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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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José moreno: realmente um profissional de atitude

Ainda há poucos dias, após receber o honroso convite para, pela primeira vez em minha história profissional, compor uma chapa que concorreria ao pleito eletivo da OAB Seccional de Mato Grosso, vi-me em profunda ponderação sobre o que me foi ofertado.

Confesso que ainda anestesiado pelos conceitos e pré-conceitos que se formaram em minha consciência, haja vista todas as circunstâncias que o labor diário me faziam saltar aos olhos, tais como descaso, desrespeito, perda de credibilidade, concorrência canibal e desprestígio de classe, em contraposição às fachadas pomposas e redes sociais que ostentavam verdadeiros palácios de Versalhes, transmutados em sede de escritório de advocacia, fiquei em penosa dúvida de aceitar ou não ao chamado.

Consultei para tanto, não só alguns colegas mais experientes, mas também, e em especial, os mais novos, e que representam a continuidade da profissão que abracei como sentido de vida, e foi nos meandros desses debates que a resposta surgiu ‘positivamente’.

Assim o foi porque é fácil explicar o que nasce da verdade da vida.

Era maio de 2000, e por razões de saúde, ainda nos bancos da academia, minha turma de faculdade perecia pela ausência de um mestre que era responsável pela cadeira de Direito do Trabalho.

Isso nos infligia descrença, pois para muitos ali, o não preenchimento da cadeira representava insegurança do saber, mas do saber enquanto conhecimento pujante, inebriado pelo medo do fracasso no exame de ordem e, quiçá, no campo profissional.

Eu liderava aquele grupo de alunos desde o primeiro semestre, e muito ouvi, mas principalmente agi, municiado e movido pela angústia de meus colegas.

Quando já quase descrente de uma solução positiva, fomos surpreendidos por um então jovem advogado, que adentrou a sala de afogadilho, saudando a todos com um bom dia, já quase se aproximando o almoço, DIZENDO, e desde já peço perdão PRESIDENTE, caso tenha me esquecido ou me equivocado com as palavras precisamente usadas na ocasião:

“Bom dia a todos! Eu me chamo José Moreno, sou advogado militante e professor universitário. A direção da Faculdade me incumbiu de ministrar a vocês a disciplina de DIREITO DO TRABALHO, em substituição ao colega enfermo.
Quero dizer aos senhores que não é a minha intenção derramar conteúdo sobre vocês, porém, mais pela exiguidade do tempo, uma vez que faltam cinco aulas para o fim do semestre, e esta é uma delas, do que propriamente pela minha vontade, vou tentar, humildemente, dentro do tempo que me resta, ensinar um pouco do que sei. Vocês aceitam este compromisso?”

Na ocasião, as reações foram as mais diversas, todavia, o compromisso foi firmado, e assim se sucedeu, tendo ao final, muitos de nós, por óbvio, já que unanimidade é rara, saído satisfeitos com o que vivenciamos naquele curto espaço de tempo em companhia do professor.

Mas vejam o quanto foi importante a ação daquele jovem mestre, ao expor com humildade suas limitações, reconhecendo a fragilidade do momento, mas demonstrando afinco no propósito assumido.

Essa importância, não restou evidente naquele momento, mas plantou uma semente no íntimo deste que vos fala, e que após 15 anos, isso mesmo, quinze anos, recordou-se daquela ‘atitude’ perspicaz, altiva, verdadeira e real, de buscar atender aos anseios de um pequeno grupo de alunos.

Muitos podem até dizer que existe preciosismo, ou até um pouco de saudosismo de nossa parte, pela paixão que move nossos dedos na confecção desta narrativa, mas a verdade é que José Moreno fez a diferença naquele momento, pois deixou em nosso subconsciente uma idéia de presteza, confiança e principalmente coragem e vontade de trabalhar, sejam quais fossem as condições e adversidades que se apresentassem.

Agora, alguns anos mais velho, um pouco mais calejado e exercendo o meu ofício, já com quase treze anos de balcão, vos pergunto sinceramente:

Como não aceitar esse convite? Como não aceitar a missão de ajudar na reconstrução do maior patrimônio de um advogado, que é a sua casa ordem? Em especial, como não tomar uma atitude?

Rogo às vossas consciências, com a mesmo humildade que tanto marcou a ação do nosso candidato JOSÉ MORENO naquela ocasião de minha trajetória acadêmica, para que se permitam analisar a isonomia das propostas apresentadas, a isonomia nas ações que já vem ele praticando, o interesse de ouvir a classe, a sensatez nas colocações pelo respeito aos colegas, mas especialmente pela ‘atitude’ que demonstra em fazer o certo, o melhor, o prudente, em ser proativo, dentre tantas outras qualidades de sua proposta de futura governança.

Saibam identificar o verdadeiro significado do lema que nos move, qual seja:
Alguém capaz!
Temido pelos
Ignóbeis que,
Torturando
Uma classe,
Desprestigiaram-na
E ainda querem o fazer, mas nós não vamos deixar!!!!!!!!!!!!

Gilberto Gonçalo Gomes da Silva é advogado em MT e Candidato a Conselheiro Estadual da Chapa 04
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