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09/05/2014 - 10:51

Após morte, Ministério do Trabalho interdita parte das obras na Arena Pantanal

Da Redação - Wesley Santiago e Lucas Bólico

Foto: Secopa

Após morte, Ministério do Trabalho interdita parte das obras na Arena Pantanal
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) determinou há pouco a interdição das atividades de manutenção e intervenção em linhas energizadas da Arena Pantanal. A medida é uma consequência do acidente que matou o trabalhador Muhammad ´Ali Maciel Afonso, de 32 anos, nesta quinta-feira (9).

Secretário da Secopa revela que operário morto na Arena trabalhava sem proteção
Ministério Público do Trabalho quer punição a responsáveis por acidente; empresa divulga nota
Trabalhador da Arena Pantanal morre eletrocutado; fotos

Por meio da assessoria de imprensa, a Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa), informou que ainda está tomando pé da situação para dar um posicionamento oficial pelo caso. O chefe de fiscalização da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Mato Grosso (MTE/SRTE/MT), José Almeida, informou pela assessoria de comunicaçãoque a proibição será mantida até que a empresa Etel Engenharia Montagens e Automação Ltda., contratada pelo Consórcio CLE, comprove haver segurança operacional para execução das atividades pelos operários.

“O que aconteceu nesse setor pode acontecer em outro porque não há um procedimento de trabalho. É uma questão preventiva. Estamos observando aqui o princípio da prevenção”, justificou Almeida em texto publicado na página do Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso.

O secretario extraordinário da Copa do Mundo de 2014, Maurício Guimarães, confirmou em entrevista coletiva, na noite de quinta-feira (09), que o operário  não estava com as luvas de proteção na hora do acidente. O trabalhador recebeu uma descarga elétrica e acabou morrendo.

“No momento do acidente, ficou caracterizado que ele estava sem as luvas. Mas ele portava os demais equipamentos exigidos. A perícia é quem vai definir o que ocorreu. São situações visuais que, às vezes, não refletem a realidade”, disse o secretário da Secopa.

"Se ele apto ou não para desempenhar as funções na qual estava, só a perícia vai dizer. Agora precisamos aguardar os laudos. Quando tivermos essas informações, vamos tomar as medidas cabíveis. Esses assuntos da relação trabalhista deve ser tratado diretamente com a empresa e nós vamos cobrar dela se houver qualquer tipo de irregularidade", explicou Maurício.

A procuradora do Trabalho Marselha Silvério de Assis, que instaurou no Ministério Público do Trabalho (MPT) um inquérito civil para apurar a responsabilidade das empresas no caso, acompanhou pessoalmente a diligência realizada pelo MTE e pelo Instituto de Criminalística.

Para a procuradora, a situação pode representar não somente uma lesão ao direito individual do trabalhador morto, mas uma verdadeira ameaça a todos os demais empregados que exercem o ofício da vítima na empresa. “O direito ao meio ambiente do trabalho saudável decorre do direito do trabalhador à saúde e à segurança e está garantido na Constituição Federal. A CLT [Consolidação das Leis Trabalhistas], por sua vez, determina que o cumprimento das normas trabalhistas e, por consequência, a manutenção da saúde do trabalhador, é dever do empregador, razão pela qual necessária se faz a investigação das causas do acidente ocorrido”, reforça.

Ela ainda explica que a pessoa que contrata um empregado tem a obrigação de utilizar seu poder de comando para instrui-lo quanto às precauções a tomar para evitar acidentes ou doenças ocupacionais. “É dever do empregador assegurar a obediência às normas de saúde e segurança, e adotar medidas de proteção coletiva, além de fornecer e fiscalizar o uso dos equipamentos de proteção individual e dar treinamento aos operários”, salienta.

O MPT solicitou, com urgência, ao Ministério do Trabalho e Emprego (TEM/ SRTE/MT) e à Polícia Civil, o relatório de análise do acidente e o laudo pericial sobre a morte do trabalhador, respectivamente, a fim de dar seguimento às providências extrajudiciais e judiciais que sejam necessárias.

