Globo Esporte
A entrevista coletiva do Comitê Organizador da Copa do Mundo, nesta quinta-feira, em São Paulo, mostrou a preocupação da Fifa em se desvincular totalmente dos problemas relativos a greves e falhas na infraestrutura das sedes do Mundial. A capital paulista, por exemplo, enfrentou um dia complicado, com paralisação do metrô e de agentes de trânsito - e consequentemente, engarrafamento recorde.
O assunto foi recorrente durante todo o evento, e o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, todas as vezes em que foi questionado sobre se a entidade se preocupava com a questão a uma semana do início da Copa, transferiu os questionamentos para o ministro do Esporte, Aldo Rebelo.
Ao responder à questão, Rebelo acabou provocando uma controvérsia com a Fifa. Ele admitiu que o Brasil enfrenta problemas estruturais, de segurança pública, transporte público, mas disse que o País foi o único a se candidatar para sediar o Mundial de 2014.
Em seguida, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, pediu a palavra e afirmou que a Colômbia também se ofereceu, mas acabou desistindo. O fato é que, no dia da escolha, apenas o Brasil estava no páreo, já que a entidade que comanda o futebol estabeleceu um rodízio de continentes: estava decidido que a Copa deste ano seria realizada na América do Sul, e a Colômbia havia se retirado da disputa.
- Com relação à Copa, sempre tivemos muitos países querendo hospedá-la. Quando dissemos que o Brasil foi o único (a se candidatar) não está correto, porque a Colômbia também queria, mas depois desistiu - disse Blatter.
O ministrou continuou sua resposta admitindo que os problemas enfrentados pelo país não envolvem a Copa.
- Os atrasos mais importantes e graves do Brasil não estão relacionados ao Mundial. Temos uma infraestrutura deficiente, que impacta em nossa economia. Sabemos que há problemas de segurança pública, em aeroportos. O que procuramos fazer é um esforço para resolver alguns, melhorar outros, antecipar soluções.