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30/07/2014 - 08:32

Geração do tetra se "eterniza" na Seleção e fica mais forte para 2018

Globo Esporte

 Dunga, Gilmar, Taffarel e Mauro Silva. Poderia ser uma referência à seleção brasileira tetracampeã de 1994, mas trata-se da equipe que vai buscar o hexacampeonato na Rússia, 24 anos depois. O quarteto vitorioso na Copa do Mundo dos Estados Unidos agora ocupa funções diferentes no maior resgate da geração do tetra, algo que se tornou tendência já nos últimos cinco Mundiais.

Desde 1998, em todas as Copas há pelo menos um remanescente do grupo que levantou a taça após a vitória nos pênaltis sobre a Itália. Até 2006, isso acontecia também dentro de campo.

Auxiliar de Carlos Alberto Parreira no tetra, Zagallo herdou o comando da equipe logo depois e ficou até o vice-campeonato mundial na França, quatro anos depois. Com ele estavam Taffarel, Cafu, Aldair, Dunga, Leonardo, Bebeto e Ronaldo. Para 2002, a CBF inovou no técnico, sem referências à conquista nos Estados Unidos. Luiz Felipe Scolari assumiu depois de Vanderlei Luxemburgo e Emerson Leão fracassarem.

O pentacampeonato veio com o gaúcho no comando, mas teve dois sobreviventes do tetra nas quatro linhas: Cafu, reserva em 94 e capitão na final contra a Alemanha, e Ronaldo, que sequer entrou em campo no tetra – tinha 17 anos à época. Oito anos depois, com prêmios de melhor jogador do mundo no currículo, seria o artilheiro do Mundial na Ásia.

O lateral-direito e o atacante resistiram por mais quatro anos e disputaram também a Copa de 2006. Desta vez, comandados por velhos conhecidos. A CBF reviveu a dupla formada por Parreira e Zagallo, só que sem o mesmo êxito. A eliminação nas quartas de final para a França decretou o fim definitivo da geração tetracampeã com a camisa amarela, mas não com paletó e agasalho da Seleção.

Em decisão surpreendente, o antigo presidente Ricardo Teixeira nomeou Dunga para o cargo de técnico. Capitão em 94, um dos maiores ícones daquela equipe teve o primeiro emprego da carreira nessa função com a intenção de dar à Seleção uma imagem de comprometimento – uma das palavras mais usadas por ele – após a Copa de 2006, marcada pelo clima excessivo de "oba-oba" e por uma falta de identidade com os torcedores.

Com mais um tetra como auxiliar, o ex-lateral Jorginho, a equipe se fechou e ganhou faceta mais carrancuda, mas o resultado foi idêntico: títulos nas copas anteriores, América e das Confederações, e eliminação nas quartas de final, para a Holanda. Em vez de comprometimento, a CBF adotou o discurso da renovação. Apostava-se em Neymar, Ganso e Alexandre Pato, e a seleção brasileira caminhava para o primeiro Mundial desde 1994 sem nenhum tetracampeão, já que Mano Menezes era o técnico.

Mas as derrotas na Copa América, nas Olimpíadas e nos amistosos contra as principais seleções, aliadas à mudança de poder na entidade, derrubaram Mano. José Maria Marin assumiu, e Andrés Sanchez, então diretor de seleções, perdeu força – ele era o principal alicerce de Mano. O novo presidente resolveu mesclar o tetra e o penta para tentar o hexa: Felipão era o novo técnico, e Parreira, o coordenador.

Não deu certo. A dupla comandou o maior vexame do futebol brasileiro, a derrota por 7 a 1 para a Alemanha na semifinal da Copa disputada no país. O resultado tornou impraticável a permanência, e Marin promoveu o maior resgate do tetra feito desde então.

Até então empresário de jogadores, Gilmar Rinaldi tornou-se diretor de seleções e buscou o amigo Dunga de volta. Taffarel, que em 2010 havia sido observador da comissão técnica, passa a ser preparador de goleiros. E Mauro Silva, parceiro de Dunga no meio-campo de 94, será observador nos primeiros amistosos a serem disputados nos Estados Unidos, no início de setembro, contra Colômbia e Equador.

As categorias de base também já foram redutos de tetracampeões. O ex-lateral-esquerdo Branco foi coordenador das equipes menores por alguns meses até sair no fim de 2006. Bebeto, da histórica dupla de ataque com Romário, também exerceu a função rapidamente, antes de sair para integrar o comitê responsável pela organização da Copa do Mundo de 2014 (COL). O órgão também teve participação de Ronaldo.

Como tem sido habitual, com bons ou maus resultados nos últimos anos, a CBF se escora num time vitorioso, mas que não chegou a encantar por seu futebol, para tentar o hexa, agora na Rússia.

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