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Quarta-feira, 24 de abril de 2024

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Alan Malouf joga culpa da Rêmora sobre Guizardi e cita caixa 2; governo nega

Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto

Alan Malouf joga culpa da Rêmora sobre Guizardi e cita caixa 2; governo nega
O empresário Alan Malouf jogou toda a responsabilidade das fraudes encontradas pelo Gaeco na operação Rêmora nas costas do empresário Giovani Guizardi, proprietário da Dínamo construtora, que selou acordo de delação premiada com a Justiça. De acordo com o depoimento de Malouf, concedido ao Gaeco no último dia 16, o grande cabeça e operador da organização que arrecadava recursos cobrando propinas em obras na Educação era Guizardi.

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Além disso, Malouf relatou que a campanha ao Governo de Mato Grosso encabeçada por Pedro Taques (PSDB, à època PDT) teria sido irrigada com dinheiro de caixa 2, recursos não declarados à Justiça Eleitoral. Quanto à esse trecho do depoimento, o Gabinete de Comunicação do Governo do Estado se manifestou por meio de nota negando todas as afirmações feitas. Com veemência, o Paiaguás sustenta que as declarações de Malouf são “levianas, absurdas e fantasiosas”.

“Todas as movimentações financeiras do referido pleito eleitoral encontram-se devidamente registradas na Prestação de Contas do PDT, partido pelo qual Pedro Taques disputou àquelas eleições - inclusive as despesas ainda não pagas – sendo que a prestação de contas da campanha foi aprovada sem ressalvas pela Justiça Eleitoral”, diz trecho do posicionamento do governo (veja a íntegra abaixo).

Leitão indicou Permínio Pinto

O empresário Alan Malouf declarou ao Gaeco que apesar de ter frequentado o ambiente de transição, não foi o responsável pela indicação de Permínio Pinto para a Seduc, ao contrario do que afirmou Giovani Guizardi em sua delação. O empresário sustenta que sequer conhecia Permínio e a indicação teria partido do deputado federal Nilson Leitão (PSDB) e do próprio governador Pedro Taques.

Sustenta ainda que Guizardi doou R$ 200 mil para a campanha de Pedro Taques e pediu para que Malouf o apresentasse a Permínio quando este jaá havia sido escolhido secretário. O encontro teria acontecido na empresa de Malouf, oportunidade em que Giovani teria pedido para Permínio que pudesse participar do projeto “Escola Legal”, que acabou não sendo desenvolvido. Alan Malouf sustenta que essa teria sido sua única atuação ateé então. Posteriormente, Giovani Guizardi teria o procurado para contar que tinha encontrado um jeito de arrecadar o dinheiro das dívidas de campanha, por meio do esquema na Seduc envolvendo empresários do setor de construção e servidores da pasta.

Alan ainda afirma que se recusou a participar do esquema de cara, mas em uma segunda reunião com Guizardi foi informado de que o sistema já estava funcionando, inclusive com a participação de Permínio. Nesta segunda conversa foi que decidiu entrar no esquema, mas sem combinar qualquer detalhe operacional, deixando que Giovani gerenciasse tudo. Giovani falava em nome de Permínio com Malouf e costumava dizer que Nilson Leitão também se beneficiava com o dinheiro das propinas.

Permínio sabia e levava dinheiro

Malouf contou ao Gaeco que chegou a participar de uma reunião com com Permínio Pinto e o servidor Fábrio Frigeri em sua própria empresa para tratar das fraudes na Seduc, oportunidade em que ouviu reclamações contra Giovani Guizardi, que acabou sendo chamado para a reunião, onde os detalhes foram acertados. Em dezembro de 2015, Giovani viajou e pediu para Alan entregar para Permínio uma quantia em dinheiro, que seria a parte do então secretário no esquema de corrupção. O envelope foi entregue, mas o autor do depoimento não soube especificar qual era a quantia.

