Trabalhadores da trincheira do Santa Rosa, fizeram na tarde desta quinta-feira (5) uma manifestação por conta de uma situação de ‘desespero’, segundo eles. Colchões foram queimados e vidraças foram quebradas. Operários alegam viver sob clima de insalubridade e condições subumanas.
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Eles foram contratados pela empresa Estaca, que terceiriza os trabalhos da Construtora Camargo Campos, que é a construtora da trincheira do Santa Rosa. Segundo os operários, que vieram de Aracaju (SE), a promessa era de que receberiam R$ 1.800 pelo trabalho, porém quando chegaram a situação foi diferente. Eles afirmam que a empresa não quis pagar mais que R$ 1.400.
A situação em que eles estão vivendo também é crítica. São 21 trabalhadores amontoados em uma casa com quatro quartos pequenos – em que cabem apenas duas pessoas – e um ventilador pequeno para cada quarto.
Os operários resolveram dar um basta na situação e realizaram a manifestação quebrando vidraças e colocando fogo em colchões. O Corpo de Bombeiros foi até o local para apagar as chamas. Uma guarnição da Polícia Militar também foi chamada para atender a ocorrência. Ninguém foi preso.
Mostrando irritação, os trabalhadores prometeram procurar o Ministério do Trabalho para resolver a situação e esperam ações do Ministério Público. Eles aguardam equipes da imprensa para mostrar a situação em que estavam vivendo.
Os operários estão exigindo que os 10 dias trabalhados sejam pagos, assim como as passagens de volta para Sergipe. Se a situação não for resolvida, eles prometem paralisar a obra nas próximas horas.
"Fomos enganados. Viemos para Mato Grosso com a promessa de receber R$ 1.800 por mês e chegando aqui, nos informaram que o salário seria de R$ 1.400. Depois, fomos alojados em uma casa onde não comporta um grande número de operários com péssimas condições de higiene e alimentação. Sofremos com falta de espaço, dormindo apertado e com um ventilador que não alivia o calor. Então, decidimos reagir e procurar nossos direitos. O que estão fazendo conosco é desumano", reclamou o armador José de Oliveira, que se afirma decepcionado.
"Tudo o que queremos agora é receber pelos dias trabalhados e ter a passagem de volta. Não queremos mais ficar. Estamos decepcionados", relata José Cléber, contratado como pedreiro. Junto com os companheiros, que já foram dispensados, ele quer atenção da empresa que o contratou.
A reportagem tentou entrar em contato com os representantes da sub-empreiteira, porém não obteve resposta. A Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa) disse que ainda não tinha conhecimento do fato e pode se pronunciar em breve.
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