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Sábado, 20 de abril de 2024

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Operação Ventríloquo

Advogado preso há mais de 100 dias assume a própria defesa e nega ser ladrão de banco

Foto: reprodução/internet

Advogado preso há mais de 100 dias assume a própria defesa e nega ser ladrão de banco
O advogado Júlio Cesar Domingues Rodrigues foi preso em São Paulo, Capital, em julho de 2015, acusado de ser um dos mentores da fraude no pagamento de R$ 9,6 milhões de dívidas da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, investigada na Operação Ventríloquo. E agora, ele passou a advogar em causa própria para tentar voltar a liberdade e mudar a imagem feita sobre ele na imprensa.

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“Estou preso há mais de cem dias. Minha condição mental e psicológica já se encontram abaladas, o que até dificulta minha atuação de advogar em causa própria. Fui eu que levei esses fatos a serem investigados pelo HSBC. Ficou claro aqui, todas as testemunhas foram questionadas, eu não quero atrapalhar as investigações, não tenho interesse em ameaçar ninguém”, afirmou o advogado, em meio a gaguejos, com uma voz embargada, pouco antes de requerer oficialmente o fim de sua prisão preventiva.

Ele ainda ressaltou que desde quando foi preso, muitas coisas foram faladas a respeito dele, entre elas um suposto envolvimento com quadrilhas de roubo a banco, fato veementemente negado por Júlio Cesar. Para provar a inocência dessas acusações, ele apresentou um ofício resposta da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), no qual a instituição o isenta de qualquer acusação do tipo, e o apresentou a cada um dos jornalistas presentes na audiência.

Liberdade negada

Apesar de conseguir que a juíza Selma Rosana de Arruda, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, ignorasse uma possível preclusão para indicar novas testemunhas e conseguir solicitar que um dos responsáveis pelo setor de inteligência do banco HSBC seja ouvido através de carta precatória, Júlio Cesar Domingues Rodrigues continuará preso.

Ao menos até quinta-feira (26), quando o advogado Joaquim Fábio Mielle, última e mais importante testemunha de acusação for ouvida. Mielle é delator premiado do caso, não sendo considerado réu no caso graças à sua contribuição às investigações, apesar de ter participado do esquema – inclusive, de acordo com os autos do processo, tendo deixado Júlio Cesar de fora do recebimento do dinheiro.

Os dois advogados já teriam discutido e a juíza decidiu por manter a prisão de Júlio Cesar para garantir a integridade do depoimento de Joaquim. Depois de ouvir o delator em juízo, ela deverá reanalisar a prisão preventiva do advogado que está preso há mais de cem dias.
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