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1º Voto feminino, um marco importantíssimo na vida das mulheres!

Joquebedy Ribeiro Mourão Alves

Parece que foi ontem o tempo em que  a mulher NÃO era detentora  do direito a votar, nem tão pouco ser votada. Esse era um privilégio de poucos. Podemos resumir dizendo “só os homens possuíam esse direito”, decorrente de uma herança machista e preconceituosa. Justo ou injusto só o tempo foi capaz de exarar o entendimento acerca de tal conduta.
 
Ser mulher naquela época era dizer “sim senhor”, na medida em que pertencer a tal gênero significava pertencer a uma segunda classe. Essa foi a concepção dada pela ativista Shuma Chumaher, estabelecendo uma retratação da condição da mulher à época. 
 
Tantas mulheres incríveis merecem destaque nessa luta memorável, porém uma das grandes personalidades que se destacou na luta pela conquista do voto feminino foi Bherta Lutz, que incessantemente lutou para o alcance de tal conquista, pois em 1919, após a professora Deolinda Daltro fundar, no Rio de Janeiro, o Partido Republicano Feminino, foi protagonista de  manifestações contundentes em tal sentido, fundando a liga pela Emancipação Intelectual da Mulher. 
 
O código eleitoral Provisório (Decreto 21076), de 24 de fevereiro de 1932,  fez previsão do voto feminino no Brasil, após intensa campanha nacional pelo direito das mulheres ao voto.
  
O avanço era grandioso para a época, contudo, naquele tempo ainda  havia restrição ao voto feminino, que  se limitava apenas as mulheres casadas (com autorização dos maridos)  às viúvas e solteiras que tivessem renda própria.
 
Já em 1934 tais restrições foram eliminadas  através do  Código Eleitoral, embora a obrigatoriedade do voto fosse um dever masculino, o que somente foi ser estendido as  mulheres em 1946.
 
Nova Zelândia foi pioneira  na proteção de tais direitos em 1983, seguida pelo Brasil, e posteriormente por uma infinidade de países tais como   Argentina, França (em 1940) Portugal e Suíça (em 1970).
 
O machismo e o preconceito entranhados na cultura dos povos  foram ingredientes que impediam a ampliação das conquistas do mundo feminino. O voto quebrou tabus, e estabeleceu  a ruptura  de tais preconceitos,  trazendo o encorajamento e o despertar do senso de igualdade de direitos.
 
Temos  a convicção plena que ainda há muito para se conquistar, e que estamos no caminho certo, entretanto é necessário a efetivação do empoderamento das mulheres através da mudança de comportamento por parte da sociedade como um todo,  no sentido de instituir-se  programas de políticas públicas específicas, bem como atuação assertiva no legislativo e judiciário adequando as leis e julgamentos eficientes,  com enfoque especial ao combate à violência contra as mulheres,  ampliação do mercado de trabalho  e equiparação salarial,   tudo com vistas ao reconhecimento  do  potencial feminino.
 
É necessário também que as mulheres assumam o seu papel no cenário politico brasileiro, já que somos muito capazes e representamos  mais de 51% da população brasileira.
 
O olhar, opinião e atitudes femininas farão a diferença na busca de um país mais humanizado, solidário e fraterno, com mais organização, menos corrupção e desigualdade social.  Com uma visão prospectiva, e  com os pés cravados num passado de conquistas,  temos que seguir em frente e honrar a cada  brado feminino  na busca de autonomia e liberdade, fazendo com que a esperança do ontem seja a realidade na nossa  sociedade contemporânea.
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