A empresa Etel, para qual o operário trabalhava, se pronunciou através de nota sobre o caso dizendo que não houve irregularidades e que Muhammad’Ali estava “ apto para o exercício da função de eletricista, estava dando início a uma nova fase de sua carreira”. Originalmente ele havia sido contratado como montador.

“Estamos fornecendo todo apoio moral e material que a situação exige. Embora neste momento não podemos fazer qualquer afirmação sobre as responsabilidades do acidente, temos todo interesse em colaborar com as autoridades na conclusão da perícia que apurará tais razões”, afirma a nota.

O Ministério Público do Trabalho do Mato Grosso disse que investigará o caso e que "serão adotadas todas as providências cabíveis à instituição e que, caso seja verificada a omissão das empresas no que concerne às obrigações de fornecer e fiscalizar o uso dos equipamentos de proteção e de garantir um meio ambiente de trabalho seguro, tomará as medidas que se fizerem necessárias administrativa e/ou judicialmente".

Muhammad’Ali estava instalando luminárias no nível 2, do setor Leste, da Arena Pantanal, quando recebeu uma forte descarga elétrica. Os agentes do Samu e do Corpo de Bombeiros de pronto atenderam a ocorrência. Eles tentaram reanimar o trabalhador durante 40 minutos, sem sucesso. O operário deixa esposa e dois filhos – de 7 e 9 anos.

