O presidente do Sindicato das Empresas de Turismo no Estado de Mato Grosso (Sindetur), Oiran Gutierrez, disparou várias críticas ao governo pela falta de investimentos no setor para a Copa do Mundo de 2014. Em entrevista exclusiva ao
Olhar Copa, ele revelou que os estrangeiros foram enganados.
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“Os turistas foram enganados. Passaram uma imagem no exterior totalmente diferente do que nós temos aqui. A realidade é outra. Os estrangeiros vêm para ver Chapada dos Guimarães, Pantanal, mas a realidade é outra. As pontes continuam precárias, nas rodovias só se vê o mato e não poderão contemplar a natureza”, disse Oiran.
Segundo o dirigente do Sindetur, Cuiabá é uma das sedes que mais receberão estrangeiros na competição, mas pecou na questão de planejamento: “Somos a segunda cidade que vai receber mais estrangeiros durante a Copa do Mundo e pouco temos para oferecer”.
O sindicalista ainda pede para que os produtos regionais (Siriri e Cururu; Artesanato; entre outros) sejam ofertados para estas pessoas: “É o que nós temos para trabalhar, portanto precisamos espalhar isto por toda a cidade. Temos que recepcioná-los da melhor forma possível. Os benefícios disso ficam para Cuiabá”.
Oiran admite entender a revolta da população com os atrasos que acometem a maioria das obras da Copa do Mundo de 2014: “Se os nossos governantes tivessem dado conta que não ficaria pronto, tudo bem. Mas o problema é que mentiram e isso revoltou a população, é algo duro de aceitar. O secretário-geral da Fifa esteve na cidade e o governador estava detido, a nossa imagem acaba manchada”.
O presidente do Sindetur ainda criticou a frase dita pelo secretário extraordinário da Copa do Mundo, Maurício Guimarães, que disse em entrevista a Folha de S. Paulo que “turistas querem festa e não viaduto”: “É inadmissível dizer uma barbaridade dessas”.
“O maior dos legados seria os turistas saírem de Cuiabá satisfeitos, recomendando a cidade para outras pessoas. Poderiam estar hoje elogiando nosso aeroporto, o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), entre várias outras coisas. O que podia ser feito pela iniciativa privada, nós fizemos. Conseguimos aumentar o número de leitos expressivamente, claro que não vamos conseguir atender toda a demanda, mas isso acontece em vários lugares. Na Alemanha eu vi pessoas dormindo em carros”.
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