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Notícias / Mobilidade Urbana

Problema no viaduto da Sefaz traz a tona dúvidas sobre qualidade das obras; MPE de olho

Da Redação - Wesley Santiago

 O problema encontrado no viaduto Jamil Boutros Nadaf (viaduto da Sefaz) trouxe a tona novamente os pontos de interrogação sobre a qualidade das obras de mobilidade urbana da capital mato-grossense. Diversas obras de arte – como são chamadas pelo governo – já apresentaram problemas. O Ministério Público Estadual (MPE-MT) e o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso (Crea) afirmam que acompanham as construções.

Segundo a assessoria de imprensa do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso (Crea) a fiscalização das obras teve início desde que os primeiros funcionários foram contratados. Esta inclusive é uma das frentes na qual o órgão atua: “O principal ponto são os documentos dos operários que nós vistoriamos”, relatou ao Olhar Copa.

Porém, a fiscalização sobre a qualidade da obra é algo feito pontualmente: “Não podemos pela nossa própria vontade ir até o local e fazer a vistoria. Precisamos ter um pedido formal de algum órgão, uma autoridade ou um promotor por exemplo. Isto também precisa ser feito no tempo certo. Há alguns pontos que não temos como analisar depois que tudo está pronto e acimentado”.

O problema no viaduto da Sefaz foi encontrado após um apontamento da Comissão de Infraestrutura Urbana e de Transporte (CIUT) da Assembleia Legislativa. Após isso, os engenheiros foram até o local e constataram a irregularidade. Uma fissura foi detectada sobre o elevado e por conta disto o local foi interditado.

MPE de olho

O Ministério Público Estadual (MPE-MT) também está com as atenções voltadas para as obras de mobilidade urbana. O promotor Clóvis de Almeida Junior, do Núcleo de Defesa do Patrimônio Público, explicou em conversa com o Olhar Copa que: “temos que esperar o laudo. Estas são questões técnicas e o que for constatado nele terá de ser feito, os problemas tem de ser reparados. O consórcio tem um contrato e nele está escrito que tem de entregar o modal funcionando”. Fica por conta da empresa também, os reparos necessários nas obras durante os próximos cinco anos.

Questionado pela reportagem se o MPE iria pedir que o Crea vistoriasse mais obras após o problema, o promotor afirmou que “o órgão dispõe de engenheiros para fazerem este trabalho. Nós temos acompanhado tudo e temos inquéritos sobre todas as construções”.

O promotor finalizou dizendo que: “O MPE não pode interferir diretamente nas obras. Nós repassamos as preocupações para os gestores e eles é quem tem de cobrar das empresas em relação aos atrasos e má qualidade das obras”.

Problemas constantes

As obras de mobilidade urbana já apresentaram diversos problemas desde que foram entregues. Em julho de 2013, o viaduto da UFMT – jornalista Clóvis Roberto – apresentou problemas em uma das vigas, que estava instalada de forma incorreta. Após a inauguração, os problemas não terminaram. A cada chuva, formava-se um lago na cabeceira do elevado, prejudicando a passagem dos carros.


  Problemas foram constantes nas obras (Darwin Júnior - Olhar Copa)

A trincheira Ciríaco Cândia também foi alvo de polêmicas após o Crea constatar diversos erros, alguns inclusive graves e que colocaram em risco os condutores: “A quantidade de infiltrações nas paredes coloca em risco a vida de muitos motoristas”, disse na época o engenheiro do Crea/MT, André Schuring.

A ponte que liga a avenida Beira Rio à rua Antonio Dorilêo, no bairro Praeirinho, foi outra a apresentar patologias. Um pedaço do asfalto cedeu e foi abaixo no local, pouco tempo depois da entrega. O governador Silval Barbosa (PMDB) diversas vezes em entrevistas para a imprensa ressaltou que não aceitaria obras de má qualidade, porém, isto não é o que se vê atualmente.