Alan procurou Taques

Malouf afirma ainda que o esquema teria vigorado até dezembro de 2015 e que procurou o governador Pedro Taques quando soube da prisão de Guizardi pois teria ficado muito preocupado com a situação e contou ao tucano que o empresário preso havia doado R$ 200 mil para a campanha sem declaraçao oficial e recebido devolução de valores no esquema. Alan disse ainda para o Gaeco que não viu nenhum movimento por parte do governo após isso.

Governo nega com veemência

O Governo do Estado se manifestou por meio de nota para desmentir as afirmações de Alan Malouf, que classificou como “Levianas, absurdas e fantasiosas.

O governador classifica as declarações do investigando como uma tentativa sórdida e mentirosa de envolvê-lo em ações criminosas das quais jamais teve conhecimento, com o propósito de desviar o foco das acusações que pesam contra si. “A verdade é uma só: Pedro Taques tem uma vida de luta contra a corrupção e os corruptos, já tento enfrentado e desmantelado inúmeras quadrilhas que agiam no Estado e no país, e jamais compactuaria com qualquer ato ilegal, especialmente relacionado a desvios de recursos públicos”, diz trecho do pronunciamento

Veja abaixo na íntegra:

NOTA DE IMPRENSA

Acerca do depoimento do investigado na Operação Rêmora, Alan Malouf, ao GAECO (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e NACO (Núcleo de Ações de Competências Originárias) do Ministério Público de Mato Grosso, no último dia 16, e divulgado à imprensa nesta segunda-feira (19.12), o Governo de Mato Grosso vem a público esclarecer o que segue:

01) O governador Pedro Taques e o secretário da Casa Civil, Paulo Taques, negam enfaticamente as afirmações levianas e absurdas do investigado Alan Malouf sobre a fantasiosa existência de valores não contabilizados (o chamado “caixa dois”) na campanha de 2014, e reiteram que todas as movimentações financeiras do referido pleito eleitoral encontram-se devidamente registradas na Prestação de Contas do PDT, partido pelo qual Pedro Taques disputou àquelas eleições - inclusive as despesas ainda não pagas – sendo que a prestação de contas da campanha foi aprovada sem ressalvas pela Justiça Eleitoral.

02) O governador e o secretário afirmam, ainda, que Alan Malouf jamais exerceu qualquer cargo ou delegação na arrecadação de fundos eleitorais, e que todas as doações, de pessoas físicas ou jurídicas (na época, permitidas) foram devidamente registradas. Portanto, caso haja qualquer valor que eventualmente tenha sido movimento pelo investigado e que não esteja contabilizado, não foi utilizado na campanha, cabendo apenas e tão somente ao investigado esclarecer origem e destino dos valores por ele mencionados.

03) O governador e o secretário classificam as declarações do investigando como uma tentativa sórdida e mentirosa de envolvê-los em ações criminosas das quais jamais tiveram conhecimento, tampouco delas deram ordem ou participaram. Lamentam, ainda, que o investigado tente envolvê-los nos atos ilegais, contrariando todos os demais depoimentos já prestados nessa investigação - com o claro propósito de desviar o foco das acusações que pesam contra si -, e informam que constituirão advogados para atuar no processo judicial e garantir que a verdade prevaleça. E a verdade é uma só: Pedro Taques tem uma vida de luta contra a corrupção e os corruptos, já tento enfrentado e desmantelado inúmeras quadrilhas que agiam no Estado e no país, e jamais compactuaria com qualquer ato ilegal, especialmente relacionado a desvios de recursos públicos.

04) Por fim, o Governo do Estado esclarece que, embora o investigado tenha mantido relacionamento social com Pedro Taques, suas empresas jamais venceram qualquer licitação ou contrato na administração estadual a partir de 01 de janeiro de 2015, uma vez que o governador, por estrita obediência às leis, nunca interferiu e jamais interferirá em qualquer processo de aquisição ou licitação no âmbito do Governo do Estado ou em qualquer outro Governo.


Cuiabá-MT, 19 de dezembro de 2016.

GCOM – Gabinete de Comunicação do Governo de Mato Grosso

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