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por Zé da Silva, em 12/05/2014 às 09:55
Numa cidade do interior um jovem em um computador usando fones de ouvidos, em sua casa, morreu atingido pela energia de um raio. Nesse caso, não teria a justiça que interditar a natureza ou a casa do jovem? Coisas de gente que não pensa no prejuízo que irá causar a toda população!
por ELI ROCHA, em 09/05/2014 às 16:45
Acho que essa procuradora (Dra. Marselha) deveria ser responsabilidade pela morte do operário. Ela, na qualidade de procuradora do trabalho deveria ter tomado as providências antes do ocorrido. Cadeia nela.
por Charles, em 09/05/2014 às 16:04
Retransmitindo. Achei legal este artigo.. A torcida pelo fracasso da Copa do Mundo e o Valor dos Contratos Salvar • 41 comentários • Imprimir • Reportar Publicado por José Tadeu Gobbi - 7 horas atrás 63 A torcida pelo fracasso no Brasil é quase uma instituição nacional. É impressionante observar a quantidade de pessoas no país torcendo para que a Copa do Mundo resulte num retumbante fracasso, sem levar em consideração que o Brasil está inserido numa ordem mundial e o fracasso deste tipo de evento fatalmente irá comprometer o prestígio do país por muito tempo. Sucesso e fracasso tem pesos diferentes na cultura dos povos. Países como os Estados Unidos cultuam o sucesso como doutrina. O americano médio tem orgulho por seu país liderar o mundo e ama pessoas bem sucedidas porque elas representam a força do país. O termo “loser” (perdedor) nos Estados Unidos é uma grave ofensa pessoal. No Brasil, ao contrário, temos o hábito de desconfiar do sucesso como se este fosse resultado de atividades escusas, espertezas ou sorte. A crença no preparo, na inteligência, na boa fé, na perseverança e na honestidade é frágil. Temos um Estado que parece odiar quem empreende e cria todos os obstáculos possíveis e imagináveis para dificultar-lhe o sucesso. Uma imprensa que trabalha com a lógica que jornalismo de qualidade deve ser sempre de oposição, sempre crítico, sempre cáustico o que reforça a visão de que nada funciona e tudo está sempre errado. Quem busca se informar tem a impressão que o mundo esta permanentemente em crise, que a sociedade caminha à beira de um abismo de incúria e violência e que a economia irá sucumbir no próximo trimestre. Não está no DNA da imprensa dar boas notícias, mas a cultura do brasileiro de falta de compromisso com o bem público e a dificuldade de lidar com normas e regras ética e moralmente aceitáveis só fazem potencializar a visão negativa das coisas. Empresários bem sucedidos no Brasil são vistos com desconfiança. Gente como um Steve Jobs ou um Jeff Bezos não seriam admirados nem exemplos por aqui. Prevaleceria uma visão distorcida de que são pessoas que se deram bem porque tinham um amigo no governo ou tiveram sorte e conseguiram uma mamata qualquer. Vemos com certo prazer a derrocada de um Eike Batista independente de sua história e do seu mérito e nem tomamos conhecimento de pessoas como Carlos Alberto Sicupira, João Paulo Lemann ou Abilio Diniz. Cientistas, pesquisadores, grandes profissionais, empreendedores bem sucedidos das mais diversas atividades são personagens periféricos e sem importância em nossa cultura. Somos o país da malandragem, não dos grandes feitos. Gostamos da Mulher Melancia com sua bunda e daquele atleta do nosso time favorito que sem ter o segundo grau completo conseguiu um contrato milionário com um clube europeu. Temos admiração por quem consegue algum sucesso pulando etapas como a da educação, por exemplo. A cultura da malandragem e a responsabilidade objetiva Não enxergamos mérito em nossos adversários, nada do que fazem merece nossa melhor avaliação. Não temos a coragem de ver mérito em nossos oponentes porque acreditamos que ter esta atitude é reconhecer que somos menores e menos capacitados. Falta-nos grandeza. Na política escolhemos os piores, os mais espertos, os malandros, os sem caráter, porque nos identificamos com estes personagens. Não importa que o sujeito esteja na lista da Interpol e condenado em toneladas de processos. Criminalizamos a política sem entender que estes personagens existem porque nós os elegemos, somos responsáveis por eles. O brasileiro tem este lado negativo, mórbido de torcer para que algo não funcione porque acredita que não será ele quem usufruirá dos benefícios. A torcida para que os estádios não fiquem prontos, para que o planejamento falhe, para que os transportes não funcionem e todas as desgraças possíveis e imagináveis esta no subconsciente de muitos brasileiros de forma natural. Produzimos o “wishful thinking”, a professia autorrealizável, se todo mundo desejar a coisa toda se concretiza pela força do desejo. Não vencemos nossos oponentes oferecendo argumentos melhores ou um projeto superior, mas, por ação ou omissão, contribuindo para que fracassem. E quando acontece ocorre o que os alemães chamam de “Schadenfreud”, um grande prazer em ver a desgraça de quem não gostamos, sem saber que em nosso inconsciente o prazer