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OPERAÇÃO CASTELO DE AREIA

Sumiço de "dono de banco chinês" poderá suspender ação contra João Emanuel, diz Gaeco

09 Fev 2017 - 09:03

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Olhar Direto

João Emanuel

João Emanuel

A ação penal oriunda da “Operação Castelo de Areia” começou nesta semana, mas até o momento o réu Mauro Chen Guo Quin não foi localizado. Ele é ninguém menos que o falso dono de banco chinês, segundo o Ministério Público Estadual (MPE), com quem trocava, em mandarim, valiosas informações com o ex-vereador João Emanuel Moreira Lima sobre investimentos que as vítimas fariam ao Soy Group. Desde quando deflagrada a operação, pelo Grupo de Atuação Especial em Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o acusado desapareceu. Segundo o promotor Samuel Frungilo,  não há sequer a garantia de que ele esteja no país. Seu sumiço poderá afetar o andamento da ação, que tramita na Sétima Vara Criminal, da juíza Selma Arruda.

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“Ele ainda não foi localizado para responder ao processo, mas ainda réu. Se ele não for localizado a ação fica suspensa e o prazo prescricional também. O processo terá que ser desmembrado caso ele realmente não seja localizado, em um momento oportuno, posteriormente, caso o localizem, o processo volta a andar. Salvo-me engano ele não possui defensor constituído nos autos, está em local incerto e não sabido. Desse modo às oitivas não poderão ser aproveitadas sobre ele”, esclareceu o promotor do Gaeco, Samuel Frungilo, ao deixar a sala de audiências, no Fórum da Capital, nesta quarta-feira (08).

Questionado se ele possui cidadania chinesa e, portando, poderia ter se exilado em outra pátria, o Gaeco não garante. “A informação que temos é que ele é nacional, brasileiro, mesmo. Não temos informação de que ele esteja no exterior, mas, diligências estão feitas na tentativa de localizá-lo. Ele é uma pessoa que poderia esclarecer alguns fatos nesta ação”, lamenta.

Segundo o Gaeco, a função de Mauro Chen Qin seria a de “dar a aparência de negócio lícito e seguro” que João Emanuel propunha a suas vítimas. Chen Qin “se apresentava como dono de um banco estrangeiro e atuava diretamente na tratativa dos empréstimos fraudulentos”. Em outro trecho, aponta a acusação que a utilização de um “falso banco chinês” servia “para impressionar e dar maior credibilidade à ação dos integrantes da organização criminosa”.

“Chega a ser surpreendente todo o mise en scène empregado pelos investigados para ludibriar suas vítimas (almoços e jantares em hotéis caros, viagens internacionais, utilização de um “falso dono de um Banco Chinês”, locação de imóvel luxuoso, etc)”.

Nesta ação penal foram denunciadas oito pessoas por constituição de organização criminosa e estelionato. Entre os nomes estão o ex-vereador João Emanuel Moreira Lima, do magistrado aposentado Irênio Lima Fernandes (pai de João Emanuel) e do advogado Lázaro Roberto Moreira Lima (irmão do ex-vereador). Também são réus os empresários Walter Dias Magalhães Júnior, Shirlei Aparecida Matsouka Arrabal e Marcelo de Melo Costa; o contador Evandro José Goulart; e o comerciante Mauro Chen Guo Quin, o chinês.

Consta na denúncia que os acusados praticaram golpes milionários por intermédio das empresa American Business Corporation Shares Brasil Ltda e Soy Group Holdin America Ltda. As referidas pessoas jurídicas atuavam, em tese, no ramo de mercado financeiro com a captação de recursos no exterior, cujas taxas de juros teriam, supostamente, valor inferior ao praticado no Brasil, atraindo, assim, o interesse de investidores, agricultores e empresários.
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