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Quinta-feira, 28 de março de 2024

Notícias | Criminal

5ª fase da Sodoma

Juíza vê periculosidade e cita risco de Faiad manipular informações contra investigação da Defaz

Foto: Rogério Florentino Pereira/OD

Juíza vê periculosidade e cita risco de Faiad manipular informações contra investigação da Defaz
"Os crimes praticados pelo investigado Francisco Anis Faiad no interesse da organização criminosa impõem a decretação de sua segregação cautelar, à vista de sua evidenciada periculosidade, tudo como meio de garantir a manutenção da ordem pública Apenas nesse processo, o dano ao erário foi de, no mínimo R$ 8.182.500,00". É dessa forma que a juíza da 7ª Vara Criminal, Selma Arruda, discorre sobre a necessidade de segregar Faiad, apontado com uma dos operadores do esquema de pagamento de propinas durante a gestão Silval Barbosa, iniciada em 2013, alvo de mais uma fase da Operação Sodoma,nesta manhã, 13. Faiad foi preso na manhã de por equipes da Delegacia Fazendária em Mato Grosso e encaminhado para prestar depoimento.

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A juíza, no decreto de prisão, ela pondera ainda que "não se pode olvidar que Francisco Anis Faiad é pessoa com projeção social elevada, detém poder político considerável, e pode perfeitamente, tanto no intuito de prejudicar as investigações, como vista a evitar que novos fatos venham à tona, adulterar documentos, para aliciar testemunhas e evitar a descoberta da verdade real, até porque o advogado que funciona como patrono do líder Silval Barbosa na que responde junto a este juízo".

Aduz ainda que "não se pode desconsiderar também, o fato de que Francisco Faiad é advogado criminalista de outros figurões envolvidos em esquema de corrupção no estado de Mato Grosso. Portanto, tem conhecimento de fatos que poderão ser manipulados para atrapalhar a instrução criminal e a descoberta da verdade real". 

Para respaldar o decreto de prisão, o  Ministério Público apontou que Francisco Faiad tem destaque e influência no meio empresarial, uma vez que ocupou o cargo de presidente da OAB/MT nos anos de 2003 a 2009, e aparece como sócio de várias empresas, como por exemplo: Easy Drive Desenvolvimento de Sistemas Ltda., Ecovillage Construtora e Incorporadora Ltda. e Dom Bosco Eventos e Participações Ltda.

Na decisão para poder garatir ressarcir os cofres públicos, a Justiça Estadual também determinou o bloqueio das contas dos R$ 5,855 milhões nas contas de Silval Barbosa, Silvio Corrêa, José Jesus Cordeiro, Valdísio Juliano Viriato (empresário) e também nas contas bancárias da Advocacia Faiad, KV Energia LTDA e BVPX Automotiva LTDA, BVPX Camburiu LTDA e Emavi Investimentos e Participações LTDA. Outros R$ 300 mil foram bloqueados nas contas do Vanderlei Torres, Rafael e Amanda Torres e da Construtora Trimec. 

A juíza também decretou a prisão preventiva de Silval Barbosa, que já está encarcerado desde setembro de 2015 no Centro de Custódia de Cuiabá (CCC), denunciado por uma série de crimes, que envolvem corrupação, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, entre outros.

Entenda o esquema:

Os suspeitos são investigados em fraudes à licitação, corrupção, peculato e organização criminosa em contratos celebrados entre as empresas Marmeleiro Auto Posto LTDA e Saga Comércio Serviço Tecnológico e Informática  LTDA, nos anos de 2011 a 2014, com o Governo do Estado de Mato Grosso.

Segundo a Polícia Civil apurou, as empresas foram utilizadas pela organização criminosa, investigada na operação Sodoma, para desvios de recursos públicos e recebimento de vantagens indevidas, utilizando-se de duas importantes secretarias, a antiga Secretaria de Administração (Sad) e a Secretaria de Transporte e Pavimentação Urbana  (Septu), antiga Secretaria de Infraestrutura (Sinfra).

As duas empresas, juntas, receberam aproximadamente R$ 300 milhões, entre os anos 2011 a 2014, do Estado de Mato Grosso, em licitações fraudadas. Com o dinheiro desviado efetuaram pagamento de propinas em benefício da organização criminosa no montante estimado em mais de R$ 8 milhões.
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