pelo fracasso expõe nossa incapacidade em vencer, em acreditar no sucesso. O pior é que não nos sentimos responsáveis como povo, responsabilidade significa comprometimento e no fundo fomos educados para transferir responsabilidades, descrer do mérito, do esforço, porque no fim tudo se ajeita, Deus provê. A malandragem é uma lógica aceitável. Fazemos discursos moralistas e éticos para nossos filhos e logo em seguida damos um golpezinho na conta do restaurante na frente deles. Somos incapazes de dizer ao garçom que ele se esqueceu de lançar na conta o suco de laranja que consumimos, afinal os caras também empurraram o couvert que não pedimos. Gostamos de andar pelo acostamento, furar fila, sentar no banco exclusivo para gestantes no ônibus, estacionar na vaga de deficiente nos shoppings, passar no sinal vermelho, humilhar nossa empregada doméstica, adoramos uma indicação política e odiamos concursos. São muitos os exemplos que demonstram quanto esta mentalidade esta enraizada em nós. Os contratos e o sistema de justiça Vemos isto também no âmbito das corporações. Observe as grandes corporações no mercado brasileiro, como tratam seus clientes, como os enganam com cláusulas contratuais abusivas, promoções mandrake e atendimento de quinta categoria. Fingem observar as leis e os direitos dos consumidores, mas contam-se aos milhares os clientes com queixas absurdas de bancos, operadoras de telefonia, planos de saúde, companhias aéreas e assim por diante. Os contratos no Brasil são rigorosos nas responsabilidades do consumidor e flexíveis nos deveres das empresas. Nosso sistema de justiça foi construído para não funcionar. Temos uma justiça seletiva extremamente dura e inclemente quando julga cidadãos mais vulneráveis e omissa e leniente quando julga cidadãos do topo da pirâmide social. Como a justiça não funciona, os espertos sempre se dão bem logo ser esperto no Brasil é um meio de vida. A generalização é sempre ruim porque nivela toda população pelo comportamento do que julgamos ser uma parcela, mas já vivi o suficiente neste país para entender que o silêncio dos que não compactuam com esta realidade é quase um endosso a ela. Afinal, quem defende coisas como mérito, responsabilidade, honestidade, senso de dever, compromisso com os contratos e com o país costuma fazer papel de tolo, de otário. Complexo de vira-latas Nelson Rodrigues cunhou o termo “complexo de vira-latas” para definir nossa baixa autoestima depois do fracasso na Copa de 1950 e em seguida para definir como o brasileiro se colocava diante do mundo. O tempo passou, a sociedade evoluiu, o país cresceu e Nelson Rodrigues continua mais atual do que nunca. Como povo continuamos um tanto vira-latas, afinal num país onde todos são espertos no fim acaba que somos todos otários. Daí torcer para que a Copa do Mundo não se realize, que tenhamos uma crise de energia em escala nacional e que o fornecimento de água em São Paulo seja racionado é tão simples quanto acreditar que os venais atuando como parlamentares no Congresso Nacional foram indicados pelo Presidente da Fifa. José Tadeu Gobbi Publicitário Diretor Comercial da Valebravo Editorial S/A – Jornal O VALE Outros artigos do mesmo autor: O Papel do Jornal e o Jornal de Papel http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_ed745_o_papel_do_jornal_e_o_jornal_de_papel O lento suicídio dos jornais http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_ed783_o_lento_suicidio_dos_jornais
por Jota Realista, em 09/05/2014 às 14:33
Não haverá jogos da copa do Mundo em Cuiabá para sorte e menor vergonha do povo que vive aqui. E alias, no Brasil será uma vergonha Nacional devido a falta de infraestrutura do País. Esperavam o que com um Governador como o Silval e uma Presidente como a Dilma e a tropa do PT.
por joaoderondononopolis, em 09/05/2014 às 13:21
Tinha que interditar era toda a arena por 120 dias.
por zé só, em 09/05/2014 às 13:20
TEM QUE INTERDITAR MESMO. AFINAL, SERÁ QUE A COPA É MAIS IMPORTANTE QUE VIDAS QUE SE PERDEM?
por Bruno, em 09/05/2014 às 13:09
Bom, segurança do trabalho é algo muito complicado, se as empresas forem advertir e mandar embora todo funcionários que se recusa ou que não usa a EPI resultaria em uma obra vazia. MUITOS COLABORADORES NÃO GOSTAM DE USAR SEUS EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA! NÃO ADIANTA FAZER DDSs E MOSTRAR VÍDEO DE GENTE MORRENDO! A CONSCIENTIZAÇÃO É DIFÍCIL! MESMO SENDO FEITA DIARIAMENTE...
por Elias Neves, em 09/05/2014 às 12:40
o Brasil não tem nada e aparecem um puhando desejando a Copa? Vide conclusão desta e outras arenas. Loucura: a corrupção de sortou desejável por muitos!
por Odenor, em 09/05/2014 às 12:14
Lamentável a morte desse trabalhador. Agora, interditar uma obra que já está atrasada, no mínimo é mais uma conspiração contra a Copa em Cuiabá.
por ze do povo, em 09/05/2014 às 12:13
E a Copa???? Faltam 30 dias e o local onde não pode mais haver atraso é na Arena Pantanal, será que essa medida é necessária????
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