarde desta quinta-feira (05/06).
Para isso acontecer, seria preciso um protesto com a magnitude daquele que reuniu cerca de 50 mil pessoas nas ruas da Capital, em 2013, com a adição de violência, tumulto e vandalismo, além de as forças de segurança pública padrão precisam esgotar seus esforços. Aí então, o governador faria um pedido de intervenção para a presidente da República.
“Só depois, seria baixado um decreto de garantia da garantia da lei e da ordem, o comandante do CDDA assumiria o controle da segurança pública e usaria as forças armadas”, pontuou. Nesse caso, mil militares estariam preparados para agir como regime de pronta-resposta imediata. “Mas isso é uma possibilidade muito remota, para não dizer impossível”, comentou.
O general Avellar ainda salientou ser favorável a realizações de manifestações. “As manifestações são legítimas e tem de ser respeitadas no espaço democrático em que vivemos. O que não pode ser tolerado é baderna, quebra-quebra e vandalismo. Mas eu acredito que a segurança pública está mais que preparada para garantir manifestações legítimas e coibir atos ilegais”, explicou, sobre seu “ponto de vista como cidadão”.
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O CDDA Cuiabá já está em pleno funcionamento e conta com 1600 militares, quatro helicópteros, seis viaturas blindadas Urutu e nove embarcações. Os números são três vezes maiores do que o habitual. As tropas terão como missão principal a proteção de estruturas estratégicas para a realização da Copa do Mundo, como a rede de distribuição de energia, água e as telecomunicações.
“Vamos proteger estruturas importantes. Em situação de normalidade, não há ação das forças armadas dentro da Arena Pantanal e em seu entorno”, explicou general Avellar. Contudo, as tropas também estarão aptas a trabalhar em outros nove eixos: defesa aeroespacial e controle do espaço aéreo, defesa marítima e fluvial, cooperação nas fronteiras, fiscalização de explosivos, segurança e defesa cibernética, defesa química, biológica, radiológica e nuclear; prevenção e combate ao terrorismo; emprego de helicópteros e força de contingência.
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