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Estudo e trabalho para o preso são temas discutidos com albergados

24 Ago 2012 - 18:58

Assessoria de Imprensa/Defensoria Pública de Mato Grosso

Com o tema Cidadania, Direitos Humanos e Igualdade Racial o mestre em Ciências Políticas, Michelangelo Henrique Batista, professor substituto de Sociologia da Universidade Federal de Mato Grosso falou, na noite da última terça-feira (21), para os albergados de Várzea Grande sobre a importância do estudo e do trabalho para a reinserção social do condenado.

Implantado há cinco meses pela Rede Permanente de Amparo ao Recluso e ao Egresso - Repare, o projeto tem por objetivo levar informações instrutivas aos que cumprem pena no regime semi aberto. Diversas palestras com os mais variados temas já foram ministradas desde o mês de março.

Algumas ações já são destaques na mídia nacional como um convênio firmado com o Tribunal Regional do Trabalho, que absorve a mão de obra de cinco presas do regime fechado. As executandas trabalham na digitalização dos processos desde novembro do ano passado e recebem um salário mínimo pelo serviço.

Outra ação da Repare foi intermediar duas bolsas de estudo para filhas de uma presa que cumpre pena por tráfico. As meninas terão seus estudos custeados em escola particular até o término do segundo grau.

Para o presidente da Repare, dr. Marcos Rondon Silva, segundo subdefensor público-geral, aqueles que cometeram crimes uma vez ficam estigmatizados e precisam de uma nova chance, tanto é assim que o Conselho Nacional de Justiça tem incentivado ações como as da Repare, ou seja, proporcionar meios aos reeducandos (as) para que eles não voltem a delinquir.

“Em nosso País o índice de reincidência é ainda muito alto porque são poucas as empresas que aceitam terem em seus quadros pessoas que já tenham passado pelo sistema prisional, até porque, entre contratar uma pessoa com ficha limpa e outro com ficha suja, o empresário vai sempre preferir o primeiro”, diz a defensora pública Tânia Regina de Matos, que atua na vara de execução penal de Várzea Grande e coordena o projeto.

“A sociedade é implacável quando se trata de bandido pobre. Deveria ser assim com os políticos de ficha suja. O eleitor é muito condescendente com os bandidos ricos. Por isso não temos políticas públicas efetivas em áreas estratégicas como saúde, segurança pública e educação. Os pobres precisam recorrer aos serviços da Defensoria Pública para conseguir internar um ente querido numa UTI; para se ver ressarcido por excessos cometidos pelo aparelho repressor do Estado (caso Humaitá) e até para conseguir vaga numa creche ou escola”, finalizou Dra. Tânia.

Rede
A Repare é uma organização não governamental sem fins lucrativos e foi fundada em 2007 por um grupo de servidores públicos federais, estaduais e profissionais liberais interessados em proporcionar uma nova chance àqueles que infringiram a lei.
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