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Notícias / Copa 2014

Trabalhadores do COT da UFMT cruzam os braços e protestam contra más condições de trabalho

Da Redação - Wesley Santiago

O governo deverá entrar em mais uma turbulência nas próximas horas. Isso porque os operários responsáveis por construir o Centro Oficial de Treinamento (COT) da UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso), paralisaram a obra desde as 7h desta segunda-feira (10). A más condições de trabalho no local são o principal motivo.

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Cerca de 190 trabalhadores estão de braços cruzados e aguardam uma solução para o impasse. O principal problema apontado pelos funcionários e alvo do protesto no local é  má condição de trabalho que eles enfrentam.

Segundo os trabalhadores, os banheiros estão entupidos, não há água no bebedouro, e os salários deste mês estão atrasados. Ainda revelam que os vales e passes de ônibus não foram fornecidos e que a Engeglobal – responsável pela obra – até o momento não apresentou nenhuma solução para o impasse.

Os operários informam que ainda não há previsão de retorno dos trabalhos até que as exigências sejam atendidas. No fim de fevereiro – dia 24 – foi encaminhada pelo Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil de Cuiabá e Municípios (SINTRAICCCM) uma denúncia aos órgãos de fiscalização sobre as más condições trabalhistas no local.

Os principais motivos de reclamação dos trabalhadores são: a falta de vasos sanitários, de chuveiros e de armários suficientes para atender aos 190 operários; alimentação servida em marmitex em quantidade insuficiente para a maioria deles; cartão de ponto 'batido' por terceiros e não pelo próprio trabalhador e a existência de apenas um relógio de ponto, o que provoca enormes filas e desconforto.

Ainda há denúncias sobre a não contabilização das horas extras. Os operários relatam que o final do expediente é registrado ás 16h, porém, isto não acontece e eles continuam até ás 19h. Ainda segundo eles, o FGTS não está sendo depositado pela empresa.

O SINTRAICCCM verificou a situação e tentou uma reunião com a empresa para sanar os problemas, porém, o prazo dado – dia 20 do último mês – terminou e nenhum resposta foi dada pela Engeglobal.

"Está faltando gente para trabalhar e os que estão trabalhando estão sendo tratados com este desrespeito. Este é um dos fatores que está provocando tantos problemas nas obras da Copa: trabalhadores maltratados ficam desmotivados", disse Joaquim Santana, presidente do SINTRAICCCM.

Na semana passada o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-MT) apontou que a quantidade de mão-de-obra no local não é suficiente para que a obra seja concluída a tempo do Mundial de 2014.

Vale lembrar que em entrevista coletiva na última sexta-feira (07), o secretário extraordinário da Copa do Mundo, Maurício Guimarães mostrou preocupação com o local: “As obras dos COT’s e do Aeroporto são as que mais despertam atenção e nos preocupam”.

Outro Lado

A assessoria da Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa) informou que: “estamos acompanhando a situação de perto para que a paralisação não interfira no cronograma das obras. Esta é uma questão entre a empresa e os funcionários, estamos de olho e aguardando”.

O diretor da Engeglobal, Pedro Moreira, disse que o problema ocorrido no pagamento dos ordenados se deu por conta do feriado bancário: “Todas as empresas estão pagando hoje, governo, INSS, tudo por conta do feriado bancário. Nós temos que processar a folha de 1297 funcionários de toda a empresa”.

Pedro ainda reiterou que os trabalhadores foram avisados: “Nós comunicamos todas as nossas obras que o pagamento seria feito na segunda-feira (10). O vale transporte foi pago na sexta-feira (07)”.

Ainda segundo o diretor, parece haver um movimento que está tentando desestabilizar a obra: “Lá na UFMT ainda não conseguimos detectar a origem deste problema, qualquer coisa que acontece por lá vira problema. Há alguns dias deu problema em uma adutora da universidade e o pessoal resolveu parar, coisa que não é culpa nossa e ainda ajudamos a resolver o problema”.

“Nós lamentos em um momento de acelerar as obras que surjam esse problema. É um movimento para desestruturar o que está sendo feito. Todos os nossos empreendimentos estão sendo tocados, infelizmente lá, sempre aparece alguma coisa neste sentido”, finaliza Pedro.

Atualizada ás 10h34

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