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Sábado, 20 de abril de 2024

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Advogado nega extorsão contra Romoaldo Júnior e diz que cobrança de R$ 1 milhão era para pagar honorários

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Advogado nega extorsão contra Romoaldo Júnior e diz que cobrança de R$ 1 milhão era para pagar honorários
O advogado Júlio César Rodrigues Domingues, acusado de participar de um desvio de R$ 9,4 milhões da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), negou ter extorquido o deputado estadual Romoaldo Júnior para não citá-lo em depoimento à Justiça. Para comprovar sua tese, o advogado citou depoimento prestado nesta segunda-feira (06) pelo irmão do deputado, Juliano Jorge Boraczinski.

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"O depoimento do irmão dele foi justamente no sentido de que não houve extorsão, ele não pagou nada, o deputado não se sentiu ameaçado então não houve extorsão", argumentou. 

O Romoaldo Júnior e Júlio César foram investigados pela Operação Ventríloquo. O processo apura suposto pagamento superfaturado a dívidas do Legislativo Mato-grossense com o antigo banco Bamerindus, atual HSBC.

A extorsão, segundo as investigações, teria ocorrido no dia 3 de julho de 2015. O advogado, que representou a ALMT nas tratativas para o pagamento da falsa dívida, teria mandado mensagens ao irmão de Romoaldo pedindo R$ 1 milhão para não citar o deputado em depoimento aos investigadores.

O advogado alega que as mensagens enviadas não configuram extorsão, mas apenas uma cobrança para pagamento de honorários pelos serviços prestados a Assembleia. Júlio César também informou que estuda ainda receber esses valores.

“Eles tentaram desquailificar o réu colocando como se fosse uma ameaça, mas não se trata nada disso, se trata de recebimento de valores por trabalhos prestados.Valores que eram aproximadamente um milhão, porque tinha correções, já fazia muito tempo".

Entenda a Operação Ventríloquo

A Operação Ventríloquo foi deflagrada no dia 5 de outubro de 2015. A segunda fase da investigação, denominda “Filhos de Gepeto” apurou especificamente o pagamento supervalorizado de uma dívida entre o banco Bamerindus e a ALMT. Além do ex-deputado José Geraldo Riva e de Romoaldo Júnior, outros deputados também foram indicados.

Francisvaldo Mendes Pacheco, chefe de Gabinete de Romoaldo, também figura como réu nos processos resultantes da operação.

Narra a denúncia que entre os anos de 2013 e 2014, os investigados Francisvaldo Mendes Pacheco, Julio Cesar Domingues Rodrigues, José Geraldo Riva, Anderson Flavio de Godoi, Luiz Marcio Bastos Pommot, Joaquim Fábio Mielli Camargo, bem como outros agentes e Parlamentares Estaduais (incluindo Romoaldo Junior), constituíram uma organização criminosa estruturalmente para saquear os cofres da Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso. Com relação aos Parlamentares, as investigações se encontram em andamento perante o TJMT, em face do foro por prerrogativa de função. 

Consta ainda que, formatada a organização criminosa, inclusive com clara divisão de papéis, no período compreendido entre fevereiro e abril de 2014, os investigados subtraíram dinheiro público no montante de R$ 9.480.547,69. Os denunciados também teria ocultado o valor subtraído, conforme afirma o Ministério Público Estadual (MPE).

Na Filhos de Gepeto destacam os Promotores de Justiça que as investigações revelaram que o advogado Joaquim Fabio Mielli Camargo, delator premiado e advogado do Bamerindus no esquema, ocultou o envolvimento do deputado estadual Romoaldo Júnior na organização criminosa. Por conta disso, os Promotores de Justiça cancelaram colaboração premiada firmada com o advogado. 
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