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Terça-feira, 23 de abril de 2024

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ESPERTEZA

Juíza afirma que Wilson “mudou sentido” de gravações sobre caso Caramuru e determina suspensão de propaganda

Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto

Juíza afirma que Wilson “mudou sentido” de gravações sobre caso Caramuru e determina suspensão de propaganda
A magistrada Maria Rosi de Meira Borba, da 54ª Zona Eleitoral de Mato Grosso, acatou representação eleitoral formulada pelo candidato à prefeitura de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (PMDB), contra seu concorrente, Wilson Santos (PMDB), por trucagens realizadas em propaganda eleitoral em respeito de uma suposta fraude de R$ 4 milhões na concessão de incentivos fiscais. Com a decisão, a peça publicitária que ligava Pinheiro ao suposto crime foi suspensa.

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A referida propaganda divulgou trechos de uma gravação feita no apartamento do tucano, no dia 24 de setembro, mostrando um diálogo entre ele e o casal Bárbara e Marco Polo Pinheiro, mais conhecido como Popó, irmão de Emanuel.

Conforme os autos, na transcrição do áudio, algo amplamente veiculado pela imprensa, consta que Bárbara, cunhada do candidato e membro do PMDB, teria afirmado que a Empresa Caramuru lhe “devia” em torno de R$ 4 milhões. Ocorre que, ao veicular a matéria, a Coligação liderada por Wilson Santos alterou a realidade dos fatos e transcreveu que Bárbara teria dito que lhe “deram” R$ 4 milhões.

Em sua decisão, Maria Rosi salientou que a esperteza garantiu o resultado de embaralhar o entendimento sobre os fatos. “Assim, com a trucagem realizada, a Coligação Representada atingiu o objetivo de mudar completamente o sentido das afirmações de Bárbara, que passou, da condição de credora para a de recebedora da quantia suso citada. Tal comportamento, por certo, não é aceitável”, afirmou a juíza em trecho do exame liminar.

Após as considerações, a magistrada determinou a suspensão imediata da propaganda e a perda de 3 minutos e 38 segundos em bloco veiculado na televisão. Uma multa de R$ 10.000,00 foi fixada por cada vez que a determinação for descumprida

Resposta de Emanuel

Emanuel Pinheiro usou o programa eleitoral desta quarta-feira (26) para desmentir o áudio divulgado pelo seu adversário, Wilson Santos.

Segundo Emanuel, houve “trucagens” no áudio e as legendas foram transcritas de forma errada no programa tucano. O peemedebista afirma que, na fala de Bárbara, a equipe de Wilson adulterou na legenda uma palavra para dar a impressão de que Bárbara recebeu R$ 4 milhões em propina da Caramuru Alimentos, quando, na verdade, esse seria o valor da dívida da Construtora Aurora com ela.

O programa do peemedebista afirmou que nessa frase está a “principal farsa” do programa tucano.

“Batom na cueca”


O coordenador de marketing da campanha tucana, Kleber Lima, antes de ser informado da decisão judicial em seu desfavor, afirmou que o programa de Emanuel Pinheiro foi uma tentativa de “explicar o inexplicável”. “No áudio, ela admite que recebeu dinheiro para consultoria para conseguir incentivos fiscais para a Caramuru e dividiu com a irmã. E ela vai para a CPI para investigar justamente incentivos fiscais. Foi uma tentativa de explicar o inexplicável. É batom na cueca”, disse ele ao Olhar Direto.

Por outro lado, o marqueteiro admitiu que pode ter havido erros pontuais na transcrição do áudio. “Uma ou outra palavra pode estar truncada na transcrição, mas ela admite claramente que recebeu dinheiro”, concluiu, ressaltando que o áudio foi distribuído a toda a imprensa.


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