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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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Gestão de Riscos em Cooperativas de Crédito

Sobre os Riscos:

São eventos previsíveis e alheios à vontade das instituições e até mesmo na vida de qualquer

pessoa, portanto, passíveis de serem administrados numa esfera de muito rigor técnico e intransigência com a segurança.

Os riscos estão presentes em toda atividade humana, seja no simples ato de atravessarmos uma movimentada avenida, ou nas atividades rotineiras dos profissionais de uma instituição financeira, de modo que não é possível estarmos ilesos de qualquer evento não desejado, contudo a prevenção e o gerenciamento se mostram como indispensáveis aliados, seja na cautelosa verificação do melhor ponto e tempo para atravessarmos a movimentada avenida, seja na complexa análise para concessão de crédito e gerenciamento de riscos de uma carteira de empréstimos ou de investimentos em uma instituição financeira.

Exemplos de Riscos nas Cooperativas de Crédito:

Risco de Crédito: Em resumo é o risco de um determinado tomador não conseguir, ou não desejar honrar com sua obrigação no tempo e forma contratados. Sua prevenção se dá com a criteriosa utilização de métodos de análise de crédito e no gerenciamento das diversas carteiras de crédito existentes na instituição.

Risco de Mercado: O risco de mercado independe das ações diretas da instituição, são decorrentes de circunstâncias no cenário político e econômico. A mitigação desse risco passa principalmente pela qualificação técnica dos dirigentes e conselheiros da cooperativa de crédito, os quais possuem a difícil missão de antecipar-se aos possíveis eventos.

Risco Operacional: O risco Operacional se faz presente não apenas nas instituições financeiras, mas em qualquer atividade empresarial, se consubstanciando basicamente pela prática de erros humanos, cuja relevância, reincidência, falta de controles e de treinamento, podem ocasionar a quebra de uma instituição. É a perda de prazo num escritório de advocacia, o erro médico numa clínica médica ou a fraude numa instituição financeira.

Risco Legal: O risco legal se apresenta por fatores internos e externos, seja pelo descumprimento de leis e regras aplicáveis, ou ainda pelo surgimento de novas legislações, sem a devida adequação da Cooperativa. As Cooperativas de Crédito estão sujeitas a um interminável universo de legislações específicas, amplamente regulamentadas e fiscalizadas pelo Banco Central do Brasil.

Controles Internos e Gestão de Riscos: Como se viu o assunto carrega aspectos de extrema seriedade e complexidade, de modo que a preocupação e rigor com a segurança, devem ser maior de que a própria vontade de crescimento da instituição. A qualificação técnica de dirigentes, conselheiros e colaboradores, bem como a segregação de funções, alçadas de autonomia e de responsabilidades (compliance) são fatores básicos para o necessário controle de riscos na cooperativa de crédito.

As áreas de controles e auditorias externas, juntamente com o Conselho Fiscal da instituição, exercem papel determinante para evidenciar focos imediatos de reparos pela administração, cujos trabalhos devem se dar com total autonomia, independência e transparência.

Como podemos observar a palavra “RIGOR” é justamente a chave do sucesso no gerenciamento de riscos nas Cooperativas de Crédito.

Alex Sandro Rodrigues Cardoso é Conselheiro Fiscal da Unicred Mato Grosso; Consultor de Crédito, Riscos e Recuperação de Crédito na Empresa CRRC Soluções e Advogado especialista em direito civil, direito processual civil e direito médico, na Cardoso Rodrigues Advocacia Estratégica.
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