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14/09/2013 - 10:23

'Não queremos comemorar o Dia Mundial do Turismo'

Jaime Okamura

Foto: Divulgação

'Não queremos comemorar o Dia Mundial do Turismo'
Por: Jaime Okamura

No próximo dia 27 será o Dia Mundial do Turismo. Por aqui, esse sentimento parece não caber no coração do Trade Turístico de Mato Grosso. Exatamente há um ano e dois meses, no dia 20 de junho de 2012, o Comitê Permanente Empresarial Pró Copa aprovou a Carta Aberta à sociedade e às instituições governamentais, referente às obras essenciais para desenvolvimento do turismo em nosso Estado em vistas à Copa de 2014. No entanto, de lá pra cá quase nada ou nada mudou com relação às providências sugeridas conforme as solicitações do trade turístico de Mato Grosso.

Considerando que a Copa do Pantanal será um legado para todo o estado e suas ações retornarão em benefícios à sociedade mato-grossense, a expectativa do setor do turismo era o diálogo e a cooperação entre o governo e o setor privado, como fundamental para o desenvolvimento econômico e social do turismo. Esta é uma atividade econômica que tem as suas bases na iniciativa privada.

Pelo o desenrolar dos acontecimentos, a preocupação foi centrada com a realização de obras de infraestrutura e da Arena Pantanal, local dos jogos de acordo com a FIFA. É uma prioridade sem dúvida. Mas deveriam pensar também em atender as demandas estruturais do turismo como viabilidade de permanência do turista, que vem para Cuiabá assistir apenas quatro jogos do seu país. Por enquanto, ninguém está levando em conta, a importância dos destinos turísticos como Chapada dos Guimarães, Nobres e Poconé, o lazer e o entretenimento desses turistas que segundo a EMBRATUR devem permanecer 10 dias em nosso Estado com estimativa de gasto de R$ 528,00 por dia.

Avenidas prontas, aeroporto, viadutos, trincheiras e o estádio pronto. E para onde vão esses turistas depois dos jogos? Quais os atrativos que teremos para lhes oferecer diferente do que eles já têm em seus estados ou países?

Neste quesito, pelo visto, o Estado através dos órgãos competentes não conseguiu deslanchar e como o próprio governador disse em sua entrevista, a preocupação agora é concluir as obras de infraestrutura já em andamento e deixar Cuiabá uma cidade mais moderna, eficiente e acolhedora, o que acredito ser o maior legado para a nossa Cidade. Daí em diante, ele deixa claro na sua entrevista que “a Copa vai passar e Mato Grosso vai se consolidar como nova fronteira do desenvolvimento do Brasil, como a terra de oportunidades, graças ao agronegócio, à industrialização e aos investimentos públicos e privados”. O Governador deixou de citar o TURISMO. Isto nos deixou preocupados com os avanços que poderíamos conquistar na área do turismo que é a vitrine da Copa do Pantanal 2014. Aliás, oportunidade única que poderá ser desperdiçada.

Para 2014, o setor do turismo deve pensar em refazer a Carta com as mesmas propostas com novos enfoques e que sejam absorvidos pelos postulantes ao Governo do Estado em 2104. Os órgãos oficiais do Turismo tanto o Estadual e os municipais como Cuiabá e Várzea Grande deveriam repensar suas atitudes em relação ao turismo e observar que, a Copa depende do desenvolvimento deste setor que, tem a mesma importância que os demais setores no contexto social e econômico do nosso estado.

Lamentavelmente não possuímos os órgãos representativos como o Conselho Estadual e Municipal do Turismo implantados, funcionando e devidamente reconhecidos como órgãos superiores e deliberativos e não apenas consultivos, como estão atualmente.

As sugestões da Carta do Turismo e tudo o que foi pensado no ano passado para este ano, acreditamos, já não serem possíveis de se realizar, em função de tantos entraves burocráticos e com a chegada das chuvas. Um exemplo é a realização de um projeto para recuperação e revitalização da Transpantaneira, em Poconé, portal do Pantanal mato-grossense, sem falar na Chapada dos Guimarães e demais potenciais turísticos em torno da Copa de 2014.

Além disso, tem a relação do turismo com a geração do emprego e renda, a promoção da nossa cultura, revitalização do centro histórico, entre outras. São ações pontuais em relação à preparação para a Copa do Mundo de 2014, visando o turismo, envolvendo os empresários com o evento dentro e fora dos estádios no Brasil.

Até agora, o setor não tem sido ouvido com participação ativa nos preparativos para Copa do Pantanal, para uma melhor definição de ações dentro da Câmara Setorial do Turismo da SECOPA bem como das Prefeituras de Cuiabá e de várzea Grande a fim de torná-la eficiente e participativa.

A Carta do Trade Turístico solicita atenção especial à infraestrutura que demanda praças, parques, centro de eventos, meios de hospedagens, terminais, centros de informação ao turista, implantação da sinalização turística, reurbanização de centro histórico, recuperação de equipamentos e prédios históricos, casas de cultura e museus não só em Cuiabá e Várzea Grande como nos municípios próximos a Cuiabá tornando competitivo e consolidado e depois, um polo irradiador também aos outros atrativos turísticos de todo o Estado.

Agora, o trade turístico deve despertar e cobrar das autoridades envolvidas com o TURISMO, mais eficiência para termos em enfim, o legado esperado com o advento da Copa do Pantanal.

Jaime Okamura é presidente do Conselho Estadual das Entidades de Turismo do CNTUR-MT

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por iolan, em 16/09/2013 às 09:35
PRECISAMOS DE UMA CARTILHA PARA SER DISTRIBUÍDA A TODA POPULAÇÃO QUE CONTENHAM TODOS OS PONTOS TURÍSTICOS EM TODO O ESTADO DO MATO GROSSO
por MOISES, em 16/09/2013 às 07:26
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por Julinho, em 14/09/2013 às 17:55
Esquecido? O turismo em MT nunca foi lembrado que existe, sempre foi ignorado pelo governo se não fosse por conta de operadores que correm atrás o mundo não saberia que existe pantanal.
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